Valentia - Livro 1(Série Os Elementais)

💧três 💧

    Ancião do chá e suas perguntas!
                                  ...

          Sabe aquele friozinho que estava sentindo mais cedo? Então, ele ainda me atormenta, quando todos parecem estar bem com a temperatura ambiente eu pareço um pinguim. Coloquei um casaco só que não está adiantando muito. No momento estou andando com Daniela, ela disse que preciso conhecer o "Pai" da vila. Ela também me disse que é ele que vai dizer o meu destino. Maravilha! Pelo menos se eu não puder ficar vou poder ir embora e deixar pra trás esse bando de malucos que acreditam em dominação de elementos. Entramos num belo jardim rodeado por flores de todas as variedades e posso notar várias borboletas, mais a frente há um chafariz e alguns bancos, posso ver algumas crianças e adultos e até idosos passeando pelo local, alguns com livros, brincando ou simplesmente curtindo a paisagem.

--- As pessoas costumam vir aqui, esse é o lugar mais calmo de toda a vila, esse jardim é muito grande! E aquela é a casa do "Pai" Bernardo! Ele é um ancião, o mais velho e o mais sábio também, ele cuida de todos nós e é um elementar da Luz.

A minha frente se encontra uma enorme casa branca com detalhes verdes e coberta por ervas daninhas e flores. Conforme nos aproximamos da casa, Daniela faz uma reverência e bate na porta que se abre sozinha.

A estrutura da casa por dentro é tão linda quanto por fora. O cômodo da entrada parece ser a sala de estar e bem espaçosa e tem uma decoração de palácio.

--- Daniela.

Uma voz fala atrás de nós me a assustando. Vejo um senhor calvo de cabelos grisalhos, usa uma roupa completamente branca e se apoia em uma bengala. Ele estreita seus olhos cinza claro pra mim.

--- Por que trouxe uma humana para a vila? Sabe que é proibido!

Daniela junta as duas mãos como se fosse rezar e abaixa a cabeça, depois desfaz o ato e diz.

--- Desculpe " Pai", mas quando sai em missão ontem com Cameron, matamos um híbrido que havia tirado a vida da mãe de Valentina. Ela era uma Protetora, uma Elemental da Água! Por isso eu a trouxe, mas quando fui verificar não vi a marca. Será que existe a possibilidade de ela ser filha de uma Protetora e não ser elemental?

O senhorzinho caminha apressadamente até mim.

--- Quem é seu pai criança?

Ele me pergunta com semblante preocupado. Como se procurasse uma explicação.

--- Eu não sei dizer! Minha mãe não tinha o costume de falar dele.

Ele pensa um pouco, parece decidir se eu fico ou se vou embora, e torço internamente para ele me mande embora, mesmo que eu não saiba o que vai acontecer depois prefiro ir, a ficar nesse lugar esquisito.

--- Você tem algo. Algo especial, senão, jamais haveria conseguido atravessar a barreira!

Ótimo agora o velho encucou comigo.

--- Daniela você vai ficar de olho nela, encaixe a vida dela aqui! Consiga um lugar pra ela no dormitório e a matricule na escola!

Ele a instrue, perfeito! O que eu menos queria que acontecesse, aconteceu! Eu vou ficar.

--- Sim senhor!

Ela assente com a cabeça.

--- Sentem- se. Vou pegar um chá, vocês querem!

Ambas negamos, ele sai da sala resmungando algo mais ou menos como " esses jovens de hoje em dia não sabem a essência que têm o chá!",  e depois quando retorna trás consigo uma bandeija com xícaras e um bule com chá.