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Chuva


A chuva que cai lá fora, lava as mágoas que guardo no peito.
Ainda que seja impossível viver sem você, trago comigo um sopro de sobrevivência que me faz não mais perecer.

Em busca do que por hora me resta, nada temo, pois já não há nada a perder.
As águas que escorrem pelas ruas já levaram tudo o que tinha.

Enquanto escrevo, me doem os dedos, os olhos chorosos e a alma calejada de sofrer. De forma alguma penso que não seja melhor assim. Afinal, voltar arrependida só iria martirizar ainda mais o meu ser.

Portanto, não se preocupe. Que meu solo é concreto, e a chuvarada que cai agressiva hoje, só amansará a superfície pra quando a garoa vier; que venha tranquila, sutil.

E que fique o quanto puder, porque meu solo precisa de chuva para viver.

O Que Diz A AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora