Boa madrugada.
Quem é viva sempre aparece né? Bom, para aqueles que são leitores de Nightmare, paciência, é a unica coisa que posso pedir para vocês. Eu já voltei a escrever a fic, então já sabem, tem atualização chegando.
Bom, essa fanfic Horizontes, é diferente de tudo que eu já escrevi na minha vida, ela é tão intima para mim, que parece que eu estou nua diante de vocês.
Espero do fundo do coração que vocês gostem, porque eu realmente estou viciada em escrever essa fanfic, me sinto tão livre, sabe? Uma sensação maravilhosa.
Vamos ao que interessa.
-/-
Lauren POV
O tempo passa! Uma afirmação, mas o que você considera como tempo? Não estou falando de tempo/clima, mas sim a duração de um período de uma época, passado, presente e futuro.
Então volto a afirmar que o tempo passa. Tudo bem que vira e mexe eu vivo brigando com ele, por quê? Porque ele simplesmente não passa rápido, ou passa? Não poderei responder essa questão nesse momento, porque preciso por algo mais para decidir se ele passa rápido ou não, confuso? Também concordo. Vamos voltar no tempo, passado.
Aos 13 anos (isso me lembrou o filme "aos treze"), eu queria ter 16. Quem nunca? Pois é, mas enfim, o tempo parecia não colaborar comigo, eu queria fazer as coisas que meus amigos mais velhos faziam ou ver o que eu viam na TV, sair com os amigos, beber, beijar essas coisas de adolescentes. Mas meus pais sempre falavam "Lolo você é muito nova" ou algo como " sua hora vai chegar". Eles falavam a verdade, o tempo passou e meus 16 anos - tão esperado – chegou, demorou, mas chegou.
O que mudou? NADA.
Bem, na verdade mudou, eu podia sair e fazer as coisas que eu desejava, mas a verdade é que aquela angustia – que eu não sabia defini-la – continuava em meu peito.
Se eu estava feliz com meus 16 anos? Adivinha? Não, porque eu sou dessas eu queria mais, queria meus 18 anos, porque? Simples, eu queria ser adulta e ser tratada como tal, eu pensava que era muito "cabeça" para minha idade.
Procurando mostrar essa maturidade que eu dizia ter, comecei a trabalhar, sim 16 anos trabalhando meio período em um mercadinho perto de casa. Mas eu fui tola, tola em acreditar que conseguiria provar minha maturidade aos meus pais. Eles ainda controlavam minha vida, como meu pai dizia " enquanto você viver embaixo do meu teto, você deve satisfação", hoje eu vejo que eles estavam certo, mas eu precisei esperar o tempo passar para enxergar isso.
Enfim, 18 anos e com isso uma bagagem cheia de frustrações aparentemente sem motivos, e o que eu fiz? Isso mesmo, fingi que não existia problema nenhum, não por que queria esconde-las, mas sim por não saber o que me causava aqueles sentimentos.
Eu apenas achei que seria algo sem importância, todo mundo passa por alguma dificuldade em sua vida, e porque eu seria a "diferentona" em fazer drama por algo que eu nem sabia o que era. Mas acho que na verdade eu estava com medo, medo do meu lado sombrio aflorar, medo de descobrir o porquê, medo de achar as respostas. Medo, medo, medo...
Eu era, eu sou, eu serei uma bagunça.
Mas eu estava feliz pelos meus 18 anos. A maior idade, maturidade, praticamente uma adulta e as responsabilidades que tanto sonhei, caindo sobre meus ombros aos poucos sem eu perceber.
Mas sabe aquela angustia que eu falei? As frustrações que eu deixei de lado? Bem, elas estavam ali novamente, ou digamos que estava mais intensa, só que mais uma vez eu as deixei de lado, sabe porquê? Eu era uma adulta agora, não tinha tempo para cuidar desses dramas insignificantes, fui tola mais uma vez em acreditar que eram insignificantes.
Eu tinha que decidir que profissão eu teria no futuro. Então apareceu aquela perguntinha no fundo da minha mente que me incomodava e que tirava meu sono, a perguntinha que valia um milhão de dólares.
