Capítulo 8

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Se passou uma semana

O plano de Olivia ia virar realidade, ela ia mesmo fugir de casa. Ninguém sabia, e ela não pretendia contar. Nem seus amigos e olha que eles são tão próximos que dividem tudo, mas isso era melhor guardar para si.
Se John e/ou Helena soubessem eles poderiam contar para seus pais e aí já era.
Ela já tinha pego seus documentos e descoberto o nome de seus pais biológicos, ia atrás deles, não sabia o que poderia encontrar e nem se ia encontrar alguma coisa de seu passado. Tinha muitas dúvidas, medo. Mas naquela casa não poderia continuar, Carlos e Ale tinham mentido para ela, isso ela nunca ia perdoar.
Olivia pegou documentos, dinheiro, roupas, biscoitos e tudo mais que precisava para ficar em algum hotel, até achar um lugar para ficar.
Quando foi 00hr, Carlos e Ale já tinham ido dormir quando Livvy aproveitou para fugir. Chorou porque iria largar a casa que cresceu, chorou, sorriu, brincou e tudo mais. Só de imaginar ficar sem seus amigos, sem seu quarto, até suas empregadas eram amigas dela. Sentiria falta de tudo isso mas não poderia ficar na casa de pessoas que mentiram a sua vida toda.
Estava na porta para sair quando lembrou: não tinha pego seu celular, carregador, fone de ouvido e nem seu urso de pelúcia (sim, um urso de pelúcia que ela ama). Voltou no quarto, pegou tudo e foi embora, sem olhar para trás, simplesmente foi.
Pegou um táxi e foi para um hotel que tinha longe dali. Pediu um quarto, pagou a diária e foi até onde iria dormir. Só ficaria ali até a manhã do dia seguinte.
Dormiu, assim que acordou às 08:30 fez suas necessidades, tomou banho e foi tomar o café da manhã do hotel.
Saiu do mesmo com sua mochila e foi procurar uma loja onde pudesse comprar um chip novo para seu telefone assim não seria perguntada por ninguém. Achou o chip, comprou e antes de trocar de número mandou uma mensagem para Helena e John avisando que tinha fugido de casa, que estava bem mas não voltaria e pediu para avisar a Carlos e Ale.
Trocou o chip, colocou crédito. A partir dali tudo mudava. Agora ela iria se apresentar como Kiria. Ia ser difícil não falar "Olivia, mas pode me chamar de Livvy". Teria que falar "Kiria" apenas Kiria.
Pegou o endereço de seus pais biológicos, entrou no táxi e foi atrás de seu passado. Tudo ia mudar.
A viagem ia ser longa mas iria valer a pena.

P.O.V Helena

Acordei e como sempre peguei meu celular, vi que tinha uma mensagem da Livvy, abri para ler. Quando terminei de ler aquela mensagem meu coração acelerou e larguei meu celular no chão.
Livvy tinha fugido, disse que não voltaria, não falou para onde foi e pediu desculpas por não ter falado comigo antes.
Pego meu celular e ligo para John, se ele sabia disso e não me avisou eu mato ele.

Chamada on:

Helena: John! Viu suas mensagens? A da Livvy mas exatamente. Você sabia disso? Você deixou ela fazer isso?
John: Isso o que Helena? Eu acabei de acordar com o seu telefonema!
Helena: Lê a mensagem da Livvy, você vai entender meu desespero.
John: Você deve estar exagerando - leu a mensagem - QUE? ELA NÃO PODIA! Ela devia estar se recuperando. Para onde ela foi, meu Deus? Nós precisamos achar ela!
Helena: Como John? Como vamos achar ela?
John: Primeiro vamos na casa dela. Te encontro lá em 10 minutos.
Helena: Putz os pais dela!

Se passaram os 10 minutos e nós já estávamos na casa da Olivia. Tocamos a campainha e a tia Mila (empregada da casa a anos) nos atendeu chorando. Eles já sabiam. Será que ela avisou? Deixou um bilhete ou sei lá?

Helena: Tios, nós já sabemos o que aconteceu. Ela nos mandou uma mensagem hoje de manhã. Vou mostrar para vocês.
John: Nós vamos ajudar em tudo para achar ela, prometo.

