Fico esperando Otávio e de repente ele surge de moto.
- Eu vou ter que andar nisso de novo? - pergunto assustada.
- Eu vou devagar.
- Mesmo assim, tenho medo.
- É só me abraçar ta.
Ele me entrega o capacete e me ajuda a colocar.
Subo na moto e agarro ele. Ele da partida e sai, e vai bem calmo, mas logo acelera a velocidade e passa entre os carros, faz curvas que parecia que a gente ia cair. Meu coração bate freneticamente e eu cravo as unhas nele.
Algum tempo depois ele para em frente a um prédio enorme, olho o lugar tentando me acalmar e percebo que é o prédio mais chic da cidade, o que vamos fazer aqui?
- Você falou que não ia correr - digo e tiro o capacete.
- Da próxima vez eu vou me controlar.
- Duvido. Por que parou aqui?
- Porque vamos ficar aqui hoje.
- Nesse hotel?
- Isso. Eu tenho um apartamento aqui.
- Sério?
- Lógico. Vamos logo.
Ele pega na minha mão e me puxa pra dentro do prédio.
O apartamento era lindo e muito luxuoso também.
- Por que me trouxe aqui? - pergunto.
- Eu quis trazer você.
- Já trouxe outras garotas também?
- Não. Você é a primeira.
Abro um sorriso largo, fico feliz em saber disso, Otávio está sempre rodeado de mulheres, mas faz coisas comigo que nunca fez com ninguém.
- O que achou do meu refúgio?
- Muito lindo, da vontade de passar o dia todo aqui.
- As vezes eu fico aqui o dia todo.
- E faz o que aqui sozinho?
- Fico refletindo.
- Sobre o caminho que você decidiu seguir?
- Sim, sei que não foi um caminho legal, mas eu não tive escolha.
- Quer me contar sobre o que aconteceu?
- Não. Me conte você o que aconteceu pra você me ligar desesperada e de pijama.
- Eu briguei com meu pai, eu enfrentei ele, você estava certo.
- Olha resolveu me ouvir?
- Sim. Ter enfrentado ele fez eu me sentir melhor. Era eu de verdade.
- Você pode continuar sendo você, é só não fazer tudo o que ele manda.
- Só estou com medo de voltar pra casa, não sei como vai ser, tenho medo dele me bater de novo.
- Eu não vou deixar ele fazer isso com você, se precisar me procure.
- Obrigada. Espero que ele não me expulse de casa.
- Se isso acontecer, vem morar comigo - ele sugere.
- Acho que não daria certo.
- Você ainda não tentou.
Ele se aproxima e me beija.
- Gosto tanto de ficar com você, você me acalma muito - digo.
- Eu também gosto. Me fale mais sobre sua vida, gosto de te ouvir.
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Coração Bandido
RomanceMe chamo Dalila, tenho dezenove anos, curso direito obrigada pelo meu pai, minha paixão sempre foi fotografia. Ele é um pastor muito severo e como boa filha que sou, sigo seus passos sem reclamar, inclusive namoro com Gabriel - filho do sócio do meu...