Capítulo| u m

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Olá meninas! Vocês me receberam tão bem que eu me empolguei e já produzi o primeiro capítulo. Espero que continuem gostando.

Era uma manhã de sexta feira tranquila e comum quando tudo começou. Daquelas com céu azul, maculado por poucas nuvens e sol ameno. O que me fazia pensar o desperdício que era estar presa dentro de uma sala de aula com mais quarenta e dois alunos ouvindo o professor de biologia nos orientar sobre as páginas de exercícios que deviam ser copiadas e respondidas. Não me entenda mal, eu não odeio a escola. Pelo contrário, sempre a considerei um instrumento importante para a educação, mas, algumas vezes, considerava o método de ensino um tanto arcaico. A modernidade chegou, mas poucas eram as escolas que sabiam lidar com ela.

Ainda pensando sobre o desperdício de uma bela manhã, avancei folhas para o final do meu caderno e comecei a dar continuidade em uma história. Era a minha válvula de escape, e sem menção de ofender o professor Arlindo, ela vinha avançando muito nas aulas de biologia. Tratava-se de um romance policial onde dois detetives estavam correndo contra o tempo para encontrar um serial killer perigoso. Jones era o nome do meu astuto e belo detetive e ele estava perto de uma pista crucial quando uma bolinha de papel mal feita caiu sobre a minha mesa.

Não precisei olhar para os lados para saber de quem era e assim que a abri encontrei a caligrafia elegante em rosa choque de Victória.

"Consegui algo que vai mudar a minha vida amorosa. Vamos fazer o caminho alternativo depois da aula hoje."

Ergui a cabeça e encontrei Victória sorrindo para mim do outro lado da sala. Suas bochechas rosadas e os olhos brilhando. Murmurei um "tudo bem" que ela entendeu pela leitura labial e sorri de volta, já embolando a bolinha e jogando na minha mochila. Já até imaginava o tema da conversa, uma vez que "vida amorosa" surgira no bilhete só poderia ter relação com...

- O que você está escrevendo?

A voz fez com que eu me esquecesse de respirar por um momento. Fechei o caderno quase que automaticamente e me forcei a olhar para o lado. O garoto de olhos que oscilavam entre castanhos e verdes sorriu para mim, deixando-me com o cérebro aéreo como sempre fazia. Minhas mãos começaram a suar e meu coração bateu na garganta.

- N-nada. - Tentei recobrar a minha coerência que sempre se perdia quando Henrique falava comigo. - Não é matéria, se é o que quer saber.

O sorriso dele se alargou.

- Desconfiei desde o princípio. - Ele piscou para mim.

Eu estava pasma. Ele nunca havia falado tanto comigo. Henrique ocupou sua mesa ao meu lado, na fila da janela e continuou a sorrir. Eu devia estar com alguma coisa engraçada no rosto, só poderia ser!

Ele pareceu prestes a falar outra coisa quando a voz estridente do professor Arlindo cortou de uma só vez todos os assuntos que se esbarravam dentro da sala.

- Silêncio! - Ele pigarreou e desfilou com seu corpo esguio diante do quadro negro. - Como vocês sabem, este ano a escola implantou o trabalho de conclusão do ensino médio. Ele será realizado em dupla e valerá toda a nota do último bimestre, em todas as disciplinas.

O professor Arlindo mal terminou de dizer as palavras e houve uma explosão de vozes. Todos nó sabíamos sobre o trabalho de conclusão, mas ninguém imaginaria que valeria tanto. Eu mesma, confesso, fiquei surpresa pelo salto da escola em projeto que ainda seria testado.

- Silêncio! - Nosso professor voltou a pedir e dessa vez lançou um olhar duro para a turma. - Veja bem, vocês não são crianças. O que espera vocês daqui a alguns meses é a vida real. O corpo docente só quer prepará-los para o rigor e as dificuldades das universidades lá fora. Para isso, nós decidimos que as duplas serão escolhidas por nós de acordo com o aproveitamento de cada um de vocês.

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⏰ Última atualização: Jul 19, 2017 ⏰

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