▪ twenty two

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1k views, yaay ❤

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Alguns dias depois de minha conversa com Jisoo e nosso término amigável, eu pude perceber que Lalisa me observava sentada em uma mesa distante da minha em uma lanchonete, e mesmo eu a olhando e a pegando no flagra, ela permaneceu me encarando indecifrável. Meu rosto confuso deve ter a despertado, já que ela desviou o olhar e ajeitou sua franja.

Esse último ato sendo algo bem familiar para mim, pois ela sempre mexe em sua franja quando está nervosa ou tentando disfarçar.

E essa observação me fez rir.

Lalisa e eu namoramos por dois anos, eu conheço muito dela, eu a decifrava mas não consigo saber no que ela pensa, não mais.

Foram dois longos anos onde sorrimos mais do que choramos, onde brincamos mais do que brigamos, onde nos amamos mais do que os outros pederiam ver. Eu sinto falta dessa época.

Mas chegou ao fim, não estávamos mais nos encontrando, nossas mãos mal se encaixavam e o silêncio começou a fazer parte do nosso dia a dia quando ficávamos sozinhas e não sabíamos o que falar.

E então ficou essa tensão entre a gente, esse clima chato.

Eu achei que ela iria seguir em frente de forma rápida, afinal, ela é Lalisa Manoban; ela é linda, ela é gentil, ela é educada e todas a queriam, mas ela me escolheu; seu coração me escolheu.

Me levantei e caminhei calmamente até a mesa que ela estava, dessa vez ela estava entretida no seu celular, mas ainda parecia séria demais. Puxei a cadeira, fazendo um ruído e chamando a sua atenção que me olhou sem entender, apenas me sentei e a encarei.

"O quê?" ela perguntou.

"Você estava me encarando."

"Não estava não." negou.

"Claro." resmunguei. "Tudo bem?"

"Eu acho que sim." respondeu desconfiada. "Por que tanto interesse agora, Roseanne?"

"Olha, interesse eu sempre tive, não é de agora não." eu brinquei, tentando descontrair e deu certo, porque ela riu.

Seu celular apitou, chamando novamente a sua atenção.

"Hm... Eu tenho que ir." ela mordeu seu lábio, parecia desconfortável. "Até mais." resmungou antes de se levantar e me deixar ali, sozinha.

Era sempre assim.

Trocávamos palavras e ela sempre tinha que ir e me deixar sozinha.

Eu definitivamente sentia falta da época em que tudo eram flores para e entre a gente.

we don't talk anymore [chaelisa]Onde histórias criam vida. Descubra agora