Eu mostrei a mensagem da filha deles no meu celular. Tio Carlos que já estava chorando só chorou mais, porém a tia Ale não se mostrou tão afetada, até estava chorando mas não de soluçar igual seu marido. Preferi não me importar com isso, cada um tem sua forma de reagir as coisas. Ela devia estar sofrendo só não demonstrou.
Eu estava desesperada, minha melhor amiga tinha fugido, não tinha me dito nada e eu não tive como impedir ou ir junto o que era mais capaz.

John: Tio, o senhor percebeu alguma diferença desde que contou que ela é adotada?
Tio Carlos: Percebi, ela vivia trancada no quarto, comia pouco e não falava com a gente. Bem, comigo até falava um pouco.
John: Meu Deus! Tive uma ideia! Será que ela não foi atrás de seus pais biológicos?
Tio Carlos: Se ela foi, não vai encontrar nada. Eles morreram ano passado.
Helena: Se ela foi mesmo atrás de seu passado, vai se magoar tanto. E eu não vou estar lá para cuidar dela.
John: Nem eu! Eu não vou me perdoar se não encontrar minha irmãzinha. Ela é tão frágil, como que vai se defender na rua? Eu preciso achar ela!!

John estava certo, eu também não vou me perdoar se minha Smurf não for encontrada o mais rápido possível.

P.O.V Olivia/Kiria

Cheguei até o endereço dos meus pais biológicos. Tinha gente na casa o que me deixou esperançosa.
Toquei a campainha, quem me atendeu foi uma menina de mais ou menos 6 anos. Pedi para que chamasse um adulto, ela correu e apareceu com uma garota da minha idade(eu acho).

Livvy/Kiria: Oi, boa tarde! Poderia falar com uma moça chamada Milena e um homem chamado Lorenzo?
Menina: Sinto muito mas eles não se encontram.
Livvy/Kiria: Sabe onde posso encontrar?
Menina: Talvez no céu. Pois é, eles morreram. Tem um ano.
Livvy/Kiria: QUE? Não pode ser! Eu preciso tanto conhecê-los.
Menina: O que você quer com meus pais?
Livvy/Kiria: Seus pais? Qual é seu nome e quantos anos você tem?
Menina:Quanta perguntas! Sim, meus pais, falecidos no caso. Meu nome é Megan e eu tenho 15 anos. E você?
Livvy/Kiria: Meu nome é Kiria e eu também tenho 15 anos. Vim de longe para conhecer eles, não perdi a viagem. Precisamos conversar.
Megan: Está bem! Entre.
Livvy/Kiria: Obrigada. O assunto é bem sério. Bem, tem umas duas semanas que eu descobri que sou adotada. Antes de falar qualquer coisa deixa eu terminar. Peguei os meus documentos e descobri quem era meus pais biológicos. Vim até aqui conhecê-los. Meus "pais" não sabem. Eu fugi de casa.
Megan: MEU DEUS! Eu não acredito que você é a minha irmã gêmea perdida!
Livvy/Kiria: GÊMEA? Nem somos parecidas. Eu devo ter errado o endereço.
Megan: Não, você não errou. Somos gêmeas fraternas. Nossos pais não queriam te abandonar. Eles sempre me falaram isso. Você foi roubada na maternidade. Separada de nós. Eles te procuram a vida toda, mas não acharam. Morreram em um acidente de carro indo até um orfanato perto da maternidade onde nascemos, que é longe daqui.
Livvy/Kiria: Eu tenho uma irmã, e gêmea. Não dá para acreditar.
Megan: Não só uma. Você tem duas irmãs. Aquela pirralha que abriu a porta para você se chama Sarah. Tem 6 anos.
Livvy/Kiria: Nós não temos mais pais. Vocês vivem aqui sozinhas?
Megan: Claro que não. Minha tia, quer dizer nossa tia. Ela mora aqui com a gente. Ela e o peste do filho dela. Ele tem 16 anos, é um saco mas é gato.
Livvy/Kiria: Preciso confessar uma coisa. Meu nome não é Kiria, é Olivia também chamada de Livvy. Mas como eu preciso mudar e eu estou aqui porque fugi de casa, mudei o nome para todos que perguntarem.
Megan: Ok! Eu vou te chamar de Livvy quando estivermos sozinhas e de Kiria quando tiver alguém perto.

Eu e minha irmã gêmea ficamos conversando, almoçamos. Conheci mais ela, nossa irmã mais nova e ouvi histórias sobre nossos pais. Mais tarde eu iria conhecer meu primo e minha tia.

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