As mãos do ruivo tremeram, ele estava lendo uma carta de suicídio? E se realmente estava, por que o garoto teria entregue a um completo desconhecido? A cabeça de Chuuya estava sendo bombardeada por questões que estavam lhe deixando tonto, porém, continuou a ler em busca de explicações."Provavelmente lhe deixei mais confuso ainda, desculpe-me por isso.
Caso você esteja se perguntando, sim, garoto Nakahara, isto é uma carta de suicídio."
Chuuya engoliu em seco, respirou fundo, por que diabos havia recebido aquilo? Será que o garoto era tão sozinho a ponto de anunciar o seu suicídio unicamente para alguém tão insignificante quanto o garçom no.2 de uma pequena cafeteria situada no leste da cidade?
"Pensei muito antes de escrever essa carta, e, provavelmente, pensei por horas antes de lhe entregar, se é que tive coragem para lhe entregar pessoalmente e não por terceiros. Mas a grande questão é: por que para você? Por que não para algum familiar ou amigo? A resposta já deve estar se formando na sua cabeça; eu não tenho ambos.
Sim, eu sou uma pessoa totalmente sozinha. Tão sozinha e insignificante a ponto de a única prova de que um dia já fui vivo, está sendo deixada para um atendente de cafeteria, o qual eu sei apenas o sobrenome, patético. Talvez soe idiota, mas você me pareceu confiável, muito confiável com os seus cabelos ruivos totalmente bagunçados e olhos azuis que pareciam se alegrar nem que um por cento toda vez que eu ia até aquele balcão pedir um café preto passado todas as tardes; quem poderia ser mais confiável do que a pessoa que passa o meu café todos os dias?"
Chuuya tirou os olhos das letras escritas pelo garoto que ele havia descoberto se chamar Osamu. Alguém confiava nele. Chuuya nunca teve muitos amigos, e todos os seus familiares se encontravam mortos, era apenas um atendente de dezenove anos que havia trancado a faculdade, se ele morresse, seria esquecido tão facilmente quanto Osamu, talvez até mais rapidamente ainda. Ele acabou refletindo sobre sua insignificância sem querer. Osamu Dazai o considerava confiável, isso lhe deixou momentaneamente feliz, até ele se lembrar que o garoto estava prestes a tirar a sua própria vida.
Antes que pudesse voltar sua atenção para a carta, teve a sua atenção chamada por um garoto poucos centímetros maior que ele, que parecia impaciente.
— Me desculpe. — O ruivo falou, agora prestando atenção no rapaz à sua frente. — Qual o seu pedido?
— Um expresso e um donut de nozes, para viagem. — Chuuya concordou com a cabeça, indo pegar o copo — Koyama.
Enquanto fazia o pedido do garoto Koyama, Chuuya não conseguia pensar em outra coisa que não fosse as palavras de Dazai, eles não se conheciam direito, e Chuuya estava se culpando por isso, porque ele estava prestes a se matar.
— Eu pedi de nozes.
— O quê? — Chuuya perguntou confuso, já estava tirando a carta do bolso de seu avental.
— O donut. Eu pedi de nozes, esse é um red velvet. — Chuuya respirou fundo, não conseguiria fazer nada direito até terminar aquela carta.
— Desculpe, novamente. — Então ele trocou o donut, e correu para o banheiro, onde poderia terminar de ler a carta, e quem sabe, até salvar o autor.
"O motivo de meu suicídio, talvez você esteja se perguntando, ou talvez nem tenha chegado a essa parte da carta, talvez nem mesmo tenha a aberto, talvez esta carta esteja na lixeira agora, enquanto você serve café para os seus outros clientes, e eu estou prestes a me jogar do edifício mais alto da cidade..."
Edifício mais alto da cidade. Já havia um local, e uma pequena chance de Osamu ainda estar vivo, e uma de Chuuya poder salvar a sua vida.
O ruivo saiu do banheiro desamarrando o nó de seu avental e o jogando para trás do balcão.
— Watanabe! Me cobre, por favor! — E ao terminar a frase, ele já estava no lado de fora da cafeteria, correndo em direção a estação de metrô.
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E então??? eu realmente espero que estejam gostando, porque por mais que seja algo bem curto, eu me dediquei bastante para ter nem que um pouco de qualidade.
Bem, é isso por hoje, até o último capítulo.
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Waiter no.2 ☼ soukoku AU
Historia CortaEra apenas mais um dia normal de trabalho para Chuuya, até ele receber uma carta de suicídio de um de seus clientes.