Pai...

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Saio do banheiro caminhando pacificamente mexendo no telefone, escutando a música soar no Starbucks, uma musica calma, ando até os meninos enquanto eles riem de algo, que quando me aproximo eles cessam, não dando muita bola termino meu café
-vamos ir pra aquele bar lá? -peço
-"rumbora"-fala Zayn  levantando com Perrie os outros meninos, eles me encaram como quem espera eu ir ao balcão pagar e eu simplesmente ignoro jogando uma nota de cem em cima da mesa, Louis ignora sabendo minha mania de não enfrentar fila
-oque vocês pegaram não dá tanto-fala Laura encarando o dinheiro com uma expressão surpresa
-eles usam o troco para caridade-falo indiferente saindo
-sabe como é, a gente não liga quando o dinheiro é dos nossos pais-fala harry ironicamente
-com toda licença mimado-me viro para ele rude-você viu eu pedir dinheiro para minha mãe quando sai?-peço e ele cerra a mandíbula-Não viu...porquê não dependo dela
-na verdade depende sim, você é menor de idade e não trabalha-fala sorrindo de canto satisfeito com a resposta-parece que você depende dos pais anjo...ou você trabalha escondido ou ter os pais ricos nos dá esses luxos...a Eliane e o Thiago te mimaram muito, tenho certeza que você cresceu brincando de casinha com o papai e quando ele morreu virou rebelde-ele provoca e eu cerro os punhos sentindo as unhas se encaixarem perfeitamente nos cortes da palma que eu fiz dormindo
-Harry chega-Louis alerta e eu o interrompo
-você não tem noção do que fala-digo com sentimento de repulsa aquela pessoa nojenta à minha frente, tocando no nome do meu pai-Meu pai era um homem bom, de honra, rígido, e muito disciplinado, ele nunca brincou comigo! Ele nunca se sentou para falar comigo, eu fui uma péssima filha, estraguei a vida dele, ele morreu por minha culpa, e você nao sabe o quanto eu sinto por isso, se tem algo que eu faço, pode ter certeza, tem um motivo, tudo! Os mínimos detalhes que você não percebe eu faço por ele-Falo entre dentes irritada me segurando para não chorar-eu não preciso te dar satisfações daonde vem o meu dinheiro ou o meu jeito, mas não, eu não dependo da minha mãe, e se dependesse eu não iria ter problema em admitir, minha mãe é uma mulher forte, se tem algo hoje em dia fez por merecer! Você não sabe aonde minha família começou! Não sabe nada do que eu passei, então não se ache no direito de falar do que eu sou-Harry me olhava ainda com uma postura desafiadora, mas no fundo eu via dó, e aquilo me irritava mais, eu tinha raiva, e mais uma vez no meu dia eu estava  chorando, lembro dos gritos rispidos dele no meu sonho EU MORRI POR SUA CAUSA! VOCÊ ME MATOU, E VAI MATAR TODOS AO SEU REDOR, aquilo fez minha garganta apertar, eu queria gritar, bater em algo até me machucar tanto e cair de joelhos fraca, eu estava dilacerada, eu queria ver meu pai e me ajoelhar a pedir perdão, mas ele não ia voltar, eu queria poder gritar por ajuda, gritar pelo colo da minha mãe, e chorar tudo oque eu não chorei acordada, queria meu pai ali, e eu faria tudo para ver ele, so pediria que ele me perdoasse...eu queria morrer, e por alguns segundos eu desejei morrer, eu so queria que ele não falasse mais nada,para que eu não tivesse que responder e correr o risco de chorar, e que nossa noite pudesse continuar para mim dançar e me afundar  em doses de álcool bem fortes, esquecer tudo, mas para minha infelicidade ele não abaixou a guarda, não ignorou minha resposta, era sempre assim, meu ódio por ele aumentava cada momento mais, nossas brigas eram por coisas bestas, mas eu fazia questão de ganhar todas, o sorriso do mesmo só aumentou, e a minha vontade de gritar so aumentou
-você não passa de uma adolescente mimada que acha que tem problemas demais, varios de nós perdeu pessoas próximas, você é fraca demais e não conseguiu superar como nós-lembro do meu pai no meu sonho Você é fraca   ele  gritou para mim, naquele momento eu paro estática o encarando continuar a falar, mas não consigo entender
