O futuro é o seu passado

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- Precisamos fazer alguma coisa, isso já passou dos limites faz muito tempo! Daqui a pouco seremos uma nação de escravas - disse minha irmã enfurecida.

- Adassa eu sei, mas nossa tribo não é preparada para enfrentar uma guerra, quer mesmo que essas mulheres se matem?

- Mussirá faz 4 anos que acontecem ataques em nossa aldeia ou aqueles imbecis apenas nos capturam em nossas breves saídas daqui, eu acho melhor migrar a aldeia pra outro lugar - ela responde cansada.

- Eu decido o que é melhor para nossa tribo! - gritei, fazendo Adassa explodir em raiva.

- ENTÃO SE MEXA, POIS SE NÃO FIZER ALGUMA COISA A NOSSA ALDEIA EM BREVE NÃO PRECISARÁ SER "GOVERNADA" JÁ QUE NÃO EXISTIRÁ POPULAÇÃO - saiu bufando de minha tenda.

Pobre Adassa, pensa que eu esqueci de todo o nosso passado e o que aqueles tiranos nojentos fizeram conosco, mas o que ninguém imagina é que venho fazendo meus planos.

Durante esses 4 anos eu vivia de viajar e buscar novas tecnologias e objetos para a vivência de todas, mas a verdadeira causa de minhas saídas eram treinamentos pesados, aprendi a lutar, me defender com os melhores tutores, aprendi a usar todo tipo de arma e fui submetida a  dores inimagináveis.

- Irmã! - chamei saindo da tenda.

- O que foi? - respondeu seca.

- Se quer realmente ser grossa, por favor capriche mais.

- Desculpa, Precisa de alguma coisa? - perguntou irônica.

- Preciso querida, junte todas as mulheres, tenho um anúncio importante.

- Tudo bem! Fazer o que né, nessa família eu sou a escrava mesmo - disse rindo.

- Para com esse drama e faça o que te pedi, por favor!

- Aí, estou indo.

Esperei até que todas estivessem presente no local e comecei o meu discurso.

- Já faz muito tempo que vocês me julgam e não depositam sua total confiança em minha pessoa, MAS eu resolvi esquecer todas as críticas e colocar meu plano de resgate em ação.

Uma grande quantidade de cochichos e rostos confusos apareceram.

- irá demorar, eu não vou mentir, já que não temos suporte de ninguém, porém hoje mesmo entrarei em ação, preciso que algumas mulheres me auxiliem com uma certa preparação, por favor celem o nosso melhor cavalo.

Saí do local e fui diretamente em meus aposentos, abri meu baú e peguei as vestes dos Altiorem que roubei quando um deles estava distraído.

- Minha irmã, o que vai fazer? - perguntou Adassa.

- Digamos que vou dar um passeio pela tribo vizinha.

- Você ficou maluca? Eles irão te prender, ou pior te matar!

- Eu estou de boa - disse sarcásticamente.

- Que ótimo, minha irmã doida ataca novamente...escute, ir ao encontro deles sem nenhuma proteção é burrada, não se esqueça irmã, nós fugimos da Arábia para conseguir direitos, mas enfrentar esses homens só nos trará a escravidão.

- Não era você que queria ação? Então por favor mande que levem o cavalo para a entrada da Aldeia em 20 minutos - pedi.

- Escute bem, isso é uma missão suicida, e se você falhar miserávelmente eu juro que vou atrás da sua alma para te dar uns tapas - ela se virou e saiu.

Aproveitei sua saída e escondi minha espada preferida em minhas roupas, coloquei também uma faca em outro lugar da roupa e um remedinho útil em outro.

- Estou pronta baby!

Encontrei Adassa e o cavalo como prometido na entrada da Aldeia, percebi sua aflição logo de cara.

- Eu vou voltar, prometo - dei um abraço apertado nela.

- Assim espero minha irmã - uma lágrima agora escorria de seus olhos.

