Capítulo 5

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- Sabe? - Perguntei um pouco assustada.
Oras, um cara estranho chega, falando que me te conhece, qual seria sua reação?
- Sim. - Ele disse sério, mas logo começou a falar sorrindo. - Você é uma garota estudiosa, que pensa muito no seu futuro. Não tem muitos amigos, porque não consegue lidar direito com as pessoas. Pensa muito na família, apesar de ser afastada dela, tem e teve muitos problemas na vida, mas sempre leva tudo de cabeça erguida. É muito orgulhosa e competitiva, nunca se da por vencida em nada, sempre luta para ser a melhor em tudo, e consegue. - Ele parou para respirar e eu estava com o queixo caído, ele me definiu completamente. - Eu conheço muito bem as pessoas.
- É, estou vendo! - Levantei tomando o último gole de whisky. - Eu vou embora. - E saí andando.
Fui até Sam e disse que iria embora, ela tentou me convencer a ficar, mas disse que estava passando mal, então ela desistiu.
Chamei um táxi e fui direto pra casa.
Quando cheguei, que botei o pé em casa, senti um alívio enorme,  pude respirar normal.
Comecei a tirar minha roupa e botei um pijama, escovei meus dentes e deitei na cama, olhando para o teto.
Eu fiquei com medo, porque ninguém nunca me definiu tão bem, nunca me conheceram bem, e aquilo foi aterrorizante. Só vi aquele homem duas vezes na minha vida, e ele disse aquilo tudo, e disse tão forte de si.
Adormeci depois de tanto pensar, meu cérebro quase fritou.
...
Ela estava sorrindo após lamber o sangue da faca, mas logo depois ela começou a chorar. Seu choro começou com uma simples lágrima que escorreu, mas depois foi se tornando cada vez mais intenso, e os soluços só aumentavam. Ela foi se afastando dos corpos após largar a faca ensanguentada.
Ela se encostou na parede e logo eu não estava mais assistindo, e sim vivendo aquilo.
Eu senti uma dor enorme no peito, mas não sabia distinguir qual sentimento a causava.
Era um misto de arrependimento e tristeza, mas tinha algo amais.
De repente ouve-se uma voz masculina. Não dava para distinguir quem seria, pois a voz estava longe, e tinha um barulho estranho, parecia um motor.
A menina (eu) fala algo e eles começam a conversar e o barulho insuportável do motor começa a aumentar, e aumentar..., eeee...
PIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Meu despertador toca, e eu pulo assustada.
Estava suando, outro pesadelo idiota.
Desliguei o despertador e levantei. Tomei um banho, tentando relaxar, mas não tirava o sonho da minha cabeça. Foi muito estranho, pois parecia continuação do outro pesadelo que tive. Era a mesma cena, o mesmo local, a mesma garota...
Depois de me arrumar e tomar café, saí de casa.
Hoje não estou com disposição para andar, então nada mais justo do que pegar um ônibus.
Após chegar na minha linda e bela faculdade (só que não), fui para a aula e prestei o máximo de atenção que consegui, porque depois fiquei pensando no sonho e na noite passada.
Não consegui me concentrar no resto das aulas, e na hora da saída, tive uma grande surpresa, mas não das boas.
- Olá Jennifer! - Jack disse, estava parecendo com Justin, que bizarro.
- O que você quer? - Fui logo direta.
- Só quero conversar. - Parou, talvez para saber se eu dar oportunidade dele falar. - Me desculpe por ontem, talvez tenha te assustado.
- Você acha? - Fui irônica o suficiente para ele saber que eu estava sendo irônica.
- Me desculpe. Olha, você não me conhece, eu sou um pouco estranho as vezes, mas é só porque queria fazer amizade. - Ele mudou totalmente a feição e o jeito de falar, nem parecia a mesma pessoa, que bizarro.
- Que jeito estranho de fazer amizade. - Disse cruzando os braços.
- Se eu tiver uma segunda chance, posso mostrar meu lado divertido. - Sorriu, dessa vez não foi um sorriso malicioso, foi um sorriso normal.
- Eu mal te conheço.
- Exatamente! Vai ganhar a chance de conhecer.
- Mas eu não quero te conhecer. Me deixa em paz! - Comecei a andar, mas parei quando ele disse:
- Te deixo em paz, se você topar sair comigo para nos conhecermos melhor.
- Você lembra que te disse que tenho um namorado? - Perguntei levantando uma sobrancelha.
- E você se lembra que disse que quero fazer amizade?
Eu pensei, mas não muito pensado e respondi a pior coisa da minha vida.
- Ta bom! Vou te dar uma chance de se redimir.
- Ok. Te pego amanhã às 20:00h.
Eu peguei seu celular e anotei meu endereço, depois me virei e fui embora, após recusar a carona que ele me ofereceu.

Por debaixo do VéuOnde histórias criam vida. Descubra agora