Capítulo 3

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Capítulo 3

"Estamos haciendo algo mal. Tú allá pensándome, yo acá te extrañándote y el amor com ganas de hacernos."

O dia estava quente como de costume, Anahi deitada na cama via o filho ao seu lado assistir um desenho vidrado enquanto ela mal conseguia escutar o que era dito na TV. Tinham se passado três dias desde Alfonso passou à tarde em seus braços naquela mesma cama em que estava. Anahi perdida em seus pensamentos, olhando para um ponto vago no quarto, ainda parecia estar nas nuvens, com as memórias frescas demais do cheiro dele, da pele, do sexo incrivelmente intenso que fizeram. Ela se pegava sorrindo do nada, sem a menor razão, só por lembrar de um olhar mais apaixonado, um sorriso de lado, uma palavra dita, um toque possessivo. Anahi se via apaixonada, mais do que nunca, como uma adolescente novamente. Alfonso a fazia sentir borboletas no estomago, esperança e vida.

Ela sentia a falta dele, estava morta de vontade de passar aqueles três dias inteiros na cama com Alfonso, se esquecendo por completo do mundo lá fora. O ruim é que, em algum momento as responsabilidades sempre chamam. Como naquela tarde que passaram juntos, Anahi estava pronta para sequestrar Alfonso para um bom e demorado banho quando caiu em si da hora, se lembrando que precisava buscar Manuel na escola. Ela queria mais, ela precisava de mais.

Não ouve muita conversa depois daquilo, Alfonso parecia distante, Anahi tentava respeitar seu tempo para pensar, mas aquilo a matava Ela seguia sua vida, sua rotina, suas composições e seu trabalho, mas tudo estava diferente. Cada vez que via ele online se via tentada a enviar uma mensagem, perguntar sobre o dia dele, qualquer coisa. Ela simplesmente não sabia como proceder, qualquer barulho de mensagem seu coração acelerava. Anahi estava dias ansiando, desejando, querendo estar com ele outra vez, querendo que aquilo não tivesse fim outra vez. Porém Alfonso ia em outro ritmo, ele mandava as mensagens, ele avançava ou freava e a falta de controle estava enlouquecendo Anahi.

Enlouquecendo por pensar nele, se sentia como uma idiota na cama repassando todos os momentos, como um episódio épico de um seriado favorito. Ela fechava os olhos e queria o poder de reviver o momento, porque era tudo que ela tinha além dos dias longe dele, do vazio e insegurança, da dúvida se enviava ou não a mensagem, aqueles prós e contra que a torturavam.

Alfonso não estava muito diferente, do outro lado, ele sentia a necessidade de um tempo para si, para pensar e colocar seus sentimentos em ordem, mas por outro, sentia falta dela em cada minuto do dia, a vontade de largar qualquer cena ou gravação, pegar o carro para a casa dela e não sair mais dos seus braços. Mas a velhas inseguranças voltavam, o medo de se machucar novamente, medo do quão errado tudo aquilo poderia dar, a magoa ainda recente de tudo que Anahi lhe tinha feito. Ele passava os dias pesando, mas não parecia chegar a nenhuma conclusão. Então ele evitava vê-la, falar com ela e principalmente toca-la, estava mais que claro que mesmo depois de anos Alfonso continuava sem o menor controle com Anahi por perto e tão necessitado dela como sempre foi.

Era sexta feira, Alfonso tinha terminado a gravação de um piloto e teria a estreia da serie que protagonizava em duas semanas, as coisas iam bem, a vida parecia estar indo para o lugar certo. Dois amigos com ingresso extra para o jogo dos Dougers o convidando para ir, era a oportunidade perfeita de se distrair e tirar da cabeça Anahi nem que fosse por 90 minutos. Porém, não muito longe dele, Anahi em casa tentava recusar a insistência de suas amigas em sair para tomar alguns drinks, Anahi não estava no clima, definitivamente. Mas ela também sabia que não mudaria muita coisa ficar em casa pensando no que poderia ter dito ou feito, no que deveria fazer, quando na realidade, ela já tinha sido honesta o bastante sobre suas intenções, mas faltava Alfonso decidir o que quer.

Anahi por fim resolveu ir, Manuel já estava na cama, talvez fosse bom no fim das contas distrair e deixar os problemas de fora por um momento. Ela usava uma calça slin social, um cropped branco trançado, um scarpin preto e com os cabelos um tanto rebeldes, ela não fez muita questão de se arrumar demais aquela noite, a intenção era só uns drinks e voltar para casa na primeira oportunidade. Talvez o erro fosse fazer planos nos quais sabia que passaria longe de cumprir, assim que Anahi se viu cercada de música, amigas e bebida, a boa e velha Anahi presa por muito tempo dentro dela veio a tona. Entre um shot e outro, drinks variados, Anahi já tinha deixado o juízo longe, principalmente por beber e não pensar em mais nada. Ela ria de uma casualidade estúpida contada por uma amiga, coisa que certamente ela não acharia a menor graça sóbria, Anahi se sentia alterada e também mais leve, mais feliz. O que ela tinha mais para perder?

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