Eu estou desesperado!

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- Felipe Narrando

Eu fiquei muito chateado quando descobri que a Fran tinha voltado pra casa de ônibus no meio da noite escondida, me senti péssimo. Tentei conversar com ela pelo telefone mas não adiantou muito, eu só queria entender o que estava passando em sua cabecinha... Fiquei o domingo todo tentando entender e nossos amigos me deram muitos conselhos, principalmente o Lucas que a conhecia bem. Tentei entender algumas coisas mas eu não entrava na minha cabeça de jeito nenhum, ela foi embora, ela me deixou ali. Não quis estragar o domingo do pessoal então fui a praia com eles e ficamos lá até o fim da tarde e resolvemos voltar. Eu peguei só algumas coisas e voltamos a caminho de casa mas eu voltei correndo muito pois queria chegar logo. Deixei o pessoal em casa e logo fui até a minha... O Royce ficou todo feliz em me ver e latia sem parar e quando entrei em casa ele continuou latindo e eu não vi a Fran em lugar nenhum até que o Royce foi seguindo cheirando o chão até encontrá-la caída no mesmo. Eu fiquei desesperado a chamando, querendo entender o que aconteceu mas ela só me olhou e foi fechando os olhos... Eu fiquei mais desesperado ainda e fui a sacudindo mas não estava adiantando. Peguei ela no colo e fui até o carro e a coloquei sentada com o cinto de segurança e deitei o banco e fui correndo para o hospital e ao chegar no mesmo tirei ela rápido e a peguei no colo entrando no hospital!
- Preciso de ajuda!!
- O que aconteceu Senhor?
- Eu não sei, eu cheguei em casa ela estava no chão.
- Ela estava sentindo o que antes disso?
- Eu não sei... Ela estava passando mal essa semana mas não sei oq ela realmente sentiu hoje.
- Ela estava tomando algum medicamento?
- Não... Mas eu encontrei a caixa de remédio no chão ao lado dela.
- Ok, precisamos levá-la para emergência.
- Eu acompanho... - Não, você fica! - Eu só conseguia colocar as mãos na cabeça e chorar sem parar. Eu me culpava por não ter insistido de abrir o quarto e dormir com ela, eu me culpava por não ter ficado acordado e ter visto ela sair escondido, eu me culpava tanto.
Fiquei uma hora ali na sala de espera e logo a médica apareceu.
- Como ela está?
- Ela se dopou, tomou muito medicamentos.
- Ela não é do tipo que faz isso...
- Ela está meio tonta ainda e está chamando pelo filho... Ele não veio?
- Filho?
- Sim, ela disse que quer o filho dela...
- Aí meu Deus, o que está acontecendo?
- Ele não veio?
- Ela perdeu o nosso filho a alguns meses atrás... - Eu abaixei a cabeça e me desmanchei em lágrimas.
- Sinto muito senhor... Bom, eu já havia percebido mas agora eu tenho certeza...
- De que?
- Ela precisa de um psicólogo... Acredito que ela esteja tendo algum distúrbio, alguma coisa e então ela quase se matou essa noite... Não podemos deixar ela piorar ok? Você não pode deixar ela fazer isso com ela mesma. Temos um ótimo profissional aqui no hospital.
- Está dizendo que ela pode estar ficando louca?
- Não disse isso... Ela pode estar com o psicológico abalado... Ela precisa de ajuda. - Eu fiquei ali completamente sem ação até que a médica disse que eu podia entrar na sala. Ela estava dormindo e eu fiquei sentado à noite toda ao lado dela mas ela não acordou à noite toda e já estava amanhecendo. Levaram café da manhã pra ela e pra mim mas eu só consegui beber um pouco de suco.
- Cadê meu filho?
- Fran? Fran? Sou eu, Felipe... Você não está sozinha!
- Cadê meu filho?
- Fran... Perdemos o nosso filho a alguns meses atrás...
- Eu estou grávida...
- O que? Você está grávida?
- Como meu filho está? - Eu fiquei desesperado e fui atras da Doutora correndo até que a encontrei.
- Ela acordou agora, ela chamou pelo filho, eu expliquei oq havia acontecido e ela disse que estava grávida... Ela está grávida? Pode fazer exames?
- Sinto muito Felipe... Fizemos o exame assim que ela começou a chamar pelo filho mas deu negativo... Ela não está grávida. - Eu paralisei mais uma vez e fiquei tentando entender o que estava acontecendo e me veio aquele medo desesperador de perder a Fran. Eu fiquei rodando aquele hospital todo e decidi marcar consulta com o psicólogo. Fiquei sem saber o que falar, como falar pra ela... Voltei para o quarto e ela estava acordada!
- Como ele está Felipe?
- Olha... Precisamos conversar...
- Diz que ele está bem...
- Está tudo bem, está tudo bem com você...
- Comigo? E com ele?
- Infelizmente ainda não é o momento Amor!
- Não estou entendendo.
- Infelizmente vamos precisar nos tratar para ter muitos filhinhos... Vamos precisar de acompanhamento, vamos precisar de tratamento...
- Eu? Eu preciso disso?
- Eu e você querida!
- Mas.... Mas...
- Fica quietinha, descansa, juntos vamos conseguir... - Eu me deitei ao lado da Fran naquela cama pequena e fiquei fazendo carinho em seu rosto até ela adormecer.

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A filha do meu padrasto!Onde histórias criam vida. Descubra agora