Just another night

1.5K 89 52
                                    


Há milhares de formas com as quais eu poderia começar esse relato. Eu poderia narrar sobre o quão para baixo eu estava naquele dia e não, não era por causa de idiotices amorosas ou algo do tipo. Meu quase interminável dilema sobre trabalhar ou ir para a faculdade havia terminado há alguns meses, quando minha mãe caiu doente e eu precisei largar meus estudos para trabalhar e ajudar em casa.

Mas, no fundo, quem liga se meus sonhos foram adiados? Você não, né?

Só está aqui lendo porque há avisos de sexo e nudez e porque diz que é proibido para maiores de dezoito anos, embora eu saiba muito bem que setenta por cento dos bad ass que leem ou até mesmo que escrevem essas coisas ridículas são menores de idade que não tem o que fazer. Seus pais sabem que você está lendo isso, seu pervertido de merda?

Ou você pode fazer parte dos adultos frustrados que buscam alguma coisa fictícia para encher suas mentes já que chegaram a maior idade e descobriram que isso só lhes traz mais responsabilidades e que o mundo é um lugar cruel demais para se viver sem ter histórias paralelas para acompanhar.

Ei, espera, não fecha a aba do navegador ainda não. Eu disse que iria ter sexo e é sexo que eu vou te mostrar. Só queria te contar algumas verdades antes para que pense algumas vezes antes de continuar fazendo isto repetidamente.

Sinceramente me pergunto por que diabo estou aqui, contando para qualquer idiota que queira ler como foi a melhor noite da minha existência. Sim, existência porque quem vive são pessoas que aproveitam o que passam durante os dias, gostam do que fazem e gostam de si mesmos. Não me encaixo nesse padrão, logo existo e não vivo.

Também não posso afirmar – e nem quero – que a melhor noite que já passei foi envolta em coisas amorosas, o que provavelmente você esperava encontrar ou já leu em outro lixo parecido com isso. Sim, porque eu aposto que você é um daqueles babacas que ficam parados na frente de uma tela lendo sobre coisas que não existem e histórias de amor improváveis, se perguntando "porque tal personagem não entra na minha vida?". Eu te respondo, queridinho (a): Porque essas idiotices não existem e você é apenas um alienado iludido por essas porras. É apenas isso, aceite e siga em frente.

Acho que seria sensato da minha parte parar de insultar o leitor e começar a contar sobre o que você realmente quer:

Naquela noite, como já citei, eu me sentia arrasada. Mais do que nas outras noites. Talvez porque percebi que minha vida nunca iria mudar. Eu nunca iria para a faculdade e nunca iria mudar essa minha perspectiva ridícula de que um dia eu iria ser alguém na vida. Também sou iludida. Todos somos iludidos por algo. Essa era minha ilusão.

Sentia-me um pouco zonza por causa da bebida, mas achei que não pudesse piorar caso eu tomasse mais algumas doses. Ninguém se importaria se eu caísse alcoolizada aqui neste bar e fosse levada para a emergência mais próxima para lavagem estomacal. Ninguém iria atrás de mim no hospital, desesperado, perguntar se eu estava bem ou qualquer outra porra assim. Então eu realmente não fazia questão de nada.

Li alguma coisa, quando entrei aqui, sobre música ao vivo. Tudo o que eu tinha ouvido até o momento era apenas uma porra de música eletrônica martelando nas caixas de som, como se obrigasse você a se levantar e dançar. Isso é tão ridículo. Eu danço se eu quiser, música idiota.

Vi uma banda começar a se preparar no palco. Um baterista, um guitarrista, um tecladista... A música que tocava no rádio diminuiu até parar e eu agradeci por isso. Parecia que minha cabeça martelava junto com a música e eu achava que não iria poder aturar uma dor de cabeça a essa altura do campeonato.

Encarei o palco com tédio, com vontade de gritar "cantem logo alguma merda que preste, seus babacas", no entanto, os segundos se passaram e nada aconteceu. Continuavam afinando seus instrumentos, como se faltasse alguém. Apoiei o queixo na mão, me sentindo entediada. Eu estava tão bêbada que provavelmente não conseguia mais associar nada com nada, mas o tédio estava aqui. Gritando no meu ouvido, me rodeando, tomando da minha bebida, invadindo o meu ser e... Deixando-me com essa evidente cara de cu.

The  Girl On The Stage (One-Shot)Onde histórias criam vida. Descubra agora