I
Marcus
12/06/2016
Levantei mais cedo do que costumava aquela manhã de quarta-feira. Observei minha esposa, os cabelos dela estavam bagunçados e esparramados nos travesseiros e a linha de sua boca formava um sorriso.
Me levantei e desci as escadas, não quis acorda-la, imaginei que estivesse cansada devido a festa da noite anterior dada por Benjamin Torres para lançar o seu candidato a presidência.
Fiquei me perguntando como Mauro se sentiria ao ver Benjamin anunciando outro nome que não fosse o dele, mas Mauro não tinha comparecido a festa.
Mal me sentei a mesa e Ivone, minha empregada, me serviu uma xícara de café, tomei um pouco do conteúdo dentro da xícara observando a mesa farta de comida que eu e minha família não iríamos usufruir nem da metade.
Isso me fez lembrar de uma vez que subi no morro em uma operação militar, eu e minha equipe encontramos um barraco cheio de intorpecentes, o problema era que o meliante era menor de idade e logo estaria solto nas ruas fazendo as mesmas coisas. O garoto não aparentava ter nem 15 anos e vivia naquele barraco fedido com sua avó e seu irmão menor. Ele não era negro, mas vivia como um favelado em condições precárias, pouca comida, sem energia, não frequentava a escola... estava em um caminho que o setenciaria a morte, cedo ou tarde.
Eu era negro e tinha duas filhas da mesma etnia e levávamos uma vida boa. Claro que eu tinha batalhado bastante até chegar ali, pois eu tinha vindo de uma família pobre. Então depois que cheguei em casa, naquele dia, contei a história para minha mulher, que era assistente social, e pedi a ela que ajudasse aquele garoto, aquela família.
Ouvi alguém descendo as escadas, olhei em direção a porta e vi a minha filha de cinco anos vindo em minha direção ainda vestida na roupa de dormir, o cabelo bagunçado, eu me curvei completamente para retribuir o abraço que ela me deu gemendo um:
- Bom dia papa...
Respondi o seu bom dia e dei a ela um sorriso.
Então minha outra filha apareceu na porta com cara de poucos amigos, ela já estava vestida no uniforme da escola e sentou a mesa sem falar nada.
- Bom dia pra você também - falei a ela depois de tomar um gole do café.
Ela me olhou severamente e revirou os olhos, eu ri por dentro, mas continuei com a expressão estável. Ela ainda deveria está zangada por eu não ter deixado ela ir à uma escursão da escola. Essa raiva passaria logo, pois ela era apenas uma adolescente.- Querido...
Ouvi a voz de Vivian, minha mulher. O tom de voz e seu rosto pálido me fizeram ficar atento e eu me levantei da cadeira em um pulo, os punhos fechados, esperando algo.
- Você precisa ver isso - ela falou e sumiu pela porta.
Eu a segui e me deparei em frente a TV com o seguinte noticiário:
"Avião que levava o Presidente Benjamin Torres de volta a Brasília caiu na madrugada desta quarta-feira..."
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Quem Matou O Mundo?
General FictionPerto do fim, as forças do mal lutam para dominar o mundo infiltrados na política, na mídia, e nos demais poderes que tentam controlar suas massas. Mas ainda há uma esperança para o povo? Alguém surgira em meio ao caos que os maus trouxeram e dará f...