Desde que terminei com a Yasmin, não me sentia bem com nada. Quatro meses já haviam se passado, William me dava a maior força para tudo. Conhecer alguém novo, ficar com alguém em alguma festa, fazer qualquer coisa que distraísse a minha cabeça. A verdade é que na maioria das vezes não funcionava.
- Chris, checa na porta pra mim por favor quem está entrando, não quero penetras hoje - William falava meio bêbado.
- Ok.
William era como um irmão para mim. Ele me ajudou demais quando meus pais decidiram se divorciar. Sempre que vou mal em alguma matéria ele está la para me apoiar, amigos desde que tínhamos 6 anos.
Cheguei na porta e fiquei de olho nas pessoas que entravam. Era muita gente entrando, muita gente saindo, mas dava para controlar sim. No meio da galera que entrava e saía, uma menina me chamou a atenção: era a garota que eu quase tinha atropelado pela manhã. Será que ela viu meu rosto? Ela vai me reconhecer? Fiquei um pouco tenso, mas ela passou pela porta com o celular na mão, olhando fixamente para a pequena telinha luminosa. Puta merda, ela era linda. Não tinha parado para reparar isso hoje de manhã.
- BUU - William disse baixinho em meu ouvido, porém me fazendo tremer por dentro de susto.
- Porra, cara! Sabe que eu odeio essas coisas.
- Tudo bem, tudo bem. Vai lá, é sua chance - a cada duas palavras ele tomava mais um gole de... sei lá o que ele estava bebendo.
- Do que você está falando?
- Não se finja de bobo, Chris. Eu vi você comendo aquela garota com os olhos - isso me incomodou um pouco, eu estava apenas observando-a - Vai, eu fico aqui na vigia.
- Você não sabe o que está falando - saí de la balançando a cabeça em reprovação.
|...|
Com uma bebida na mão, eu a observava conversando com as amigas. Uma delas eu já conhecia, a Chris. Temos o mesmo nome, e acabamos usando isso como aproximador da nossa amizade. Ela era uma boa pessoa. Mas meus olhos naquele momento estavam fixos em uma única menina, de cabelo ruivo escuro e com um sorriso magnífico. Fiquei refletindo sobre o que William disse. Acho que não custa tentar. Levantei, ignorando todos ao meu redor e abri um sorriso, ela olhou na minha direção, correspondendo ao meu sorriso.
- AONDE ELA ESTÁ, PORRA?! - isso atrapalhou totalmente o momento. Quem era o animal que estava a berrar na porta?
- Sai daqui cara! - podia ouvir William falando.
Cheguei mais perto e eu não conhecia o menino que estava parado na porta. Enquanto ele se debatia para tentar entrar, alguém passou correndo por mim, esbarrando em meu ombro. Era ela.
- Jonas! Pelo amor de Deus, o que está fazendo?! - então quer dizer que seu nome é Jonas e ela o conhece? - Isak, leve para casa - aparentemente, Isak era o outro garoto, o que tentava puxar Jonas para fora da casa.
- Olha esse vestido! Está igual a uma puta! A uma P-U-T-A! - corri ate o mesmo, o segurando pelos ombros. Isso me permitiu sentir o cheiro de uísque que saía de sua boca.
- Você vai sair daqui agora ou eu chamo a polícia - William deixou bem claro.
- Vamos, Eva. - ele disse dando as coisas e começando a descer os degraus. Olhei para a menina, que agora sabia o nome, e seus olhos estavam cheios de lágrima.
- Eu não vou a lugar nenhum com você. Eu fico aqui. - uma lágrima desceu de seu rosto, porém se manteve firme.
- Aqui? Nessa merda de festa? Eu acho melhor você vir comigo agora.
- Quem tem que achar é ela, e não você seu babaca. Cai fora - o que exatamente eu acabei de falar? Todos me olharam perplexos e então, em um segundo, ele partiu pra cima de mim, me empurrando contra a parede.
- JONAS! - Eva se atirou em cima, puxando-o para cima, até que Isak agarrou seu braço, o puxando para fora da casa.
- Você é uma vagabunda. Está tudo acabado. Não sei porque perdi tanto tempo atrás de você.
Depois que esse animal foi embora, algumas pessoas ficaram olhando perplexas pela cena que presenciaram. Outras nem ligaram, continuaram dançando e fazendo seja la o que elas estavam fazendo antes.
- Eva...
- Agora não, Vilde. Por favor.
A menina quem eu quase havia atropelado hoje cedo saiu caminhando até as escadas, a procura de um lugar sossegado eu imagino. Ela mal conseguia andar, e por mais que ela desejasse ficar sozinha, eu fui la ajudá-la. A verdade é que eu estava com pena.
- Deixe-me te ajudar - coloquei as mãos em seu quadril, dando apoio para que ela não desequilibrasse. - By the way, meu nome é Chris.
- Obrigada, Chris.
Depois de subirmos a escada, achamos um quarto. Depois que entramos, fechei a porta com o intuito de diminuir a música, funcionou um pouco porque o som ficou abafado, mas ainda dava para escutar. Ela sentou na ponta da cama, cobrindo com as mãos os olhos cheios de lágrimas. Pensei que seria certo sentar ao seu lado e consolar. Assim o fiz.
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apenas deixando claro: alguns capítulos serão narrados por Chris, mas a maioria por Eva.🖤
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alive - SKAM
Teen Fictionbaseada em skam, a história retrata a vida de Eva, uma adolescente que sofre de ansiedade, uma família separada e está num relacionamento abusivo. Porém, sua vida vira de cabeça para baixo quando se encontra apaixonada por ninguém menos que Chris e...