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Cheguei em casa e já sinto o bom cheiro da comida que provavelmente Joana fez. Estavam todos na cozinha.

- Cheguei.- Falo meio alto para meu pai poder me ouvir.

- Venha aqui nos ajudar.- Ele disse. Larguei minhas coisas no sofá e fui até lá.

Arrumamos a mesa e nos sentamos para jantar. Todos estavam aparentemente felizes.

- Então pai, será daqui a 7 dias que vocês irão voltar mesmo?- Perguntei.

- Sim. Espero que vocês fiquem bem.- Meu pai disse enfatizando a última palavra. Bebi um pouco do meu suco.

- Iremos.- Sorri e tentei passar confiança.- Bom, eu queria ir na viagem também.- Tentei mudar de assunto.

- Eu também.- Karen disse e sorriu.

- Todos nós queríamos que vocês duas fossem conosco. Mas vocês tem compromisso. Seria uma viagem em família legal.- Meu pai disse. E eu dei um longo gole no meu suco e dei uma colherada em minha comida, que por sinal estava uma delícia. A ideia de que somos uma família ainda é estranha para mim, mas acho que tenho que começar a aceitar isto. Joana é uma boa pessoa, agora Karen... Dispenso comentários. Ela anda diferente, mas ainda não confio nela completamente.

No resto do jantar nós ficamos conversando sobre coisas da viagem e como o Havaí e suas praias eram legais. Meu pai e Joana iriam viajar amanhã cedo. Eu já estava em meu quarto deitada, olhando para o teto. quando bateram na porta duas vezes.

- Entra.- Eu disse. Era meu pai, ele entrou no quarto e sentou na beira dá cama. Eu me ajeitei de modo que eu ficasse sentada.

- Estou animado com essa viagem.- Meu pai sorriu.

- Eu também estou.- Sorri de volta.

- Mas..- Meu pai suspirou. Lá vem.- Mas estou com receio de deixar vocês duas aqui. Sozinhas.- Ele passou a mão por seus cabelos e fez uma expressão de preocupado.

- Pai eu não vou matar ela não.- Eu disse e ele riu.

- Sei que vocês não se dão muito bem.- Ele olhou sério para mim.- Nunca entendi bem o motivo.- O motivo é que ela é uma cobra, pai. Pensei isso, mas guardei só para mim, obviamente, era capaz de meu pai fazer um discurso ali de como ela era uma boa garota e blá blá blá. Ele olhava para mim como se esperasse que eu o dissesse algo.

- Olha pai... Se diverte na viagem tá.- Mudei de assunto completamente, é sério não queria falar sobre isso agora.

- Tudo bem.- Ele sorriu.- Comportem- Se. Eu te amo.- Meu pai se levantou e deu um beijo em minha bochecha. Ele foi andando em direção a porta.

- Ah..- Ele parou e virou para mim.- Trate ela bem, por favor.- Seu olhar era quase de súplica. Assenti com a cabeça e sorri para ele. Meu pai se retirou do quarto e eu voltei a deitar.

Tudo bem, vou tratar ela bem, pelo meu pai e pela educação que ele me deu, ela tá diferente, talvez ela esteja mudando. As pessoas merecem segundas chances.

Afastei esses pensamentos sobre Karen, com toda essa conversa do meu pai, nem pude parar para pensar sobre o que aconteceu hoje lá no bar com Thomas, ele foi um fofo, mesmo.

O dia de hoje e principalmente a conversa com Thomas meio que dissipou todas as minhas dúvidas sobre eles dois: Jake e Thomas.

Acabou o dilema, acabou a dúvida. Era Jake, sempre foi. Meu melhor amigo, minha primeira paixão. Tudo que eu vivi com Thomas foi mais que bom, foi maravilhoso.

Mas tinha algo naquele idiota do Jake, algo que me prendia nele, algo que me fazia amar ele mais do que meu melhor amigo. Suspirei. Lembro-me de tudo que Jake fez, de como ele era um idiota e depois voltava e ajeitava as coisas entre nós, de quando ele começou a namorar a Karen de repente e depois disse que não gostava bem dela. De quando nós tínhamos 13 anos e eu era completamente apaixonada por ele, e Jake sabia disso, mesmo assim não ligou. Idiota. E de quando descobri que meu maior objetivo com 13 anos tinha se tornado realidade, Jake gostava de mim, depois de anos ele finalmente percebeu.

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⏰ Última atualização: Jul 28, 2017 ⏰

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O idiota do meu amigoOnde histórias criam vida. Descubra agora