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CHRIS SCHISTAD

Sexta-feira, 19:58

Sinto a água quente caindo nas minhas costas, parece que as tensões da semana inteira passam no primeiro minuto de banho.

Corro as mãos pelo meus cabelos e encosto a cabeça na parede. Estou cansado para caralho, fiquei a tarde inteira trabalhando.

Não tenho nenhum orgulho em dizer que 'trabalho', até porque não sei se é considerado um trabalho, se é fora da lei.

Acho que é mais conhecido como crime mesmo.

Chamem como quiserem.

Meu querido papai me designou terça-feira que eu só ficaria atrás das negociações de drogas, ou seja, passo a maior parte do tempo em ruelas ou Raves.

Melhor do que negociar armas, disso eu tenho certeza. Mas Krower não me encarregou de uma das tarefas mais fáceis atoa, ele vai usar isso mais para frente, não sou idiota. Aquele filho da puta não faz nada sem ser para ele mesmo.

Bom, resumindo todo meu 'trabalho' é que desde os nove anos eu faço parte de uma máfia, Krower comanda a maioria da Noruega, mas ela continua em outros países.

Nunca desde a criação do 'grupo' algum integrante foi preso ou pego pelo governo, isso é fácil de se explicar. Todos os grandes políticos, policiais, tenentes fazem parte da máfia. Desse jeito é bem mais fácil conseguir o que o chefe pede.

Como eu já disse, tráfico de drogas é o mais tranquilo dos serviços. A máfia possui, assassinos, espiões, tráfico de órgãos, prostituição e tráfico de armas.

Nunca tive contato com nenhum dessas pessoas, fora o Krower e seus seguranças. Apesar de Oslo ser a capital, as únicas coisas que a máfia faz por aqui são o tráfico de drogas e armas.

O que foi exatamente as duas únicas coisas com que já trabalhei. Não devia ser tão ruim para mim, não faço nada demais, não corro o risco de ser pego pela polícia que é praticamente toda controlada.

Mas só eu sei como é difícil dormir à noite, só eu sei a vergonha que sinto de mim mesmo, o desgosto que isso traz para minha mãe. Não tive escolha, eu entrava para a máfia ou era a minha mãe.

Krower era obcecado por ela, não gosto nem de pensar em todas as merdas que ele já fez ela passar. Já passou de amor à muito tempo atrás.

Realmente não faço ideia como o pai  da Linn ainda está vivo, Dona Aimee deve ter feito alguma coisa, por mais perigoso que Krower seja, ele nunca faria nenhum mal para ela especificamente.

Mas é claro que isso não se aplica a mim.

Nossa relação é constituída no ódio, ele não é meu pai, é o meu chefe.

Então desde os nove anos eu venho trabalhando com gente perigosa, nunca tive uma adolescência. Mas melhor eu do que minha mãe.

Nunca vou deixar nada de mal acontecer com ela e com a Linn, elas merecem apenas as melhores coisas do mundo e eu vou garantir que elas tenham.

Depois de refletir sobre todos os meus problemas, termino o banho me enrolando na minha toalha e saindo para o quarto.

Quando ergo meu olhar encontro Dona Aimee escorada no batente da porta me olhando divertida.

Dependency • Chris and EvaOnde histórias criam vida. Descubra agora