Dependency • Chris and Eva

022||Guilt

CHRIS SCHISTAD

Domingo, 09:47

Meus olhos ardem quando o sol vindo da janela reflete direto no meu rosto. Um palavrão escapa da minha boca e me viro de lado já saindo da cama. O contado do chão frio com meus pés, me arrepiam por inteiro.

Sigo em direção ao banheiro para lavar meu rosto. Jogado no canto do cômodo estão as roupas que usei ontem, a camiseta suja de sangue. Isso me serve como um lembrete de levá-la para a lavanderia, não quero dar mais esse desgosto para minha mãe.

Resolvo tomar um banho pelo fato de não tem tomado quando cheguei. E isso faz eu me sentir muito melhor. A água quente parece fazer meus músculos relaxarem.

Enquanto estou me secando ouço barulhos vindo lá debaixo. Provavelmente minha mãe preparando o café. Mas meu coração logo acelera dentro do peito quando ouço a maldita voz dele.

Coloco apenas uma calça, e corro em direção a cômoda do lado da televisão abrindo a última gaveta, e tirando do fundo, meu revólver.

Desço as escadas em silêncio com a arma atrás das costas. Sua voz cada vez mais alta e clara. Quando estava no andar de cima conferi para ver se a Linn ainda estava dormindo, relaxei um pouco quando conclui que sim.

Viro a esquina da cozinha e vejo Krower de frente para a minha mãe. A raiva me sobe na hora, minha respiração fica desregulada e então ele me nota.

Se vira para mim com o olhar frio, e o sorrisinho irônico. Se eu não soubesse que ele tem no mínimo três homens lá fora que me matariam no segundo em que andasse em sua direção, o mataria aqui e agora.

Consigo sentir o medo da minha mãe de longe. Por mais que ela saiba que ele provavelmente nunca encostaria um dedo nela. Lhe lanço um olhar garantindo que tudo ficaria bem.

"Olá Christoffer." Sua voz corta o cômodo onde antes só se escutava nossas respirações.

"O que está fazendo aqui?" Esbravejo.

Ele ri e começa a andar em direção a geladeira. Meu sangue parece correr mais rapidamente pelas minha veias.

"Senti saudades de você." Diz divertidamente.

Reviro os olhos.

"O que caralhos você está fazendo aqui Krower?" Falo em um tom de voz moderado, fazendo de tudo para não acordar a Linn.

"Não sou bem vindo mais nessa casa?" Pergunta se fingindo de ofendido.

Apenas fico lá o encarando, sem paciência para ter que responder mais um de todos os seus joguinhos.

Krower olha para meu braço escondido atrás das costas e depois sobe o olhar até o meu rosto, me encarando com dó.

"A arma não será necessária, filho." Pisca.

Abre os armários como se fosse o dono da casa, nesse momento minha mãe está sentada na bancada com a postura ereta. Ela não demonstra para ele, mas esta morrendo de medo.

Fecha os armários não tirando nada do lugar. Se vira para mim cruzando seus braços na frente do peito.

"Precisei despachar alguns homens..." Começa, e eu percebo seu cenho franzido. Não sei o motivo, mas esse filho da puta está preocupado com alguma coisa. "Então, você vai sair da venda de drogas..." Não me surpreende, noto também olheiras profundas embaixo de seus olhos. O que quer que esteja preocupando ele, está fazendo um ótimo trabalho. Nem lembro a ultima vez que vi Krower com essa aparência de merda.