O que eu queria fazer? O que eu queria ser?
Uma noite, uns três dias antes de fazer a inscrição do vestibular, lembrei do que eu vivia falando quando era criança para os meus pais.
- Quando crescer eu quero trabalhar igual o tio Simon –
Mesmo assim, continuei sem uma resposta até o dia do da inscrição, eu cheguei a fazer uma lista das coisas que eu gostaria de exercer, mas aqueles medos, e frustrações que eu fui deixando para atrás, foram se mostrando em cada opção que eu riscava da minha lista.
Policial, fora de forma, não poderia ter tatuagens a mostra, e se houvesse um tiroteio? – Opção descartada;
Medicina, nove anos estudando – Descartada;
Educação Física, acima do peso, joelho podre – Descartada;
Veterinária, choraria com cada animalzinho maltratado que passasse por mim – Descartada;
Música/Cantora, velha demais, timidez nível master – Descartada.
O dia chegou, prestei o vestibular em meio as lagrimas, por estar confusa sem saber o porquê e fui aceita nas três opções que escolhi. Primeira Ciências Contábeis, herança de família; segunda Engenharia Civil, sempre joguei Sim City e o que isso tem haver? Bom, eu gostava de construir as cidades e achei que engenharia seria uma boa, esse argumento soou convincente em minha cabeça na hora de escolher as opções; terceira e última e, menos importante, Química, por que? Me pergunto isso até hoje.
Três opções totalmente diferente, por que? Porque eu não tinha a mínima ideia do que fazer, o que escolhi? Ciência Contábeis por que? Na época achei a opção mais sensata e fácil a se fazer, pois fazia um ano que o tio Simon havia me chamado para trabalhar com ele, e adivinha só, com que ele trabalhava? Isso mesmo, contabilidade.
Mas é aí que mora o perigo, no fácil, nem sempre o fácil é bom, nem sempre é o que você quer, nem sempre é o que você precisa.
Mas eu tinha 18 anos, praticamente adulta, pressão em casa e um Everest de frustrações, não pensei, não calculei, não fiz nada além de fazer a matricula.
Faculdade abre sua mente, isso é uma grande verdade, você passa a enxergar cada coisinha mínima e percebe o mundo de possibilidade que você pode ter, que pode alcançar.
Você se apaixona, se envergonha por coisas, aprende inúmeras coisas uteis e inúteis também, e tem vários porres nos bares próximo a faculdade.
Mas o que você realmente leva para sua vida, quando aquele ciclo termina, são as amizades e a aprendizagem de cada aula, até daquelas que você julga ser inútil.
E foram nesses quatro anos de faculdade que eu me afundei, mas eu, eu não sabia disso, hoje eu vejo depois de revirar meu passado procurando o "Q" da questão. Foi nesses anos que me deixei sentir a dor e minhas frustrações.
Eu era apenas uma garota de 18 anos, achando que sabia de tudo, mas a realidade me mostrou o oposto, o que eu julgava ser insignificante, que dizia ser drama da pessoa que passava por aquela situação, se tornou uma realidade para mim, não percebi naqueles quatro anos, mas hoje eu reconheço.
Eu julguei sem conhecer sem sentir na pele, e hoje eu sinto tudo em cada osso do meu corpo, em cada batida que meu coração, em toda vez que ele se quebra e sangra.
Mas eu tenho outro "Qs" para responder.
Quem sou eu? Eu sou feliz? Quem eu me tornei? O que eu fiz nesse tempo?
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Como estamos? Continuo?
Eu já tenho alguns capítulos prontos, mas vai depender da reações de vocês, para mim soltar o próximo.
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Horizontes - Camren
FanfictionNão havia o que procurar, não havia horizontes, não havia amor ou saudades, na verdade não havia nada alem de medos, frustrações e incertezas. Quem sou eu? Eu sou feliz? Quem eu me tornei? O que eu fiz nesse tempo? Procurava essas respostas todos o...