Let's Talk

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Por alguns segundos, o mundo desaparece e tudo que importa é isso. Tudo está em seu lugar. Seus lábios são tão macios quanto eu os recordo — e ainda mais saborosos. É como se ele nunca tivesse ido embora.

Consigo sentir todo o seu carinho por mim na forma como ele sutilmente passa o dedo pelo meu rosto enquanto sua língua pede passagem. Não sei bem o que fazer, mas o meu corpo sabe; por isso, minhas mãos vão até sua cintura quando nos engajamos em um beijo suave, porém intenso.

Tudo parece estar bem. Mas isso não quer dizer que minhas inseguranças tenham ido embora. É graças a isso que faço a seguinte pergunta quando paramos de nos beijar:

"Você realmente quer isso ou... só fez isso pra não me perder?"

"Lou", ele me olha profundamente nos olhos por alguns segundos. É a primeira vez em muito tempo que ele me chama pelo meu nome, e não como 'mano'. "Vamos conversar", ele diz com um leve sorriso e me solta.

Como estávamos antes, eu no volante e Harry no carona, ligo o carro e pergunto para onde ele quer ir.

"Seria legal algum lugar com praia", ele comenta.

"É... só se formos pra Hamptons", brinco.

"É mesmo! Bora pra lá, mano!" ele se empolga.

"Hazz, eu tava brincando".

"Oh? Ah, é!" ele ri. "Está tarde mesmo..."

Ficamos em silêncio por alguns segundos, sem nem conseguir encarar um ao outro. A rua está tão tranquila e vazia que eu sinto vontade de levar Harry para a parte de trás do meu carro e me entregar a ele aqui mesmo. Mas só tenho vontade, não coragem.

"Então vamos para sua casa", ele sugere.

"Por que não a sua?" encaro-o.

"Nick está lá..."

"Oh, claro", sorrio. "Nick... Tudo bem", assinto e engato a marcha. "Vamos pra casa".

Começo a dirigir de volta e fico aguardando Harry iniciar nosso diálogo, algo que ele não faz. Pergunto-me se ele quer esperar até chegarmos em casa ou se ele apenas vai empurrar isso para de baixo do tapete, novamente. Não vou deixar. Quando ele começa a procurar por músicas novamente, eu desligo o som do carro e pergunto:

"Então... sobre o que quer conversar?"

Harry fica pensativo por alguns instantes e começa:

"Já te contei da vez em que eu tava—"

"Não, Hazz", interrompo. "Sobre nós. Você tinha alguma coisa pra dizer".

"Bem..." ele fica longos segundos calado e eu preciso usar toda a paciência que tenho para aguarda-lo. Quando ele finalmente começa a falar, grito 'aleluia' na minha cabeça, mas me mantenho calmo para deixar isso o mais leve possível. "Aquele nosso beijo antes de eu ir embora... me deixou pensativo".

"Sobre o quê?"

"Ah... como vou te explicar isso? Sabe quando você pensa sobre algo e sente que é errado... mas quando você faz... parece certo..."

"Talvez seja certo", encaro-o brevemente. Silêncio novamente.

"Eu não sei quando ou como eu comecei a te ver assim", ele diz, fazendo minha pele tremer. "Mas você não parecia notar. Ou se importar. Então, eu deixei... Eu..."

Encaro-o novamente. Ele está vermelho como uma pimenta, e deve saber disso, pois vira o rosto para a janela quando o vejo. Entramos na ponte. Meu coração está acelerado. Eu não sei se entendi isso direito. Com Harry as coisas são meio nebulosas. Preciso saber.

SEND ME A PICTURE (Larry Texting)Onde histórias criam vida. Descubra agora