Minha cabeça dói a medida que venho tomando consciência, situação esta que é a minha primeira vez. Nunca abri meus olhos antes, mas sei que o mar e o céu são azuis, as florestas são verdes com cores exóticas devido aos seus diversos tipos e especies diferentes, assim como os animais que se caracterizam por suas raças e especies individuais, algo relativamente interessante eu diria, o mundo é bem trabalhado nesse aspecto, porém jaz em minha consciência que seus próprios moradores não estão sabendo preserva-lo, muito pelo contrário, eles estão se auto-extinguindo, por esse motivo eu nasci, ou melhor... fui criado.
Nunca me movi, não faço a menor ideia da sensação de tocar algo ou pisar no chão e caminhar, mas acredito que saiba definitivamente como faze-lo. Passei todos os dias da minha vida aqui, preso em um tanque tecnológico aprendendo tudo devido as informações que os cabos cibernéticos transmitiam para mim. Este tanque havia sido minha única morada, meu único amigo, meu único lar, pelas informações concebidas, há quem diga que conversar com objetos inanimados as vezes ajuda em desfrutar sua imaginação, conceito esse que é adotado por diversos líderes mundiais de nosso mundo.
Ao abrir por completo os meus olhos, pude ver que estava mergulhado em um liquido azul, a sala brilhava em um verde reluzente que ofuscava os meus olhos por um breve momento, minha visão ainda estava embaçada, um pouco turva, mais pude ver um pouco mais a frente duas pessoas de jaleco branco que conversavam.
— Dr. Lencir, o experimento não foi como esperávamos... – A mulher de jaleco falava, ela parecia preocupada, não tanto mais sua expressão não me deixava escapar aquela sensação.
— O que você quer dizer com "Não foi como esperávamos" Srta. Grey? – Um rapaz tinha uma expressão séria, sua voz era rouca e temerosa, podia sentir aquilo de longe de onde estava.
— Os seres artificialmente criados foram um sucesso, todos os seus órgãos estão funcionando perfeitamente, como se realmente fossem da matéria original... – Ela disse parando enquanto procurava alguns papéis em cima da mesa.
— E o que está errado? Eles estão vivos não estão? Conseguimos! – Um sorriso maléfico tomou conta de sua expressão.
— Não exatamente Dr. – Ela disse achando os papéis.
— Como assim? Diga de uma vez, o que aconteceu? – Sua expressão novamente voltava a se tornar séria, seus olhos estavam quase pulando em cima da mulher a sua frente, seus pelos se ouriçavam enquanto suas veias se contraiam, eram típicas e pequenas terminações nervosas se alterando, ele estava ficando irritado.
— Como eu ia dizendo, os seres artificiais foram criados em perfeito estado, no entanto a infusão do super soro em seus corpos mostrou erros gradativamente de grande porte. – Dizia pegando os papéis e mostrando os resultados das mesclas de DNA e a base de substancias componentes do super soro.
— Tsc... – Ele fazia pegando os papeis e olhando os resultados de forma impaciente. O mesmo passava uma de suas mãos sobre o seu rosto limpando o suor que saia do mesmo. – Isso não deveria acontecer, esse distúrbio no RNA pode levar toda a nossa pesquisa ao fracasso. – Ele dizia batendo na mesa irritado. – DROGA!
— Dr. Lencir, acredito que nossa pesquisa não seja de todo um fracasso... – Ela dizia tentando acalma-lo. Caminhava até um teclado que tinha ali e ao toca-lo um painel virtual surgia a sua frente.
— Como não? A infusão do Super Soro nos corpos artificiais está causando uma degradação no RNA dos mesmos, com isso eles não podem ser acionados, são um completo fracasso! – Dizia ainda de cabeça baixa, então se erguia e olhava para o painel virtual. – Nada que você tenha a dizer agora vai me livrar desse ato de insignificância. – Ele disse irritado, porém abatido.
— Dr. Lencir, dentre todos os nossos 15 corpos artificialmente criados, todos foram atingidos pelo mesmo distúrbio do RNA, menos um... – Ela dizia mostrando no painel, um arquivo que eu não pude ver devido a minha posição, no entanto a mesma teve que mover o painel virtual para que se aproximasse do Dr. Lencir e só ai, eu pude ver.
No painel virtual tinha arquivos de varias pessoas, todos com analises completamente descritivas, sobre seus pontos altos, físicos e pontos baixos, detalhes de aparência, idade aparente e etc.
— O que? – Ele tinha uma expressão vazia agora, parecia não acreditar no que acabara de ver. – E-então temos ao menos um? – Perguntou surpreso.
— Sim senhor! – Ela disse aproximando a imagem de um dos corpos que apareciam no telão. – O Bio body-7 mostrou uma presença física acima dos outros, seus órgãos estão em perfeito estado, capacidade cerebral em pleno estado e subindo, nenhuma mudança suspeita em seu RNA exceto a alta taxa de elevação causada pelo Super Soro, assim como em todos os seus atributos físicos e psicológicos. A análise completa do Bio Body 7, consta que o mesmo tem uma elevada capacidade de percepção, assim como uma alta taxa de neurotransmissores potencialmente funcionando em seu cérebro, como também uma forma de pensar sobre-humana, é capaz de perceber tudo ao seu redor com seus sentidos aprimorados. Nosso experimento foi um sucesso Doutor. – Ela disse sorrindo e encarando o Doutor. – Temos um Super Soldado, ou melhor dizendo...
— Um Super Mercenário – Diziam em uníssono.
Não sei porque e ainda não compreendo, mais eu sabia que se tratava de mim. Talvez o motivo fosse o fato deles nem tentarem esconder que fui criado artificialmente por cientistas, criando assim um elo de confiança para que não houvesse traições, eu sinceramente? Não via problema algum nisso.
— Você percebe o quanto isto é ótimo para nós? Podemos iniciar o nosso plano, com apenas um deles só precisaríamos de um esquadrão de elite para que com ele seja ainda mais eficiente e nós já temos este esquadrão. – Seu semblante estava tão revigorado que nem parecia que o fracasso dos outros 14 tinha surtido qualquer tipo de efeito nele, para ele não importava.
— Exatamente o que eu diria, no entanto com todas as informações que passamos para ele, esquecemos de aprimora-lo em habilidades táticas e de combate. – Ela dizia meio tensa.
— VOCÊ esqueceu! – Ele gritava tomando uma expressão insana por curto prazo, voltando ao normal em seguida - Fiz isso alguns dias atrás, o que precisamos fazer é apenas testa-lo. – Ele dizia pondo os braços para trás, tomando um semblante minucioso.
— E como faremos isso? – Ela perguntava o vendo caminhar para fora da sala.
— Simples, pondo o melhor para enfrentar os melhores! – Ele dizia de modo simples e curto.
— E quanto aos outros, os fracassados? - Questionou a Doutora.
– Queime-os! Jogue todos na fornalha, não deixe que sobre nenhum resquício do que um dia fizemos deles. – Dizia saindo da sala.
Suas palavras ecoavam na minha mente como um zumbido de vespas me rodeando, ele era cruel, perverso, nada no mundo parecia importar para ele, exceto o próprio mundo, que o mesmo iria fazer qualquer coisa para obtê-lo em suas mãos.
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S.H.A.D.O.W
General FictionUma organização biológica secreta que visa o progresso da humanidade, no entanto usa métodos diferentes para protege-la. Erick Lincer, um cientista renomado e campeão de 3 prêmios nobel, se juntou a organização com o intuito de ajuda-los a prevalece...