contemporâneo

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quando a lágrima toca o chão
e na ponta do pé ecoam
falsos gritos sem razão
falsas mortes por pessoas

eu vejo o sol na maré
que se esconde atrás da lua
pra sofrer sem ser quem é
e se expor sem estar nua

penas voam sobre as nuvens
asas caem sobre a terra
não posso chamar que vens
não posso matar que enterras

a cada espirro uma doença
que veio pra libertar
quem se prende atrás das crenças
pondo deus no teu lugar

olhe, olhe
não se olhe
quem escolhe
é o reflexo
dos olhos alheios
cheios de visões sobre sexo
de visões
de visões sobre sexo

divisões
dividido é o nosso mundo
quem não colhe é vagabundo
e quem não planta explora o chão

cheio de visão
de visão sobre essa luta
vencem guerras e batalhas
os troféus são genitálias

todos querem seus presentes
mas ninguém quer te amar
ninguém liga para o que tu sentes
só querem ver teu genital pulsar

realidade mórbida que veio pra assustar
todos sabem do que é certo
todos querem ser espertos
e ganhar sem batalhar

contemporâneo
contem por ânimo
contem
contem
contém desânimo

meu sentimento é nu
mas preferem a minha foto
fato
feto
morto
querem ereto

realidade densa
de uma mente sem idade
que faz verso por amor
que faz estrofe por necessidade

contemporâniedade
poesia é quem me leva
redescobrindo o mundo
novamente adão e eva.

lixeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora