Capítulo 17

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Tratei de sentar logo no sofá assim que entrei no apartamento de Christopher, minhas pernas tremiam e era quase impossível conseguir ficar em pé. 
O ar condicionado estava ligado, mas meu corpo parecia em chamas e suor escorria pelas minhas costas.
Eu queria chorar. Sair daquele apartamento. 
Como eu iria conseguir dizer qualquer palavra que fosse?

Passei a mão por trás do meu pescoço, tentando acalmar os pelos da minha nuca que estavam arrepiados de nervosismo e medo.

Christopher se pôs em pé na minha frente. - Preparei um jantar para nós dois, assim não precisaremos ir a um restaurante, já que você disse que queria conversar comigo. Teremos mais privacidade aqui.

Esquece o que eu disse, pelo amor de Deus. 

- Eu disse isso?

Ele franziu a testa. - Sim.

Soltei uma risada nervosa. - Ah sim, claro.

- Espero que goste de comida japonesa. - Ele mostrou a mesa que já estava posta com os pratos, a comida e a bebida. Tudo bem organizado e impecável. 

- Sim, eu gosto. - Não conseguia olhar para Christopher, meu olhar alternava do chão para qualquer objeto presente na sala menos para ele.

- Você está bem? - Ele ainda continuava de pé em minha frente.

- Sim, sim eu sim. - Tinha que me acalmar ou iria desmaiar ali mesmo.

Sua mão estendida, agora estava no meu campo de visão. - Vamos jantar. Me dê sua mão.

- Que mão?

- A sua, Mel.

- Ah, claro. - Segurei sua mão com hesitação.

Ele a apertou, provavelmente sentindo que eu tremia, mas não disse nada.
Christopher puxou a cadeira para que eu sentasse e sentou à minha frente.
O cheiro da comida era bom, mas não tinha muita vontade de comer com o estômago revirado daquele jeito.
Ele nos serviu com uma porção de cada coisa, em seguida pôs suco em um copo, deslizando em minha direção. Para ele, encheu uma taça com vinho branco.
Não falei nada sobre aquilo.
Começamos a comer em silêncio, um silêncio perturbador, já que só serviu para minha mente divagar longe dali.
Christopher não tirava os olhos de mim, aquilo não me incomodou a princípio, mas logo comecei a sentir meu pescoço arder, com os seus olhos me estudando.
A mandíbula dele estava apertada e eu podia identificar sem dificuldades, que ele estava rangendo os dentes pensativo, e o que confirmava era seus olhos levemente estreitos em minha direção.
Abaixei os meus olhos para o seu braço direito que segurava a taça, observando os ponteiros do rolex prata movendo-se lentamente.

- Já acabou suas aulas fora da faculdade?

Olhei para ele e mastiguei o que estava em minha boca antes de responder. - Sim, agora só teremos aulas práticas próximo semestre.

Ele concordou tomando um gole do seu vinho. - Agora teremos mais tempo para nós dois. Foi ruim ficar a semana toda sem poder estar a sós com você. - Segurou minha mão sobre a mesa. - sem tocá-la, sem sentir seu cheiro, sem poder beijá-la. - Seus olhos estavam cravados nos meus. O calor da sua pele sobre a minha me fez relaxar. Eu queria beijar aqueles lábios que pareciam me convidar, queria abraçar ele e sentir seu perfume.- Diga que sentiu a minha falta também.

Estava claro que eu havia sentido falta dele.

Balancei a cabeça em concordância. - Eu senti sua falta.

Um sorriso apareceu em seus lábios. - Fico feliz em saber disso.

Terminamos de jantar e fomos para a sala.
Não tinha mais volta, eu já estava naquela sala sentada no sofá esperando Christopher, que tinha ido atender uma ligação na cozinha.
Era a hora de falar com ele, não podia mais adiar aquilo, tinha que ser agora.
Só não sabia como começar. 

Sonhos Roubados |Livro 1| [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora