The Monderklaiser

Primeiro Capítulo - O Jantar

Primeiro Capítulo - O jantar

As vezes eu me deixo levar por pensamentos obscuros e incomplexos, pelo jeito que fui criada, e por quem fui criada.

Meu nome é Anne Beckham e estou voltando para Mystic Falls, depois de ter sido levada por meu pai, Erick, após uma briga feia com minha mãe na qual eu nunca soube o motivo.
Passando pela fronteira, senti o suor frio escorregar em meu rosto, descendo pela minha testa em direção a zona T. Era como uma cidade nova para mim, sem nada que eu já tinha visto desde meus 5 anos de idade. Cada som, cada cheiro parecia ser muito diferente de Nova Orleans... E quando me dei por conta, meu pai parou o carro em frente a um casarão enorme e me olhou sorrindo: – Está tudo bem! Ela é sua mãe e você tem direito de passar um tempo com ela! Só não se esqueça do papai, que também te ama muito... Limpei o rosto com um pedaço de papel e tentei parecer contente.
– São só alguns  meses pai, logo logo estarei de volta nos teus braços! -Eu disse sorrindo -- Agora pode me contar o por quê da separação de vocês?
– Águas passadas não voltam a cair, Anne... Agora vamos descer que eu vou te ajudar a descarregar suas malas até lá.  Papai desceu do carro e abriu o porta-malas.
– Vamos, Anne!
Desci do carro e fui em direção a uma mansão, do lado de fora da porta estava numerado, 477.  Não ousei bater e esperei que meu pai batesse na porta, que por sinal, era enorme, e com uma cor vibrante. Ele bateu três vezes e nada aconteceu, quando ergueu sua mão pela quarta vez, a porta se abriu, e nada de uma mulher, era apenas um homem com vários dentes faltando na boca, usando vestes de mordomo.
– Senhora Beckham, a senhorita Emma está a sua espera.
O estranho homem sorriu, com a boca quase desdentada.
– Entrem!
Meu pai entrou primeiro, entregando as malas para o homem baixinho, e se sentou no sofá, como se já tivesse liberdade na casa.
– Onde está ela, pai? – Eu disse de braços cruzados batendo o pé no chão. Meu pai fez sinal para eu esperar. Respirei fundo e quando ia abrir a boca para falar, ouvi um barulho.
– Olá Erick! – Uma mulher alta, cabelos cor de mel com mechas loiras iluminadas, olhos verdes, pele branca como a neve, veio descendo a escada causando com o barulho do seu salto alto.
– E olá filha! A propósito você está linda!
Fiquei assustada com a beleza dela, eu tinha certeza que nunca havia visto ela antes, mesmo que tenha convivido com ela até meus 5 anos de idade.
– Olá, Emma...
Meu pai sorriu amargamente ao vê-la chegar.
– Olá, mamãe...Um tom de medo foi dito por mim na segunda palavra, Fiquei ansiosa para conhecê-la. Minha mãe sorriu e disse, olhando pro homem corcunda:
– Já pode levar as malas dela e parar de ouvir a conversa que não lhe convém, olhou novamente para meu pai.
– Charles é uma graça, quando não está ouvindo a conversa dos outros... Ah, e ele fez janta, servidos?
Fiquei muito assustada quando ela disse a palavra graça, e mais assustada ainda quando ela disse que um homem quase sem dentes e corcunda havia feito janta... Tá, eu não podia ser rude então aceitei o convite, balançando a cabeça.
– Obrigado, Emma, mas estou de saída... disse meu pai se levantando. Cuide bem da minha filha nesses 3 meses, e vê se matricula ela numa escola descente!
– Nossa filha!
Minha mãe suspirou e voltou a falar.
– Não se preocupe Erick, eu já fiz as honras de matricula-la em Mystic Falls High School.
Meu pai agradeceu, e em seguida me deu um beijo na testa e saiu da enorme casa batendo a porta.
  Eu me sentei numa cadeira localizada do lado esquerdo da mesa, esperando Charles, (sim, o homem quase sem dentes se chamava Charles), trazer minha comida. O corcunda chegou e trouxe um prato de macarrão para mim, e outro para minha mãe, que num piscar de olhos estava sentada na cadeira de frente para a minha.
– Você teria por acaso um refrigerante, ou então um suco? perguntei educadamente.Uns 5 minutos depois ele veio com uma lata de refrigerante e entregou-me, já para minha mãe uma taça com um líquido avermelhado, que me deu uma  vontade imensa de saber o que era.
– O que é isso, mãe? Posso provar? perguntei.
Minha mãe negou o pedido balançando a cabeça e dizendo:
- É drink de maçã cítrico, nada que seja da sua idade... Agradeci sem graça, e comecei a comer o macarrão. Conversamos um bom tempo.
  E depois do jantar, resolvi pergunta-la sobre o que causou a separação deles, ja que meu pai não tocava no assunto. Mas o que me deixou novamente assustada foi que quando toquei no assunto da briga, minha mãe ficou super nervosa.
– Já chega de conversas, vá pro seu quarto! Ordenou ela!
Se isso fosse assunto de adolescente você saberia! Agora durma que você tem aula amanhã...
– Mas é tão injusto, eu já tenho idade o suficiente pra saber tudo sobre a minha família. Levantei-me e fui lá para cima cheia de ódio.
– Mas por quê ela tem que ser tão cruel?! Eu esmurrei o travesseiro e respirei fundo, deitando de braços cruzados, olhando pro teto. 20 minutos depois de ficar sem fazer nada respirando e reespirando profundamente toda hora, ouvi alguém abrir a porta do meu quarto, nada boba, fingi estar dormindo.
– Acha que ela desconfiou, senhora? ouvi a voz irritante do mordomo.
– Não se preocupe, Charles... Ela vai saber de tudo na hora certa. Minha mãe se virou e fechou a porta.
Ao terminar de dizer a última palavra Fiquei tentando imaginar o que seria de tão misterioso que meu pai e minha mãe esconderam por tanto tempo, até adormecer...

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