Capítulo 3

11 2 0
                                    

Eu ainda não sei pra onde ir, mas de uma coisa eu tenho certeza: não passo mais um mês suportando morar com esse monstro! Algumas ideias passaram pela minha cabeça, e como estou realmente disposta a fugir tenho certeza que algumas delas vão me servir.

Hoje mais cedo ele disse que irá trazer dois comparsas para vir jantar. Não basta ter que suportar e cozinhar pra um "sem coração", vou ter que suportar três e ainda por cima com um sorriso falso no rosto.

Ele quer que eu aja com "naturalidade" como se eu fosse apenas a empregadinha/filha imprestável.

Não estou contente com isso, aliás pra mim isso está cheirando a má coisa, as reuniões com esses comparsas nunca são nessa casa e sim em algum esconderijo de drogas desse povinho.

Confesso que medo eu não tenho mais, aprendi a viver como "foragida" sendo que eu nem sou uma. Mas que a cara desses homens ainda dá um frio na espinha ainda dá! Sim, já vi alguns deles quando passaram aqui pra esconder algumas provas de assassinato e até o corpo de uma garotinha. Isso sim foi sinistro!!

Comecei a preparar o jantar às 18:30,  lavei as mãos e comecei a temperar a carne que o monstro havi/a pedido para preparar. Coloquei no forno e coloquei a segunda água no arroz, fiz o feijão carioca, de excelente qualidade por sinal, e fiz a salada de beterraba com alface.

Em vez ou outra ele aparecia na cozinha para vigiar o que eu estava fazendo. E às vezes juntamente com a companhia ilustre dele vinha acompanhada a famosa frase: "_Vê se faz direito" ou "Não quero nada mal feito".

Se eu não fosse tão calma tenho certeza que a faca que estava na minha mão já teria sido encravado no seu pescoço. Não vou mentir que essa vontade talvez tenha passado na minha cabeça, mas como tenho uma péssima mira reconsiderei a ideia e deixei pra uma próxima vez.

Como eu sabia que ele não me deixaria comer aquele banquete, pra alguns isso é petisco mas pra mim é banquete, preparei meu ensopado de batatas, era apenas isso que ele me deixava comer, além dos restos de carne dele que eu preferia oferecer a lixeira e também os raros domingos que ele me deixava comer frango.

Confesso que consigo roubar umas coisinhas dos armários aqui e ali, mas é como risco de morte. Roger entrou na cozinha e dessa vez não estava com cara de fiscal.

-Suba e se vista, o quanto mais apresentável estiver melhor, caso alguém queira lhe comprar pra revender... Não deixarei de avaliar as propostas.- m ele ri com os dentes de orelha a orelha me deixando assustada. Por fim arregalei os olhos e assenti com a cabeça.

Ele ri ainda mais curvando o corpo para trás com a mão na barriga -Estou só brincando sua idiota, gosto de ter uma boneca de sexo.

Meu ódio subiu dos pés a cabeça deixando meu rosto muito vermelho mas apenas subi para fazer o que ele me pediu. Vesti uma calça jeans pretas já meio desgastada e pouco desbotada e uma blusa de manga longa azul marinho pois a cor já havia desbotando um pouco também.

Finalmente desci e quando cheguei a cozinha Roger estava apreciando o cheiro da minha comida. Se virando pra mim sua expressão mudou para supreso, porém um surpreso não muito bom.

-Essa é a melhor roupa que você tem?- ele me avalia- não que te deixe menos gostosa mas que horror-ele ri

-Foi o melhor que consegui- falei firme e abaixei a cabeça e ele passou por mim esbarrando em mim quase me fazendo cair por eu não estar tão forte  como alguma pessoa normal de 17 anos.

De repente a campainha toca às 20:00h em ponto.

Bom hoje a noite vai ser longa!

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 01, 2019 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Por Que Comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora