Capítulo 5

14 1 0
                                    


Elec deveria nos encontrar no cinema. Ele tinha arrumado um emprego de meio período em uma oficina mecânica e iria pra casa primeiro, tomar banho.

Victoria, Bentley e eu compramos o ingresso dele antes que acabassem todos.

— Victoria, você tem certeza que seu encontro vai aparecer? — Bentley ri.

— Ele vai estar aqui. — Ela me olha incerta. Na verdade eu não tenho nenhuma pista se ele está planejando aparecer e rezei para que ele não viesse. Quando Victoria mandou uma mensagem pra ele dizendo que nós iríamos entrar na sala para guardar os lugares, ele não respondeu.

Enquanto esperávamos na fila de entrada, Bentley colocou o braço sobre os meus ombros, me fazendo endurecer. Isso foi um pouco avançado demais desde que nós estamos apenas nos conhecendo. Ele cheirava bem e estava muito bonito em jeans e camisa de botão preta. Seu curto cabelo castanho claro estava espetado com gel. Eu me lembro que costumava achar Bentley uma graça. Hoje em dia, todo cara parece sem graça se comparado a Elec, em se tratando do quesito atração. Eu queria esmagar esse quesito com uma marreta.

Victoria estava sob estritas instruções de não dizer a Bentley que Elec era meu meio-irmão. Como Elec nunca falava comigo na escola, a maioria das pessoas não tinha ideia que nós vivíamos na mesma casa.

Eu preferia desse jeito.

Alívio me tomou quando a sala escureceu e os trailers começaram a passar. Eu coloquei meu telefone pra vibrar. Talvez ele não apareça no fim das contas. Meu corpo começou a relaxar enquanto Victoria verificava seu telefone a cada dois segundos e procurava em volta por ele.

Os créditos de abertura começaram. Eu me afundei na minha cadeira e coloquei meus pés pra cima no assento vazio à minha frente.

Bentley me ofereceu um pouco da sua pipoca. Eu estava mastigando a pipoca por um tempo e na verdade estava gostando do filme até que quase engasguei com uma lufada de cigarro de cravo misturada com
colônia.

Então lá estava ele.

Meus joelhos tremeram quando ele passou por mim na escuridão para o assento vago do outro lado de Victoria.

Eu queria estapear a cara de satisfação dela. Quando Elec se inclinou e beijou a bochecha dela, meu apetite pela pipoca se transformou em náusea. Eu entreguei o saco para Bentley e fingi estar interessada no filme. Honestamente eu estava encarando a tela, mas era como se Drew Barrymore estivesse falando mandarim.

Tudo que eu estava realmente fazendo era ruminar e respirar o cheiro de Elec. A presença dele tinha me deixado mais irritada do que
eu achei que ficaria.

Em certo ponto Bentley pegou minha mão e eu congelei. Victoria tinha tomado uma Coca Diet gigante antes da chegada de Elec e cochichou no meu ouvido que iria ao banheiro.
Meu coração começou a bater depressa assim que ela saiu porque não tinha mais nada bloqueando minha visão dele, eu podia ver pelo canto do olho que ele estava olhando pra mim. Apesar dos risos das pessoas a minha volta, o peso do olhar dele parecia afogar tudo isso. Eu não olharia pra ele nem me mexeria.

Apenas continue a olhar pra tela, Greta.

Meu telefone vibrou na minha perna.

Elec: Você está praticando pra ser um manequim de loja?

Eu não podia responder o texto porque Bentley iria ver.

Entretanto eu olhei pra ele e me arrependi. Seu cabelo normalmente rebelde estava estilizado com gel, ele estava mais bem arrumado do que o normal também, com jeans escuros e jaqueta de couro.

Meu Querido Irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora