O que uma pessoa estaria fazendo até tarde na empresa onde trabalha justo em uma sexta à noite? Era isso que Rebbeca, ou Becky como preferia ser chamada, se perguntava. Ela ao menos tinha uma vida pessoal desde que começou a trabalhar como vice-diretora em uma grande multinacional. Se dedicava de corpo e alma a seu cargo, fazendo horas extras e às vezes até trabalhando no sábado. Sua família pertencia a classe nobre da cidade, mas a rudeza e pulso firme de seu pai a fazia lutar para conseguir seus objetivos. Ela com apenas 23 anos, nunca imaginaria ter chegado onde chegou. Tudo devido a sua grande dedicação.
O relógio apontou 23:00 horas, pegou sua bolsa e saiu de sua sala a trancando. Desceu pelas escadas chegando ao Saguão, se despediu de Adam, o porteiro de lá e foi andando até sua casa já que não era tão longe. A rua estava deserta pelo que pode ver, até ouvir passos atrás de si. Olhou para trás e avistou um homem. Começou a andar mais rápido, com um pouco de dificuldade por causa de seu salto alto agulha. A medida que ela ia aumentando seus passos, o homem andava mais rápido atrás dela. Becky tentou correr, só que por sua grande sorte, seu salto bateu em uma pedra, o que fez seu pé torcer, sentindo uma grande dor. Andou mancando até a parede de uma loja que havia no local, se encostou na mesma e tirou o salto com a intenção de tentar correr novamente, mas não havia mais tempo. O homem se aproximou dela, estava completamente bêbado.
Ela tentou gritar, mas o mesmo tampou sua boca com a mão. Dava pra ver o desespero em seus olhos enquanto o homem a puxava para um beco da esquina. Ele a jogou no chão, ela gritou e acabou levando um chute na barriga, o que a fez gemer de dor e colocar a mão na região . Quando o homem iria tentar alguma coisa, alguém o segurou. A garota não enxergava direito pois estava com sua visão embaçada por conta das lágrimas. Só estava vendo o vulto segurando aquele homem nojento enquanto o jogava na parede e o socava o rosto. O homem saiu correndo, e ela viu aquele cara que seria seu herói, se aproximar. Ele foi chegando perto e ela se esquivou ao ver um homem sujo, com a barba mal feita, usando uma blusa com alguns rasgos e o cabelo desajeitado. Mas o que mais a chamou atenção, apesar de seu olhar triste, foi seus olhos extremamente verdes.
-"Ei, calma... Ele já se foi" - disse tentando acalma-lá - "Vem, eu te ajudo" - o mesmo a puxou com delicadeza para que ela se levanta-se. Ela se segurou no homem e se levantou com um pouco de dificuldade. - "Está bem?" - ele a viu assentir com a cabeça um pouco acanhada - "Tudo bem, não vou te machucar"
-"Obrigada" - ela falou quase em um sussurro e sorriu de lado. Ainda sentia muita dor no estômago e na cabeça, fora seu pé que havia torcido. O homem sorriu sem mostrar os dentes e a devolveu sua bolsa, cujo ela havia deixado para trás. Ela tentou dar um passo a frente, o que foi tentativa falha e a mesma se desequilibrou, quase caindo no chão novamente se ele não tivesse a segurado - "Meu pé..."- exclamou fazendo cara de dor e reprimiu os lábios para não chorar -
- "Onde você mora?"
- "A uns dois quarteirões daqui"- respondeu, mas logo ficou com medo. Acabava de o conhecer e já havia lhe dado informações sobre sua residência.
- "Posso te ajudar a ir para casa"
- "Não, não precisa. Eu vou sozinha" - tentou dar outro passo, logo sentindo a mesma dor.
- "Tem certeza?" - o homem observava cada movimento que ela fazia.
-"Não" - resolveu deixar seu medo para trás.
Ele salvou sua vida, que mal lhe faria agora? Deveria deixar de lado a aparência, afinal, ele parecia ser uma boa pessoa.
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Give me love
Ficção AdolescenteEla, uma mulher independente e bem sucedida em sua carreira profissional. Ele, um cara que foi atrás dos seus sonhos, mas não teve um final feliz. "Sempre fui uma mulher trabalhadora, sempre tive que enfrentar várias coisas para chegar onde estou...