-Harry!- repreende Louis e Laura juntos enquanto Niall que se encontrava atrás de mim toca de leve a mão na minha
-...eu também preferia estar morto a ter uma filha como você, e por mais que eu não te conheça  e não saiba nada sobre quem ele era, mal sei o nome,sei que  ele fora um péssimo pai, e que sem duvida você foi uma péssima filha para ele, talvez o Thiago realmente quisesse morrer para nao ter que ter uma filha como você e não destruir o casamento com a sua mãe...
-HARRY- dessa vez Louis grita  repreendendo e eu  dou um passo para trás, as coisas por alguns instantes pareceram parar, minha garganta doia segurando o choro, meus olhos pesavam, Zayn não parecia disposto a se meter agora me encarava serio e triste, como se me desse os pêsames, cerro a mandíbula e o empurro o fazendo bater em uma mesa vazia, minha adrenalina que parecia estar zerada, agora parecia ferver
-Não toque no nome do meu pai, você não sabe de nada-falo baixo sentindo minha garganta doer mais, e o gosto amargo só se tornar mais forte, me afasto dele com as mãos trêmulas e as passo no cabelo-foi mal, mas eu vou voltar para casa-falo para todos-desculpem por estragar a noite-Louis me olha tristeza nos olhos "o céu tem um plano para você", ele gesticula com a boca e eu assinto saindo, enquanto o pessoal solta um "imagina, tudo bem" ou "nem se estressa", saio na porta sentindo o vento frio e analiso as gotas de água escorrendo pelas janelas dos carros por causa da chuva, e ignoro indo até meu carro, Eu tinha um motivo por ser assim...ele não sabia qual era, nao sabia o porquê eu sempre deixava dinheiro para caridade, ou o porquê eu nao ligava para o dinheiro, entro no carro e o ligo, novamente eu não chorei, eu sou forte...eles estão errados...eles não sabem tudo oque eu passei para chegar aqui, pode me chamar de , fria, egoísta, e sagaz, mas não me chamem de fraca, eles não sabem quantas vezes eu fui dormir com a garganta doendo de tanto segurar o choro, e sobrevivi...volto para casa escutando música e pensando em tudo oque ele falou, nos sonhos, nos cortes, em tudo, nem percebendo qual era a música que estava tocando, entro na garagem do prédio e saio do carro com o casaco no ombro pensando na vida, o barulho do salto ecoava pela garagem quase vazia, somente com alguns carros caros, até porquê ninguem fica em casa em uma quinta-feira   na qual a sexta é feriado, aperto o botão do elevador e adentro o mesmo me encarando no espelho, meus olhos estavam levemente vermelhos, pareciam mortos, não brilhavam, mas eu nao ligava, eu nao posso chorar, as consequências eu aguento, o cabelo levemente molhado pela chuva e a maquiagem levemente borrada, com o batom quase sem cor, o elevador sobe e para no meu andar, entro em casa caminhando e ligo a luz, Gemma parecia triste e ansiosa ao me ver
-oi...-sussurra baixinho
-oi-murmuro tirando o casaco do ombro e pondo na cadeira
-como foi a noite?-pede
-otima...-minto sorrindo e ela sorri satisfeita como quem diz "Harry não fez merda"  ela tava errada mas eu ia a deixar sonhar
-gabby eu queria pedir desculpas por...-ela começa e eu a interrompo
-tudo bem, não quero falar-falo e sorrio-ja esqueci o assunto-ela assente feliz  e retribui o sorriso, se ela soubesse o quanto tava doendo sorrir para ela daquela forma sabendo que a mesma pessoa que eu acabei de gritar era o motivo de estarmos ali, era péssimo, mas agora ela parecia feliz, e ela nunca fora o problema, simplesmente não a queria triste... as pessoas deviam ser felizes, para que quando dormirem a noite, não tenham medo do monstro que esta em baixo da sua cama...

*OIIE GENTEE!! VOLTEI!! CAPÍTULO DEPRESSIVO? UM POUCO, MAS ERA PRECISO ANJOS, ESPERO QUE GOSTEM DO CAPÍTULO ACIMA DE TUDO, PQ EU AMEI ESCREVER, SEJA COMO FOR BOA LEITURA E NAO LIGUEM PARA OS ERRINHOS, ATE A PRÓXIMA GENTE   XOXO*

mimado da carteira ao lado H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora