The Jessie's Grimoire

#2 - Beautiful

Lindo(a)

[Plume on the cover]

"You are beautiful! don't metter what the others say about you, don't metter if my eyes never open again, don't metter if I never can fly again, You will always love me, and that's why you're beautiful." 

A bruxa abriu a janela, deu uma boa olhada lá fora, respirou fundo e começou a arrumar o quarto, retirou os livros que estavam jogados no chão e os guardou na estante, as páginas rasgadas, ela guardou em uma gaveta para tentar consertar outra hora. Enquanto ela arrumava tudo, a bruxa começou a se perguntar a quanto tempo ela procura em livros magias que não sejam em latim e também pensou em todas as vezes que tinha falhado em realizar seu tão sonhado desejo, ela começou a se sentir frustrada e prestar atenção no vento que entrava pela janela, estava frio, enquanto os ventos entravam em sua janela e faziam seus cabelos brancos ficarem em seu rosto, a jovem bruxa logo se tocou de que iria chover em breve, ela estava prestes a fechar a janela quando percebeu um brilho azul embaixo de uma das árvores pelo jardim. Primeiro ela pensou que era a varinha de alguém, mas varinhas não se mexem sozinhas e não... voam! O brilho azul começou a voar, era um pássaro, ele bateu em uma parede, tinha algo de errado com aquele pássaro. Sem pensar, a bruxa correu praticamente chutando sua porta e descendo as escadas, por sorte não tinha ninguém em seu caminho. Ela finalmente chegou ao lado de fora e correu para a parte do quintal onde ficava a janela de seu quarto, não importa o quanto ela correu rápido era tarde demais, o pássaro que um dia foi azul, agora estava vermelho de sangue, o pássaro que um dia foi livre, agora estava preso na prisão da morte. A bruxa se ajoelhou e levantou levemente a asa do animal, tinha um grande corte, provavelmente feito por algum predador, ela soltou a asa dele e ficou encarando-o por um tempo, sem saber o porque, ela acabou beijando o pássaro rapidamente enquanto seu rosto se entristecia cada vez mais.

- descanse em paz, belo passarinho... - sussurrou ela voltando para dentro

Como a bruxa tinha previsto, começou a chover, não muito forte, era como uma chuvinha de Verão mas o céu estava completamente cinza e nossa protagonista estava deitada na cama segurando aquele livro em branco e encarando sua capa, ela se irritava toda a vez que olhava para ele mas também ficava com sono, então estava tentando se hipnotizar para dormir logo e parar de pensar naquilo. Demorou um pouco para ela se tocar que aquilo nunca funcionaria, depois de um tempo, a mansão estava completamente silenciosa e escura, com todos dormindo, ninguém foi capaz de ver a forte luz azul que foi desaparecendo aos poucos. A jovem bruxa costuma acordar um pouco tarde, mas naquele dia em especial, parecia que todos os moradores da mansão resolveram fazer uma festa de arromba e convidaram o mundo inteiro, o barulho estava praticamente consumindo sua cabeça, gritos histéricos, rizadinhas irritantes e perguntas animadas faziam a mente da bruxa querer explodir, ela tentou esconder o rosto no travesseiro para ver se diminuía o barulho mas não funcionou, ela desistiu e se levantou, trocou de roupa e desceu as escadas, nem mesmo as garotas que costumam ficar na cozinha preparando o café da manhã estavam lá, ela tentava achar uma forma de vida na casa, mas parecia que todos estavam no andar de baixo. 

Quando ela desceu até lá, descobriu a fonte de todo o barulho, tinha um rapaz de pele pálida, olhos azuis e cabelos azuis lisos com um suéter preto por cima de uma blusa branca de mangas longas, uma das mangas estava arregaça, um pouco suja de vermelho, seu braço estava enfaixado com ataduras, que estavam muito sujas de sangue, aquele rapaz tinha um olhar perdido, ele encarava todas as bruxas que o cercavam levemente confuso e no ponto de vista da bruxa de olhos azuis, o que elas fizeram com ele era quase um sequestro. A garota empurrou algumas garotas para longe e puxou o rapaz para longe delas, ela puxou ele pelo ombro dando um pulinho - ele era bem mais alto que ela - e encarou as outras que estavam todas confusas.