A filha do Castiel

0.4

  Desde que encontrou sua mãe sem vida estirada na cama acolchoada do cômodo, Elizabeth não disse uma única palavra. O sentimento de perda acompanhado pela culpa dominava cada pensamento, ação da mesma. As únicas coisas que restavam relacionadas à sua progenitora agora são somente lembranças vagas e sonhos de um futuro ao lado da mais velha. Apesar de achar a forma que Dean Winchester se pronunciou diante ao assunto um tanto ignorante, a jovem concordava com ele. Ouvir Castiel se culpando com o destino cruel de Sarah fez um nó se instalar em sua garganta.

Não era culpa dele. Era culpa dela.

  Liz ajoelhou-se ao lado do corpo gélido com seus olhos marejados. Ela não conseguiu ao menos dar-lhe um abraço apertado e/ou conversar com a mais velha frente a frente, não conseguiu nem se despedir de Sarah.

─ Não é culpa sua

  A jovem acabou se assustando com a voz súbita que emergiu no cômodo, direcionando seu olhar para o locutor de imediato.

  O homem que estava escorado no batente amadeirado da porta com as mãos no bolso, era Sam Winchester.

  A garota não o responde e apenas retorna o seu olhar para o rosto pálido da mãe.

─ Não é fácil perder quem nós amamos, um vazio se forma no nosso peito, a saudade nos sufoca e a culpa nos condena. ꟷE entrou no cômodo em pequenos passos. ꟷ Eu acabei perdendo muitas pessoas durante a minha trajetória, sei como está se sentindo.

Silêncio.

  O Winchester começou a se perguntar se foi uma boa ideia segui-la e não deixar que a mesma pudesse obter um tempo só para conseguir digerir tais acontecimentos.

─ Se eu não tivesse nascido tudo isso poderia ser evitado ─O respondeu com o coração apertado, com o nó intacto em sua garganta. Sam se agachou ao lado da Nephilim.

─ Isso não é verdade, não é culpa sua ─O homem pousou sua mão no ombro da jovem que o olhou pelo canto do olho.─ Se não fosse o Castiel, seria outro anjo. Se não fosse a Sarah, seria outra pessoa. E se não fosse você, seria outro Nephilim. Você não tem culpa, ouviu?

  Elizabeth suspirou.

─ E a sua mãe sempre, não importa o que aconteça, sempre vai estar aqui... ─Sam apontou para o seu próprio peito.─ no seu coração, te apoiando e te guiando!

  As lágrimas deslizam pelo rosto de Elizabeth que, na procura de um porto seguro, abraça o homem.

─ Ela era incrível, um exemplo de mulher que eu quero muito me tornar algum dia. ─Elizabeth lhe diz com o seu rosto apoiado no peito do rapaz.

  O Winchester permaneceu em silêncio mantendo seus braços em volta do corpo magro da garota, lhe proporcionando um ombro amigo para se confortar. Por um breve momento, Sam se lembrou de sua juventude e das vezes que Dean Winchester o confortava nas noites em que John saía para caçar.

  Uma silhueta masculina parada na entrada do cômodo chama a atenção de Sam, era Castiel. O rapaz decide deixa-los a sós, quebrando o abraço de maneira delicada.

─ Vocês tem muito que conversar

Dito isso, o Winchester mais novo se retirou do cômodo. O anjo deu alguns passos para dentro do quarto, evitando o seu olhar no cadáver da mulher.

─ Você está... Bem? ꟷdisse com incerteza.

  Castiel não sabia como agir em uma situação como essa, era algo fora de sua zona de conforto. Nunca imaginou ser pai de alguém antes ─apesar de ter Claire Novak como filha, mas desta vez era diferente─ o anjo quer dar o seu melhor, se tornar o melhor pai do mundo e lutar pela felicidade de Elizabeth.

Ela o abraçou como resposta.

─ Eu te amo, pai.

Um sorriso singelo se instala nos lábios finos do anjo que deposita um beijo na testa da garota.

─ Eu te amo, filha.

demorou uma eternidade, mas finalmente o capítulo está entregue. Um momento fofinho antes de um certo acontecimento vir a tona, hmkk

  espero que tenham gostado, de verdade.

votem e comentem, não seja um leitor fantasma!

xoxo, gabs