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Mia narrando:

Já se passou um mês desde o incidente e meu percurso tem sido: casa, trabalho e isso se tornou um ciclo constante.

Mensagem de Li: amiga, vamos para o baile amanhã, vai ser legal.. o Guinho vem me buscar
Mia: sei não... vou estar ocupada
Li: vc nao pode parar sua vida por aquilo que aconteceu. Vou passar aí às 23h

Jogo o celular na bancada e vou atender o cliente que acabou de chegar na lanchonete. Enquanto estou anotando o pedido do cliente, vejo o carro que decorei a placa parar e dele sair Thigo e Nicolly... vou o mais rápido para dentro e a outra garota vá atender eles... olho na direção da mesa dele mas ele não me olha, pelo contrário.. desde que tudo aconteceu ele não me olhou ou cumprimentou.. eu apenas não existo pra ele e isso me deixa brava.

Nicolly: ei, alguém que entenda o que eu estou pedindo pode me atender e deixar essa garota voltar "pa" escola

Vou em socorro de Mel, a garota que trabalha comigo na lanchonete...

Mia: pois não ?
Mel: Mia, eu só estou explicando que aqui não tem o que ela pediu... mas ela insiste que eu sou muito burra para esse trabalho

Diz em um tom amargo e se tem algo que aprendi esse tempo é que Mel não leva desaforo pra casa (nem mesmo ds cliente)

Mia: o que gostaria?

Digo evitando olhar para Thigo

Nicolly: batida! Só isso, quero uma batida!
Mia: Não temos
Nicolly: tem aqui no cardápio.. como não tem?
Mia: se você observar direito ao lado está escrito "em falta"
Nicolly: porra, eu quero batida
Mel: escuta Mia, vou atender aquele casal ok ? Aí tu pega o pedido deles

Percebi o que a Mel estava tentando fazer mas aceitei trocar de cliente com ela e então ela se foi

Mia: escuta aqui Nicolly

Digo abaixando meu nível de voz

Mia: ... consegui esse trabalho a pouco, então tu vai colaborar comigo entendeu ?! Não tem a porra da batida então tu vai pedir qualquer outra merda que tenha na porra do cardápio
Nicolly: você começou agora mas parece que já quer perder, eu sento a mão na tua cara sua vadia

Olho para Thigo com olhar de quem pergunta se ele não vai fazer nada ele me olha como quem está se divertindo

Thigo: ela vai querer uma coca e uma porção de batata frita e eu vou querer um dogão e uma breja.

Diz empurrando o cardápio em minha direção, eu anoto e saio Sen escutar Nicolly reclamar da vida. Volto com os pedidos e coloco tudo na mesa

Mia: vão querer mostarda ? Digo, pois sei que ele gosta
Thigo: opa, com certeza
Nicolly: Não sei o motivo da mostarda, algo tão nojento...

Apenas coloco a mostarda na mesa e saio para assinar o ponto e ir embora

Atrás Dos MurosOnde histórias criam vida. Descubra agora