Wonders that save | Min Yoongi

Capítulo 2

Eu fiquei por um bom tempo pensando o porque daquele garoto estar triste daquela forma, ele não me parecia uma má pessoa e fiquei terrivelmente brava comigo mesmo de não ter encarado o horário mais um pouquinho pra quem sabe deixar ele um pouco feliz com as minhas bobagens. Eu queria ter feito ele rir, mesmo que fosse da minha cara, pelo menos eu não iria me sentir com peso na consciência por não ter ajudado muito a sua situação. Até pensei em alegra-lo convidando-o para um café ou algo do tipo no próximo dia, mas nem seu telefone eu peguei. Sou uma burra.

Já passavam das dez horas e eu estava atoa na minha cama perdida em pensamentos sobre o final dessa tarde nem tão alegre assim.

Pensava no garoto, em sua tristeza, minha vida e até mesmo no meu cachorro que conseguiu sujar a casa inteira quando abri a porta para entrar em casa. Meu dia não foi comum como os outros, pelo contrário, eu acabei descobrindo sentimentos que eu não tive com tanta frequência ultimamente. Compaixão. Eu já fui bondosa com outras pessoas que nem ao menos mereciam que eu falasse com eles por causa das coisas terríveis em que fizeram para mim ou para outras pessoas, mas eu simplesmente tinha o coração bom demais para só deixar aquilo como estava, eu sei que rachei a cara milhares de vezes por causa disso, mas não podia fazer nada, aquilo era eu. Mas Yoongi não parecia ser uma dessas pessoas, ele aparenta ser um bom rapaz que só estava passando por um momento difícil, porém, eu queria ajuda-lo com toda certeza.

Não faço ideia se vou encontra-lo de novo, espero que sim, mas nunca se sabe. Ele pode se mudar ou qualquer outra coisa do tipo. Com esses pensamentos se dissipando, dorme calmamente.

Quando levantei senti uma súbita vontade de comer fora e foi isso o que fiz após me arrumar e sair de casa. A rua estava cada vez mais movimentada, estou agradecendo por não ser atropelada ou algo do tipo.

Fui até uma cafeteria não tão perto do centro assim e tomei meu café com um bolo enquanto olhava algumas  coisas que me interessaram naquele lugar, como os quadros coloridos em uma das paredes e os uniformes perfeitamente arrumados dos funcionários. Eu fazia o tipo observadora.

[...]

Meu padrasto me ligou a tarde dizendo que já teria depositado meu dinheiro na conta e que era pra eu ter juízo. 

Recebo uma pensão do meu padrasto já que minha mãe não se importava comigo, deixou todo o dinheiro da herança com ele, mas ele, ao contrário dela, gostava de mim e assumiu um papel de pai na minha vida. Ele me mandava dinheiro, o bastante pra pagar as contas, comprar o que precisava e ainda sobrava dinheiro pra farrear, mas não costumo fazer isso com frequência. Minha cota de festas não vai além de uma por mês e olhe lá.

Já que eu teria de pagar as contas resolvi ir agora a tarde mesmo, então me arrumei e fui até o banco pagar o que tinha pelo caixa. Os engravatados ficavam nos olhando como se fossemos pequenos serviçais pra eles nos extorquir, odiava ir a bancos.

Quando passei a porta de frente do banco, dei um encontro contra o peito de um homem pouco maior que eu.

 — Ah céus — Falei preocupada assim que vi um envelope que estava na mão do cara cair no chão, peguei e devolvi pra ele — Desculpa eu não estava olhando pra frente e....Yoongi?

Ele me olhou surpreso e dei um pequeno sorriso que foi retribuído com menos intensidade, porém, continuava bonito de qualquer forma.

 — Pequena Sook — Ri — Como está?

Seu humor parecia um pouco melhor, ou ele fingia super bem, mas suas olheiras e a expressão cansada ainda marcavam seu rosto.

 — Estou ótima — Falei sincera — Aonde vai?

 — Acho que pro shopping — Ele disse — E você?

Hesitei um pouco em responder mas finalmente falei :

 — Pra casa... Eu acho — Disse sorrindo torto e dando uma risada sem graça.

 — Te atrapalho? — Falou 

 — De maneira nenhuma — Disse e comecei a rir baixinho. — Eu vou embora então, até outro dia.

Ia saindo quando suas delicadas e frias mãos tocaram meus pulsos levemente, então, girei os calcanhares e pus-me a olhar novamente para o rapaz pálido.

 — Qual seu número?   — Yoongi disse um pouco baixo, provavelmente estava tímido.

  Após dar meu número pra ele nos despedimos e resolvi voltar pra casa.

[...]

Era noite e estava vendo um drama na tv quando minha campainha soou. Fui até a porta de pijamas mesmo e abri quase caindo pra trás de surpresa quando vi quem estava ali.

 — Sentiu saudades não é? 

[...] continua