Capítulo 6

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Anna.

Chegamos na casa de praia do Max uma hora depois, exatamente. Kelmer era o mais empolgado e logo que saiu do carro pulou na piscina. Sim, de roupa e tudo.

Eu preferi passear pela casa. Ela estava igual como há dois anos e é claro que eu estremeci ao parar na porta de um dos quartos de hóspedes. Foi naquele quarto que eu perdi minha virtude.

Engoli em seco e entrei. Para vencer os traumas é preciso enfrenta-los, então, deixei minha mala em um canto e decidi que iria dormir ali mesmo.

- já se acomodou?

A voz do Andy ultimamente me deixava nervosa e no bom sentido. Respirei fundo e me virei para olha-lo.

- é, eu vou ficar por aqui. E você?

- no quarto ao lado.

Ele me olhava por inteiro e aquilo já estava me matando.

Quando ele ia dizer algo meu Deus?

- Max e Kelmer querem ficar na piscina, tá a fim?

Ele pergunta sem me olhar, passeando pelo quarto como se fizesse uma inspeção.

- talvez eu passe por lá, mas quero dormir cedo, estou bem cansada. Meus pés estão me matando. - reclamei lembrando do quanto eu fiquei em pé na lanchonete

Percebo que Andy se aproxima de mim e fala tão baixo que quase sussurra.

- será que podemos conversar depois?

Uma onda de calor e adrenalina tomaram conta de mim. Ele me olhou com aqueles olhos grandes e castanhos, exibindo aquele cabelo bagunçado como se tivesse acabado de transar e aquela barba mal feita. Ele era muito lindo. O tipo de cara que você quer beijar e passar a noite, mas eu realmente nunca tinha pensado em nada disso, até aquele dia.

- o que quer conversar?

Ele olha para o nada e volta a olhar pra mim.

- sobre umas coisas que eu estou sentindo.

Minha nossa, eu estava suando. Literalmente.

- coisas que está sentindo? tipo, está passando mal? - brinquei, batendo no braço dele e soltando uma risada nervosa

Eu fiz isso mesmo?

Ele também ri, mas logo volta à seriedade.

- estou falando sério Anna.

- porque não me diz agora?

Ele abre a boca surpreso como se não esperasse minha cobrança.

- ann, vamos na piscina, temos o final de semana inteiro ainda.

Minha nossa, ele estava mesmo fugindo?

- tudo bem, se o que tem pra me dizer não é importante... - provoco

Ele sorri de novo e seu rosto muda de cor.

- claro que é importante. E eu acho até que você já sabe o que é.

Engulo em seco e resolvo continuar a provocação.

- eu não sei, você não me diz.

- mas eu vou dizer. Só não quero falar agora.

- porque não?

- você está cansada, com a cabeça cheia de coisas do dia, eu quero falar quando você estiver completamente relaxada.

Eu queria gargalhar.

- relaxada? por acaso vai me fazer algum convite sexual?

Eu ria e muito. A cara dele era engraçada e a formalidade só deixava o clima ainda mais descontraído.

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora