Enfim, a Moeda!

36 0 0
                                    


Vasculhei o bolso e retirei o celular que guardava, na tela, a última foto. Não havia ninguém na imagem, somente o nevoeiro.

- Mas... Como? - Senti faltar a voz.

Com as mãos trêmulas, tentei disfarçar o pavor. Apalpei minha roupa como se estivesse à procura de algo que fosse capaz de salvar a minha vida. Enfim, encontrei a única moeda que sobrara no fundo do bolso da minha calça jeans surrada.

Imediatamente a ofereci.

Vi seu braço pálido se esticando. A mão descarnada com dedos finíssimos e unhas arrebentadas. Agarrou a moeda como quem embolsa um tesouro. Cerrou a mão com força, trancando-a na palma. Sem levantar o olhar, contraiu o rosto, como se estivesse sorrindo e desapareceu como surgiu, por entre a neblina.

A PonteOnde histórias criam vida. Descubra agora