One

651 42 75
                                    

Sai do trabalho as pressas, essa parte da cidade é sinistra a noite e eu não estou a fim de ser a próxima na primeira página do jornal por ser atacada e morta aqui.
Paro em frente à porta de casa e me apresso para pegar as chaves na bolsa, eu senti alguém me seguindo depois que passei pelo beco próximo a minha casa. A cada segundo fica mais difícil procurar as chaves na bolsa com as mãos trêmulas. Escuto passos se aproximando e fico mais nervosa, assim que pego as chaves sinto duas mãos se chocarem contra a minha cintura e segundos depois um grito do tipo "BU". Largo minha bolsa imediatamente e tento manter a calma.

- Esta com medo? --Uma voz grossa diz bem próxima do meu ouvido.

- N-Não --respondo e engulo seco.

O dono da voz solta minha cintura e logo escuto uma risada gostosa, me viro para trás e dou de cara com o meu vizinho. Eu não sabia se babava por ver seu sorriso tão de perto ou se estapeava ele.

- Idiota, e se eu sou cardíaca? --Indago enquanto pego minha bolsa no chão.

- Você não é --Ele diz confiante já parando de rir. Não sou mesmo, não. Se eu fosse já teria morrido por ter você como vizinho.

- E como tem tanta certeza? --Levanto uma das minhas sombrancelhas e me viro para abrir a porta.-- Quer entrar?

- Eu te conheço bem... Claro --Ele sorri fofo.

Entro em casa e deixo a porta aberta para ele, largo minha bolsa no sofá junto com o casaco e vou para a cozinha, bebo um copo d'agua e volto para a sala.

- Fique a vontade, Kim Jon-dae --Rio fraco e caminho até a escada que leva aos quartos no andar de cima.

- Já disse para me chamar de Chen --ele sorri.

- Ok, senhor Chen --digo enquanto subo as escadas para o meu quarto.

(...)

- Chen? --O chamo sentindo um cheiro bom vindo da cozinha.

- Aqui --Ele responde e eu sigo o som da sua voz.

- O que está aprontando? --Pergunto me sentando em um dos banquinhos da cozinha.

- Algo para comermos. Você disse que era pra eu ficar a vontade... --Ele diz se virando para mim e eu vejo um fraco rubor em suas bochechas.

Sorrio e caminho até ele.

- Quer ajuda?

- Não, já estou acabando.

Assim que o jantar ficou pronto - o que não demorou muito pra acontecer - nós jantamos e depois vimos um filme, como já estava tarde, Chen resolveu ir embora com a promessa de que voltaria amanhã.

(...)

3 meses depois...

Eu estava em casa sem nada para fazer, Chen quase não ficava em casa e quando isso acontecia ele não tinha tempo pra mim. Sim, estamos namorando. Ele se declarou pra mim algumas semanas depois do nosso jantar aqui em casa.

Levanto do sofá e pego o controle em cima da mesinha da sala. Ligo a Tv e começo a ver um noticiário que passava.

- ... Mais uma menina foi encontrada morta. É a quarta só nesse mês... --a repórter informa.

- Sim, e contando com as outras são 12 meninas mortas á facadas --o repórter completa.

O fato de eu estar namorando com Chen não é a única novidade do momento, várias meninas apareceram mortas nesses três meses, todas á facada no beco aqui perto de casa. Eu já estava começando a ficar com medo de sair do trabalho á noite - eu sempre tive esse medo, mas agora parece que triplicou - e sem Chen aqui comigo as coisas pioram. Sinto meu celular vibrar ao lado da minha perna e o olho. Era uma mensagem de Chen.

Sick LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora