Capítulo 27

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Niall's POV

Os três carros seguiram até o Edifício Lotus que ficava ao lado do Copacabana Palace. Zayn era mesmo muito sortudo por morar em um lugar como aquele. Assim que estacionei, dei uma boa olhada no prédio; vinte andares, uma ótima iluminação em todas as varandas, um portão dourado envelhecido e pintado de uma cor clara que eu não defini, mas que o deixava ainda mais refinado. Assim que saímos do carro, pude ver todas as meninas arrumando seus cabelos, já que o vento da praia – que ficava em frente ao prédio – estava forte, e refrescante também.
– É aqui que eu moro. – Zayn disse saindo do carro, acompanhando por Saah. Logo os outros carros estacionaram e todos já estávamos juntos entrando no prédio. – Boa noite, Antônio. – Zayn disse ao porteiro que estava atrás do balcão, e assim que nos viu, abriu um olhar surpreso, acho que ele não esperava uma festa logo agora.
– Boa noite, Zayn. – Ele riu, mas logo ficou tenso. – Desculpe, Sr. Malik.
– Não precisa se preocupar, só quero avisar que se alguém ligar ou aparecer querendo subir no apartamento, interfone, ok? – Zayn disse e o porteiro assentiu, depois entramos todos no elevador subindo em direção ao 15° andar.
Assim que entramos no apartamento de Zayn – bem bagunçado, por sinal – todos já se esparramaram no sofá. Folgadas essas pessoas, não?
– Nossa Zayn – Disse Thay admirada. –, que apartamento lindo!
– É verdade, ainda não sei como conseguiu arrumar esse apartamento. – Kaah disse pegando um copo de água na geladeira da cozinha. Ela parecia incomodada por estar ali, ou simplesmente não gostava de estar perto de Zayn.
– Foi fácil, tudo é só uma questão de fazer boas amizades, Caroline. – Zayn disse tirando os sapatos e sentando no sofá ao lado de Harry.
– Pessoal, cadê a Paty? – Disse Louis vindo da cozinha com um pote de doce de leite comendo com o dedo mesmo. Eterna criança.
– Porque lembrou da Paty? – Liam perguntou.
– Ué, ele tá comendo, normal lembrar da Patricia quando se vê comida. – Saah disse, roubando um pouco de doce com o dedo também.
– Mas o Louis tem razão, a Paty tava aqui agorinha. – Disse Harry.
– Eu vou procurar ela. – Eu disse seguindo pela cozinha até chegar ao corredor onde se encontravam várias portas e uma mesa de ferro com um espelho em cima onde agora se apoiava Paty para não cair. Paty?! Eu corri até o final do corredor e a apoiei para que não caísse, mas ela quase desmaiou em meus braços. Paty, minha Paty, fique forte, por favor!
– Paty, o que aconteceu? – Eu perguntei a segurando enquanto ela colocava uma mão na boca e acariciava a barriga com a outra. Apesar de não desmaiar mais com tanta frequência, ela ainda sentia dores fortes no fígado, vomitava quando comia muito. Normal, já que ela se recusava a fazer quimioterapia, e só os remédios não seriam suficientes para contrair a doença, podiam acalma-la e não fazê-la progredir, mas como ela já estava em estágio avançado, isso não adiantava de muita coisa.
– Meu remédio... Minha bolsa... Banheiro... – Foi somente isso que ela conseguiu dizer. Não sei como consegui, mas corri na velocidade da luz até o banheiro, lhe entregando um comprimido amarelo e comprido, que ela engoliu no mesmo momento e conseguiu se recompor.
– Está melhor? – Eu disse ainda a segurando, mas ela já conseguia se equilibrar sem dificuldade.
– Por enquanto. – Ela disse olhando para o chão, e mesmo sem ver, podia ter certeza que sua expressão era triste e sem esperanças. – Eu não aguento mais isso, agora eu estou bem, mas daqui a pouco eu posso desmaiar na frente de todo mundo, o que só vai piorar minha situação.
– A única coisa que piora sua situação é a sua teimosia. – Eu disse sério.
– Niall, não comece, já conversamos sobre isso. – Ela disse se soltando de meus braços.
– Não conversamos, você decidiu e eu tive que entender, mas ainda não aceitei.
– O que você tem que entender mesmo é que a vida é minha, e quem tem que decidir sobre ela sou eu! – Ela disse séria me encarando.
– Ótimo, então cuide do resto de vida que você tem, e morra sozinha com a sua teimosia! – Eu praticamente gritei com ela, o que a fez ficar espantada, depois seus olhos se encheram de lágrimas e escorreram por seu rosto. Eu não devia ter feito isso. Ela praticamente arrancou a bolsa de minha mão e entrou correndo na porta atrás dela, e mesmo depois de fechada, eu ainda podia ouvir seus prantos altos e certamente dolorosos se eu a visse chorando. –Paty, me perdoa, eu não devia ter dito isso, mas eu estava nervoso, você me deixa nervoso, você me deixa fora de mim. – Eu disse encostado a porta, mas por um momento seus prantos cessaram, e eu continuava ali, encostado a porta e sentado no chão. – Me perdoa Patricia.
– Saí daqui, por favor. – Ela disse com a voz suplicante, e eu não consegui fazer mais nada, a não ser o que ela pediu. Levantei e saí dali, mas voltei por um instante e disse:
– Dorme com os anjos, princesa.
– Então eu teria que dormir com você. – Ela disse do outro lado e eu só pude rir. Saí dali em direção a sala, mas meus pensamentos não saíram daquela porta. Não saíram de Paty.

Caps Lock - Repostado por CaahReisOnde histórias criam vida. Descubra agora