Capítulo 2

131 18 14
                                    

 No dia seguinte, chego na cafeteria com boas expectativas de encontrar o lindo e moreno Alex no balcão novamente.

Infelizmente ele não estava lá. Logo vou de encontro ao balconista de sempre para questinoar a ausência de Alex:

- Com licença. -O abordo.

- Sim!

- Você pode me dizer se o Alex ainda trabalha aqui?

- Desculpe? Quem?

- Alex moço, Alex, um garoto moreno, alto, cheiroso, lindo.

- Me desculpe, quem atende aqui SOU EU E SEMPRE SERÁ, SUA LOUCA!

Ao escutar isso começo a ficar desesperada e começo a gritar, quando me dou conta eu acordo na minha cama. Morrendo de raiva vou para o banheiro me olhar no espelho. Meu rosto está avermelhado e as lagrimas são inevitáveis. 

Eu sinto aquela sensação de raiva e alivio, mas sinto, também, um desespero e vontade de ir imediatamente para a cafeteria conferir se o rapaz está lá, ou o próximo rapaz do café que vou conhecer será o do refeitório do manicômio.

Eu tenho uma aula importante agora de manhã, mas me arrumo para ir para o café e se der tempo, ainda consigo assistir a aula. Minha prioridade do momento agora é outra.

Chegando lá, o café está fechado, são 6:30 AM, e me arrependo de não ter ido para aula. Contudo, sento na calçada ali mesmo e espero no frio que o café abra, pelo menos para tomar uma dose de café antes de me deslocar com tamanho desapontamento de mim mesma.

Em quanto estava distraída, percebo dois tênis recém chegados ao meu lado de forma acanhada, Levanto o queixo anualizando todo o tronco até a cabeça. Encaro os olhos negros que me encaram de volta olhando para baixo em quanto tapo o sol com as mãos. 

Era Alex. ele se agacha muito próximo de mim, eu fico inibida com sua repentina aproximação, mas ao olhar no seu rosto, vejo uma admiração que não vi nem no rosto de minha mãe quando nasci. Ele sorri com os olhos brilhantes e meigos.

- Oi, tudo bem com você?

- Tudo sim! Estava esperando vo...

- Ham?

- ...Você me atender!

Me enrolei toda na hora de falar, legal!

- Mas não atendemos quem está fora do estabelecimento, moça.

- Desculpa, estava esperando abrirem, tenho uma aula hoje muito importante e não posso perder.

- Ah sim, posso-lhe atender bem rapidinho, vem cá.

Ele segura minha mão forte, me levanta do meio fio e me puxa com empolgação para dentro e me atende...

- A mesma coisa de sempre?

- Sempre? Quer dizer, sim! Por favor!

Ele sorri!

- Aqui está moça.

Nossa que rápido, podia ser ligeiro, assim, para tomar uma atitude e me beijar. Penso, porem sei que isso não aconteceria.

- Mais alguma... - Eu o interrompo.

- Não, muito obrigado pela gentileza. - Respondo de forma rápida, o que o deixa um pouco sem graça, quase perdendo o brilho.

Entrego o dinheiro.

- Eu que agradeço. - Ele responde em quanto me encara saindo as pressas.

Quase não acredito que perdi metade da aula para ver se o garoto do café estava realmente lá. Eu realmente fiz isso? Sim, eu realmente fiz.

Garoto do caféOnde histórias criam vida. Descubra agora