Genesis

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Nasci no dia 13 de outubro de 1873, em casa. Com incríveis dois quilos e oitocentos gramas, quarenta e nove centímetros, cheia de fios loiros e grandes olhos azuis. Uma bebezinha adorável e chorona.

Registrada como: Serena Dean Whitmore. 4ª filha de William James Whitmore, o Lord Sutton – importante membro da Casa dos Lordes – e Rose Mary Whitmore, a Lady Sutton, pertencentes à alta nobreza.

Sim. Contarei para você a minha história desde o começo, apesar disso não fazer sentido algum. Mas como a história é minha, posso fazer o que bem entender, até mesmo contar umas mentiras... O que não levaria a nada! Por isso, serei o mais verossímil em cada um dos capítulos seguintes. Prometo a você.

Após essa pequena introdução, vem a parte em que solto o verbo... Espero que esteja pronta/o para conflitos, choros, alegrias, mais choros e quebras de expectativas. Enfim! Começaremos então com o começo. Senhoras e senhores, esta é a história de Serena.

Às vezes, ou melhor, quase sempre tenho saudade dos meus tempos de infância, em que a minha única preocupação era se mamãe havia feito sonhos para mim na hora do chá das cinco. E claro, eu sempre sabia a hora exata do chá, já que o Big Ben dava suas cinco badaladas com mais ênfase, como se fosse o dia de Sua Majestade inspecionar os soldados do palácio de Buckingham, ou uma coroação de um novo monarca. O estereótipo de "inglês" surgiu exatamente algumas décadas após a Rainha Victoria assumir o trono quando ainda muito nova, apenas aos dezoito anos de idade. Seus princípios e valores morais eram bem conservadores e acabaram por influenciar não só a Inglaterra, mas outros lugares além- mar, principalmente o Novo Mundo, o qual era sempre atrasado e nunca tinha sua própria cultura e, por isso roubava a nossa, em vez de fazer uma Belle Epoque autêntica.

Nos primeiros anos da minha vida, o país passava pela gratificante Pax Britannica, um período de plena estabilidade política e econômica. Não haviam conflitos armados com outras potências europeias e a economia estava crescendo com o advento das indústrias siderúrgicas e de mineração.

A paz reinava pela Terra da Rainha e no meu mundinho, ela era rápida, assim como o flash de uma daquelas máquinas de tirar retratos.

1879

Todas as manhãs, a luz penetrava timidamente pelo quarto escuro e incidia em meus olhos sempre no mesmo horário, lembrando-me de acordar para ir brincar pelo tapete verde ao redor da propriedade campestre, a qual eu e minha família ficávamos durante o verão.

A porta de madeira de carvalho branco, se abre e ouço passos suaves pelo quarto. As cortinas são abertas cuidadosamente e o sol brilha com todo o seu esplendor.

Senhorita Whitmore! - a criada, Margareth, me chama com sua voz doce.

Não conheço essa moça não! - murmuro ainda com voz de sono.

Ela ri e meu corpo pequeno afunda no colchão com o acréscimo de peso que estava sobre ele.

Serena, querida... De pé! - insiste.

Levanto a perna esquerda e mexo os dedos do pé com cara de sapeca.

Aqui!!! - digo rindo.

Margareth ri junto a mim e começa a fazer cócegas em minha barriga. Gargalho, me contorcendo e tentando respirar em meio ao desespero.

Para! Para!! - meus olhos lacrimejam e ela finalmente interrompe sua sessão de tortura.

Já brincamos e agora a Senhorita irá sair dessa cama para tomar banho já que ontem não precisou tomar. Esquentei a água e arrumei os sais de banho. Vamos logo, Serena, antes que a água esfrie! - explica ela.

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⏰ Última atualização: Oct 12, 2017 ⏰

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