-"Foda-se"- resmungo baixinho por bater com os sacos das compras na porta de entrada de casa.
-"Eu ajudo-te"- Zayn aproxima-se de mim.
-"Não quero"- retroco já dentro de casa e fecho a porta com o pé.
-"Não sejas assim Elena"- aproxima-se mais de mim depois de eu pousar as coisas no chão.
-"Tu és um estúpido"- desvio o meu olhar do dele.
-"Um estúpido que te ama"- volto a encarar o moreno que me olha a sorrir. Inevitavelmente, dou um pequeno sorriso mas depressa volto a por a minha expressão séria.
-"Não quero saber"
-"Anda cá"- puxa-me pela cintura- "Eu amo-te Elena"- os nossos olhares não desgrudam um do outro e, de seguida, os nossos lábios unem-se num beijo calmo e demorado.
-"Também te amo Zayn"- digo com um sorriso no rosto assim que o beijo termina.
-"Vamos arrumar essas compras que quero levar-te a almoçar"- coloca um pouco do meu cabelo cabelo atrás da minha orelha- "Quero falar sobre um assunto contigo"
-"Pronto, alguma coisa tinha de estragar tudo outra vez"- reviro os olhos e ele apenas se ri um pouco.
-"Não é nada de mal Elena"- diz- "Vamos lá arrumar isto"
Ambos nos dirigimos para a cozinha com alguns sacos cada um, arruma-mos tudo no seu devido lugar.
-"Onde vamos almoçar?"- pergunto encostando o meu corpo ao balcão.
-"Onde quiseres"- responde.
-"Abriu um restaurante Italiano perto da minha loja, podemos ir lá"- sugiro.
-"Pode ser amor"- aproxima-se de mim- "Tens roupa minha não tens?"
-"Tu quase vives aqui, claro que tenho, no meu armário"
-"Vou lá buscar e tomar um duche na outra casa de banho porque presumo que queiras usar a do teu quarto"
-"Vai lá então"- viro-me para tirar um copo do armário e encho-o de água, bebendo de seguida.
O moreno já havia abandonado a cozinha para ir fazer o que tinha dito e eu decido fazer o mesmo, saio da cozinha e subo as escadas que dão acesso ao andar de cima com o objetivo de tomar um banho e vestir outra roupa.
Entro na casa de banho e, depois de tirar toda a roupa do meu corpo, entro no chuveiro tomando um banho rápido lavando também os meus cabelos. Saio, seco o meu corpo com uma toalha enrolando-a no mesmo de seguida e coloco outra na cabeça. Saio da casa de banho, abro o armário e visto, depois de uma roupa interior, uma roupa da qual gosto.
Ouço o som da campainha e decido ir abrir mesmo com a toalha na cabeça.
-"Eu vou abrir"- grito enquanto desço as escadas par que o moreno não se incomode a ir ele à porta.
Ao chegar à porta olho pelo óculo da mesma e vejo um rapaz, de costas, estou com um pouco de medo mas mais segura pelo facto de ter o Zayn em casa decido abrir. Assim que o faço o rapaz vira-se de frente para mim, eu conheço-o de algum lado.
-"Olá"- ele sorri- "Parece que me enganei outra vez"- ao dizer isto recordo-me de quem é, um rapaz que apareceu aqui em casa há um tempo porque se enganou no andar do apartamento do tio.
-"Olá"- faço uma expressão confusa- "Pois, parece que sim"
-"Ainda te lembras de mim?"
-"Sim, vagamente"- respondo.
-"Na verdade não me enganei, vim visitar o meu tio outra vez e lembrei-me de ti"- volta a sorrir. Que situação estranha, apenas fico a olhar para ele sem dizer nada- "Não queres ir tomar um café? Não conheço ninguém aqui em Perth e pensei que..."
-"Pois mas eu estou ocupada, pensaste mal, podes ir com o teu tio"- interrompo-o.
-"O meu tio está doente, não pode sair de casa mas entendo que estejas ocupada"- o sorriso desaparece do seu rosto.
-"Peço desculpa, não sabia"
-"Já agora"- entrega-me um papel que tinha na sua mão- "Estava aqui na entrada quando cheguei, admito que sou curioso e vi, acho que devas fazer queixa na polícia se ainda não o fizeste"- pego no papel já sabendo do que se trata.
-"Não devias ter lido"- resmungo- "Isto não é nada, são apenas ameaças sem verdade nenhuma"
-"Eu posso ajudar-te a saberes quem anda a escrever isso, sou detetive"- informa. Tanta gentileza numa pessoa só, que estranho.
-"Eu sei muito bem quem é, obrigada na mesma mas eu tenho de ir, as melhoras para o teu tio, xau"
-"Xau"- dito isto fecho a porta e volto a subir para o quarto.
Sento-me na cama e abro o bilhete.
"O teu dia está a chegar"
É tudo que diz na mensagem, que rapariga tão psicopata. Respiro fundo e coloco o bilhete dentro de uma das gavetas da minha mesa de cabeceira.
-"Estás pronta?"- Zayn bate na porta do quarto já entrando.
-"Vou-me só maquilhar e secar o cabelo"- informo levantando-me da cama.
-"Quem era?"- refere-se à porta.
-"Foi engano"- separo a maquilhagem que vou usar.
-"Um engano demoraro"- retroca- "Isso de a porta do prédio estar aberta tantas vezes pode trazer problemas como assaltantes ou assim"
-"De facto pode"- começo a maquilhar-me- "Mas eu vejo sempre quem é"
-"Que interessa veres se abres na mesma a desconhecidos?"
-"Abri porque não estava sozinha Zayn"
Continuamos a falar sobre o assunto enquanto eu acabo a maquilhagem e seco o cabelo.
-"Podemos ir"- pego na minha mala e coloco o telemóvel e algum dinheiro no seu interior- "Estou pronta"- encaro o moreno.
-"Vamos então"- levanta-se e segura a minha mão.
Tanto tempo depois aqui está mais um capítulo. Espero que gostem, beijinhos, Mari.