- Até, e cuide de todas.

Sai cavalgando pelas areias sem fim, já me preparando para a entrada no "palácio" do grandioso líder ou Abahu, tanto faz...a questão, é que venho estudando esse cara desde a morte de minha mãe, suas atitudes são sempre violentas, mas nunca é ele mesmo que faz o jogo sujo, um verdadeiro verme ambulante.

Cheguei a tempo de ver alguns guardas na entrada da cidade que detinham algumas pessoas, me escondi e coloquei um turbante na cabeça escondendo também meu rosto, não usaria a força pois chamaria muita atenção.

- Bom dia senhor! O que deseja fazer em nossa tribo?

- Venho procurar novos negócios e alianças - disse fortemente decidida e claro mudando a voz.

- Está ciente que metade de seus lucros em nossa aldeia será voltada para nosso governante? - literalmente gritou o guarda.

- Sim.

- Entrada liberada senhor.

Credo que guardas péssimos, enfim foi fácil passar. De primeira vista já percebi que na verdade os homens eram calculistas e que sua Aldeia era bem feita, ok já tenho vantagens.

Para entrar no "Palácio" utilizarei do método mais simples e convincente.

- Sou Rámen, mensageiro do rei de uma das maiores e melhores tribos da África, vim propor uma aliança com seu líder - falei para os guardas.

- Meus colegas te acompanharão até ele.

Entrei seguida por dois guardas, um posicionado de cada lado meu, me preparei e virei pegando a espada de minhas vestes e arrancando a cabeça dos dois.

Peguei uma das cabeças e fui em direção a porta de entrada, abri sorrateiramente e joguei ela, fazendo rolar até os pés de Abahu.

- QUEM ESTÁ AÍ? - gritou.

Agarrei a outra cabeça e joguei.

- EU NÃO VOU PERGUNTAR DE NOVO, APAREÇA! - senti uma pitada de medo em sua voz.

Comecei a aplaudir e entrei no local que basicamente parecia uma sala do trono.

- Ora Ora, Abahu que saudades meu amigo - ironizei.

- Quem é você? Seu psicopata anônimo - disse com cara de nojo.

- Nossa querido, assim você me fere - coloquei a mão no coração.

- GUARDAS PRENDAM ESTE INTRUSO!

Rapidamente retirei o turbante revelando minha identidade, todos ficaram perplexos, mas os guardas vieram me atacar.

- FIQUEM LONGE DE MIM! - ordenei e basicamente atenderam o pedido.

- O que você quer? - perguntou Abahu agora cheio de raiva.

- Quero que liberte minhas mulheres e nunca mais ataque minha aldeia.

- Foi realmente muito corajosa em vir aqui me pedir isso, porém receio que se tornará mais uma escrava e terei prazer em anunciar que você será a minha escrava - riu - guardas podem levá-la.

- ESCUTE BEM SENHOR ABAHU, NÃO ME AMEAÇE, VIM AQUI E DEI A OPORTUNIDADE DE VOCÊS SAÍREM ILESOS DE UMA POSSÍVEL GUERRA, PORÉM POR ESSA SUA ATITUDE DESRESPEITOSA EU DECLARO GUERRA A TODO O SEU POVO - gritei fortemente.

- E eu declaro que vocês seram todas minhas escravas em apenas algumas semanas minha cara HAHAHA.

- Querido, a cada mulher que você se quer encostar um mísero dedo, eu mesma decaptarei​  3 homens seu - fiz uma cara de inocente - a escolha é toda sua.

- É o que veremos sua vadiazinha imunda.

- Até querido! ah e por favor não mande seus guardas atrás de mim se não quiser um banho de sangue.

Saí daquela sala imunda e fui escondida para fora daquela aldeia, agora eu iria preparar meu segundo plano juntamente com Adassa e as outras.




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⏰ Última atualização: Jul 27, 2017 ⏰

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