Capítulo 2

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Pov Rose

Era insuportável.... Simplesmente insuportável.

Eu ainda não podia acreditar que minha mãe tinha morrido, ela era tão saudável, e de uma hora para outra adoeceu e veio o diagnóstico. Câncer. E não deu nenhum aviso antes, veio com força total e descobrimos que já estava muito avançado para tentar fazer algum tratamento. Mas mesmo assim ela tentou um tratamento experimental que a fez viver um pouco mais, mas infelizmente tudo tinha acabado.

E eu dava graças a Deus por isso.

Não! Não me entendam mal. Ela só fez esse tratamento por minha causa, ela estava tentando me preparar para sua partida. Eu sabia que ela sentia muita dor, mas nunca esmorecia na minha frente... Ela foi tão forte...

- Rose querida - Sônia Karp amiga da minha mãe entrou no quarto da minha mãe que era onde eu estava agora - Sei que é difícil, mais você precisa se alimentar, sei que Jane não ficaria feliz vendo você se acabar, ela iria querer que você enfrentasse...

- Não me diga o que ela gostaria ou não - gritei chorando - Ela está morta - disse me jogando em sua cama chorando ainda mais.

Eu sei que ela não merecia, que eu estava descontando toda minha raiva e dor nela.

- Desculpa - disse quando sentir suas mãos em meus cabelos acariciando, levantei o rosto para olha-la - Mais dói tanto...

- Tudo bem minha menina - disse ela - Eu sei o que está passando, te entendo. Jane era uma irmã para mim, ela sempre esteve lá por mim, ficou ao meu lado quando minha mãe faleceu. Ela me confortou e disse que ia demorar, mas tudo ficaria bem, que eu seguisse com minha vida sempre pensando em minha mãe, o quanto ela me amava e o quanto queria que eu continuasse vivendo e que ela sempre estaria comigo aqui - disse tocando no meu coração - Você é forte querida, sua mãe sabia disso e com certeza ela vai estar mais feliz com você seguindo em frente, segundo sua vida e alcançando todos os objetivos que vocês duas juntas traçaram, aonde estiver ela olha por você...

Ela parou e percebi que não estávamos mais sozinhas. Ela soltou um som baixo irritado e eu já sabia porquê. Me sentei na cama olhando meu namorado ali em pé na soleira da porta. Ele era alto, sua pele clara, seus cabelos castanhos bem lisinho espetados para cima, seus olhos como chocolate derretido.

- Coma querida, depois volto - disse ela apontando para a mesinha na escrivaninha com meu jantar e saiu.

- Denis... - sussurrei assim que vi ele vindo em minha direção.

- Roza... - disse carinhosamente, me abraçando.

Eu não gostava quando ele me chamava assim, me trazia boas e más recordações. Me aconcheguei em seus braços e chorei mais um pouco, fazia um dia que minha mãe tinha sido enterrada.

- Isso meu amor... Chore... deixa essas lágrimas lavarem sua dor - disse ele.

Era tão bom tê-lo aqui comigo. Fora Sônia, ele era a única pessoa da família para mim, eu não conhecia meu pai, minha mãe nunca me falou dele, na verdade só sabia o nome dele até a última despedida da minha mãe quando ele magicamente apareceu no enterro dela e disse que eu era sua filha.
Eu só dei as costas e vim embora, não precisei dele durante todos esses anos, não precisaria agora.
O único homem que eu amava de verdade estava aqui, me abraçando.

Não é não! disse minha consciência.

Tudo bem eu não o amava, mais eu seria tão mais feliz se conseguisse isso.

As vezes me sentia uma traidora com seus sentimentos. Ele fazia tudo para me deixar feliz e sempre dizia que me amava, mais eu não conseguia, eu gostava muito dele, mais amor?... Eu amava aquele rosto, mas não o dono dele, e eu tentei tanto...

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