Cecília

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- É um nome bonito. Leonardo. Para ser sincera, eu colocaria no meu filho. – A cara de pensativa de Nathalie faz com que eu balance negativamente a cabeça.

- É, mas você não tem nenhum filho e nem deveria estar pensando em ter agora.

- Claro que devia! Faltam 6 anos para eu tê-lo.

- Amiga, uma gestação normal dura 9 meses. – Sorrio.

- Ai que saco, Cecília! Quando você vai parar de ser sem graça?

- Ei! Eu não sou sem graça. Aliás, estou tirando uma com você agora mesmo. – Afasto meu café da beirada da mesa enquanto o garçom chega com o croassaint de chocolate que pedi e os pães de queijo de Nathalie.

Nathalie mordisca um pedaço de seu pão de queijo e aponta o dedo para mim.

- Você estava mudando de assunto. Acabei de sacar. - Ela revira os olhos.

- Não estava, só não há mais nada para falar sobre ele. – Dei de ombros.

- Ele não ligou?

- Não.

- Nenhuma mensagem?

- Também não.

- Que merda. – Ela faz uma careta.

- Eu não ligo.

- Bem. Acontece, você é linda e todos babam por você.

- Não sou. E também não ligo para isso.

- Meu Deus! Como você é antipática. – Ela diz um pouco alto e recebemos alguns olhares da cafeteria. – Ok. E seu irmão? Aquele gato.

Dou risada. A maioria das minhas amigas era caidinhas pelo Pedro. Não que eu achasse isso ridículo, ele é realmente muito lindo; puxou a cor bronzeada do papai e o cabelo preto da mamãe. Seus olhos eram castanhos e seu porte físico era excelente para alguém que não pratica nenhum exercício.

- Ele terminou.

- O quê? Mentira! É a minha chance. Isso só pode ser o destino. – Nathalie diz em meio as gargalhadas.

E lá vem esse papo de destino de novo. Dou uma leve risada e enquanto Nathalie comenta sobre o fato de ser apaixonada pelo meu irmão desde que nos conhecemos.

Já são 18:45 quando chego em casa e vejo Pedro prestes a pegar um pacote de macarrão.

- Graças a Deus você chegou. Achei que ia ter que cozinhar. – Ele sussurra um "amém" para si enquanto deixo minha mochila sobre o sofá da sala.

- Bem, acho que Deus fez de tudo para eu chegar na hora, se não eu, Cath e mamãe teríamos que ser obrigadas a ter uma intoxicação alimentar. – Pego o pacote de sua mão. – Como foi o trabalho hoje?

- Engraçadinha. – ele revira os olhos rindo. – Cansativo, estava pensando em visitar o papai nesse fim de semana, o que acha? O tempo está bom para ir à praia.

- Não sei. Tenho trabalhos da faculdade para fazer, mas quem sabe, – coloco o macarrão na água já fervida e começo a cortar tomates para o molho – seria uma boa. Faz tempo que a Cath não vê o papai.

Ouço meu celular tocar.

- Atende para mim? Tô com a mão molhada. – espirro água com a mão no rosto de Pedro, que por sua vez faz uma careta. – Tá no bolso da frente da minha mochila.

Pedro vai e volta com meu celular na orelha.

– Oi, quem é? – ele me olha – Só um minuto. É um tal de Leonardo. – ele sussurra para mim.

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⏰ Última atualização: Aug 28, 2017 ⏰

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