Capítulo Oito - Uma história parecida com a minha ❤

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Chego em casa feliz, como vim andando nem vi que chego rápido, abro a porta e vou direto ao quarto de mamãe contar tudo a ela, bom, se ela estiver acordada, acendo a luz e vejo que ela não está, fico desesperada e corro para a cozinha, acendo as luzes e olho ao redor procurando por ela, quando a vejo jogada no chão da sala, corro em direção a ela, vejo sua testa sangrando e me bate um desespero ainda maior.

- Mamãe! Grito - O que houve com a senhora! Pego ela em meus braços, e tento coloca- la no sofá, com muito esforço consigo - Mamãe acorda. Murmuro chorando. O corte na sua testa estava fundo e grande, como ela fez isso? Vou até a cozinha e vejo que atrás do pequeno balcão tinha o vaso de flores quebrado no chão, deve ter caído em sua cabeça, meu Deus! Corro até minha mãe e ligo para a ambulância - Daqui a pouco eles chegam. Falo sozinha.

                               ***

- Charlotte! Ouço o médico me chamar.

- Sim doutor. Me levanto da cadeira indo ao seu encontro.

- Bom, realmente algo deve ter caído em sua cabeça, e o impacto a fez desmaiar, o corte na cabeça foi fundo, mas nada que alguns curativos não resolva. Pode ficar tranquila. Pelo menos por enquanto. O médico Alexandre diz.

- Obrigada doutor. Falo e volto a me sentar.

- Acho melhor você ir pra casa, ela não vai ser liberada hoje. Ele volta a dizer.

- Não precisa, eu fico. Não tem nada pra fazer em casa mesmo. Falo baixo e vejo ele sorrir.

- Dormir, descansar. Ele diz me olhando.

- Não vou conseguir. Falo rápido e então ele apenas se distancia, me deixando só.

Fico ali pensando em tudo o que está acontecendo com minha mãe, coitada. Ela não merece isso. Fico perdida em devaneios até adormecer.

- Querida! Ouço uma voz me chamar - Pode acordar? Alguém me chacoalha.

- Oi. Falo meio atordoada.

- Vamos comer algo, você passou a noite sentada nessa cadeira. Esfrego os olhos e vejo uma senhora na minha frente, devia ser alguma enfermeira - Prazer, sou Anastácia.

- Olá, e perdão por ter ficado tanto tempo aqui. Falo me levantando e sinto uma grande tontura, Anastácia me ajuda.

- Cuidado, acho que já faz um tempo que você não se alimenta. Ela diz sorrindo e concordo com a cabeça - Então vamos! E assim a sigo.

- Aurora é sua mãe certo? Anastácia pergunta bebericando seu café.

- Sim. Respondo.

- Isso é complicado. Ela diz e não sabia onde queria chegar, então ela prossegue - Sua história parece muito com a minha, minha mãe tinha uma certa doença na cabeça, e se esquecia de todos, era raro as vezes que ela se lembrava de alguma coisa. Anastácia para e toma mais um gole do café - Então, eu pedi a Deus, para que a curasse ou a levasse. Ela me olha por um momento.

- E o que Ele fez? Pergunto curiosa.

- Levou. Ela diz sorrindo.

- E você está bem? Pergunto indignada.

- Sim. Isso já faz anos querida. Eu pedi para que o Senhor a levasse, eu não aguentava mais aquela vida. Ela diz alto - Por mais que algumas vezes ela se lembrava de algo, eu não podia viver com uma mãe naquele estado, ela havia feito várias cirurgias, e nada resolvia, foi quando conheci Deus. Ela estava em uma cama no hospital, e estava prestes a fazer outra cirurgia, eu estava na igreja, e fiz uma prece a Deus, pedi a Ele que levasse minha mãe. E Ele o fez, levou ela para os braços Dele, eu sei que agora ela está feliz e repousa. Ela fala com algumas lágrimas nos olhos - Eu não choro de tristeza, e sim de alívio e felicidade. Ela sorri novamente e sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

Um propósito - Você é feliz ou apenas sorri?Onde histórias criam vida. Descubra agora