Costumo dizer que pouca coisa passa despercebida aos olhos de um escritor.
Ele está sempre ligado ao que acontece no seu dia-a-dia: um fato, um diálogo ouvido enquanto passa perto de alguém, uma notícia, e lá vai o escritor maquinar algo. É assim que muitas histórias acabam surgindo.
Às vezes, o escritor está quieto num canto, parece desligado, mas a sua cabeça está a mil por hora, perguntando-se o que fazer com esta ou aquela personagem, sentindo as suas alegrias e tristezas.
É por isso que, ao ler um livro, temos a impressão de que as personagens estão vivas, de que nós, como leitores, também estamos participando da história. É assim que a gente se emociona, ri, chora e se encanta com o livro.
Esta história nasceu de um fato verídico. Tenho uma amiga, Rosana, que durante algum tempo se correspondeu com um rapaz pela internet. Mais tarde, os dois tiveram vontade de se conhecer pessoalmente e namorar. O rapaz era separado e pai de uma filha, que morava com a mãe.
Bem, esses ingredientes foram suficientes para me inspirar está história. Porém, ao contrário da história real, eu quis colocar a Ana, personagem principal do livro, morando com o pai, e não com a mãe. É que os escritores adoram misturar algumas coisas, criando e recriando outras tantas.
Fiquei me imaginando no lugar da personagem. Voltei a ter onze anos e a pensar como ela.
Como deve ser difícil a gente estar acostumada a morar só com o pai ou a mãe e, de repente, surgir uma outra pessoa em nossa vida! Não deve ser fácil mesmo. Milhões de coisas devem passar pela cabeça e mais um milhão de sentimentos novos pelo coração.
No entanto, acredito que tudo o que acontece em nossas vidas sempre traz um amadurecimento. Acho mesmo que esses sentimentos, que a todo momento invadem o nosso ser, é que fazem a vida da gente ser assim, cheia de mistérios, descobertas e encantos.
A autora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
E-mãe a internet me aprontou uma!
Teen FictionDesde a separação de seus pais, Ana vivia em uma pacata cidade do interior com o pai. Tudo ia bem, até que ele conheceu Marina pela internet. E agora, o que aconteceria com a vida da menina? Autora: Tânia Alexandre Martinelli