~ Ela:
Terceiro ano é um saco, todo mundo botando pressão pra passar no vestibular, folhas e mais folhas de exercícios, surge cursinho até do inferno. Falando a verdade, aluno do último ano, quando não tá chorando, tá fazendo exercício, estudando, isso é fato.
Tudo bem, a gente ainda tava no início do ano, era tudo calmo, mas só de pensar no final do ano, já me assustava. Eu já estudava a uns 7 anos lá e nunca tinha reparado no jornal da escola. Um dia conversando com David surgiu a ideia.
- Mano, tu sabia que tem um jornal aqui na escola?
- Sabia
- Ah... E dá pra participar disso?
- Dá, só falar com o professor de Sociologia que ele bota teu nome lá.
- Bora lá na sala dos professores
- KKKKK meu Deus, quem é você e o que fez com a Laura?
- Nada ué, eu só queria fazer alguma coisa útil, pelo menos no último ano
David era meu "melhor amigo" vamos dizer assim, tava comigo em tudo quanto é canto, a gente junto não prestava. Fomos até a sala dos professores, me inscrevi e forcei ele a se inscrever também "só no caso de nada dar certo", depois fomos pra sala, maravilhosa aula de literatura, eu amava aquela professora "AH TÁ KKK".
Intervalo. Resolvi contar pro David o que tava acontecendo, ele deu um berro e riu -"bem loka a bicha".
- MANO, OLHA PRA MIM, TU NÃO PODE FALAR PRA NINGUÉM, TÁ OUVINDO?
- Ih mana, te acalma, não vou contar não
Meia hora depois, eis que esse ser humano me abre a boca pra amiga dele, " ô boca maldita, Jesus"
- DAVID, O QUE FOI QUE EU TE FALEI - gritei do meio da sala, o infeliz tava sentado lá no fundo fofocando.
- Ai mana, desculpa, mas foi só pra ela, eu juro - Juro? Eu quis esfregar a cara dele no chão, mas como não dava, só resmunguei e Julianne percebeu:
- O que foi mana?
- Contei uma coisa pro David e ele saiu falando pra amiguinha dele
- E sobre o que é? - Contei a história de novo, já tava ficando chato essa porra.
- Own, que bonitinha kkkk
- Ow, pode parando, nem sei se procede mesmo, não fica criando expectativa não.
- Ai credo, só falei que é bonitinho tu tá gostando de alguém.
- É, pode ser.
No intervalo a gente ficou se olhando de longe, isso me agoniava, eu queria falar com ela. Recebi uma mensagem no celular sobre o jornal da escola, dizendo que ia ter uma reunião hoje de tarde, -"é uma chance, mas hoje? Hoje não dá, eu não tô preparada psicologicamente. Ora dane - se o psicológico, vou assim mesmo".
Na hora da saída, dispensei a carona da Julianne e fui pra esperar na sala da coordenação. 14:00, só eu, a tia do corredor e o pessoal da tarde, a reunião era 15:10, e nada dela. Resolvi ouvir música, coloquei os fones, 7/27 era o único álbum que me mantinha "calma".
14:20: nada
14:40: nada dela ainda, deitei a mochila na mesa e abaixei a cabeça. Quando eu acordo são 15:05, me levanto o mais rápido possível, e pergunto:- Tia, onde é a reunião do jornal?
- Minha filha, você tá com a cara toda amassada, KKKKK, vai ser no laboratório
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Ela (Her)
Teen Fiction"Eu gostei dela desde a primeira vez que eu bati o olho, e agora tudo o que eu faço é pensando nela, não literalmente, mas é inevitável não lembrar dela, entende?! "