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#MARGARIDA

“Acordo por volta das 07h20 por vontade própria. Levanto me e vou fazer a minha higiene pessoal como sempre. Visto uma roupa com um tom mais escuro, visto que este iria ser o meu out fit durante vários dias. Vou até á cozinha e começo a preparar a mesa para o pequeno-almoço. Como o André ainda estaria a dormir esperei por ele e fui até ao jardim. Sentei-me numa cadeira e fiquei a olhar para a água da piscina.”

“Tudo depende do tempo. O tempo é que manda nas nossas decisões. Hoje estamos com quem amamos, amanhã já não estamos mais. Dou por mim com as lágrimas a correr pela cara, limpo-as e sinto alguém a sentar se na relva ao meu lado.”

ANDRÉ: Calma pequenina. Sabes que ele não te queria a chorar não sabes?

EU: Sei mas isso é impossível!

ANDRÉ: Nada é impossível! (disse uma das frases que o meu pai me dizia sempre.) - Anda comer que precisas de muita força e vai ser um dia longo!

EU: Mas eu não tenho fome. Vai comer tu!

“André levanta-se e pega nas minha mãos puxando-me para me levantar.”

EU: Eu não quero André!

ANDRÉ: Queres sim. Anda lá senão eu pego-te em modo saco de batatas!

EU: Atreve-te!!

ANDRÉ: Então anda e mais uma coisa, nada de lágrimas!

EU: Não prometo!

“Fomos para a sala de jantar comer o que já tinha preparado. Depois disso arrumámos tudo.”

EU: Eu tenho de ir á funerária assinar o papel e escolher as flores para a campa!

ANDRÉ: Então anda. Eu levo-te lá!

“Saímos de casa entrando no seu Mercedes cinzento. A viagem foi em silêncio, um silêncio confortável. Chegámos e ambos saímos do carro ao mesmo tempo. Entrámos e depressa assinei e escolhi as flores para a campa do meu pai. Saímos e entrámos novamente no carro. Estava na hora de começar a cerimónia fúnebre. Agora é que me ia sentir completamente desfeita.”

“Várias pessoas caminhavam atrás do carro funerária onde ia o meu pai. Ao meu lado ia o André e o Afonso. Ambos estavam a agarrar-me os braços. Eu apenas chorava e olhava para o caixão onde o meu pai estava a dormir, sim porque para mim ele apenas estava a dormir. Chegámos ao cemitério e o padre começou a fazer a missa. Chegou então a vez de eu lhe dedicar um texto.”

PADRE: Quando quiser pode começar!

“Limpei mais uma vez as lágrimas e comecei.”

EU: Pai, sei que não fui a filha perfeita em ter seguido a minha vida para longe de si e raramente o ter vindo visitar. Todas as vezes que falávamos por skype eu ficava mesmo feliz por saber que cada dia que passava você estava ali para ouvir como tinha sido o meu dia a dia. Você foi o pai que infelizmente não pude ter. Apesar de não ser geneticamente sua, você tratou-me como se eu fosse a sua verdadeira filha.

“Nisto paro para acalmar o choro.”

EU: Todos os seus concelhos foram postos em prática e serão sempre até eu fechar os olhos e ir ter consigo e com a mãe. Sei que não me queria ver agora a chorar mas você sabe que isso é impossível para mim. Cuide de mim e leve-me a seguir os bons caminhos como sempre o fez. Eu amo--o muito pai. Por favor desculpe-me se alguma vez o desiludi…

“Caio no choro e o André vai até mim para me agarrar e me levar até ao meu lugar. Uma dor imensa entrou dentro de mim. Ouvia as pessoas atrás de mim a chorar e muitas diziam que tinha dito umas lindas palavras. Após isto o padre continuou com a cerimónia.”

PADRE: Nunca o iremos esquecer Manuel!

“Nisto todas as pessoas começam a deitar as flores para dentro da cova. Começou então uma das piores partes, a mandarem terra para o buraco. Foi então a última vez que vi a cara do meu pai. Depois de tudo as pessoas começaram a ir embora menos eu, o André e o Afonso que entretanto me levaram para casa.”

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Oi oi oi 👋

Mais um capítulo.

Um dos momentos mais complicados aconteceu. Tanto o André como o Afonso vao ser muito fundamentais...

Desculpem alguma linguagem e caso queiram, comentem e metam like 😉

See you soon :3

☆Ana

One More Chance⌛ | A.SOnde histórias criam vida. Descubra agora