"Eu já admiti
Que eu não sei mais partir [...]
Agora eu não quero mais
Manter a minha paz
Eu gosto do caos que você me traz"
- Ressaca _ Jão
Abri os olhos. Um quarto de hospital, com certeza era onde eu estava.
Olhei ao redor e havia uma enfermeira anotando algo em uma prancheta.
- Hey! - Chamo-a.
Ela se vira lentamente. Mas era melhor não ter virado. Seu rosto é medonho. Tem cortes e sangue. Um sorriso assustador está nos seus lábios, e gotas de sangue pingam de sua boca. Uma forte onda de medo se apodera de mim.
A enfermeira se aproxima e diz:
- Já retiramos seu filho!
Minha garganta se fecha. Meu filho? O desespero toma conta do meu corpo.
- Cadê ele? - Pergunto, desesperado.
- Acabei de saboreá-lo. - Ela alarga mais o sorriso e leva o dedo na boca, como se tivesse acabado de comer algo. E na sua outra mão eu vejo um pequeno coração, ainda pulsando.
- O que você está falando? - Pergunto, já tremendo de raiva.
- Isso mesmo que você ouviu. Eu comi o seu filho.
- Quero meu filho! Socorro! - Grito com o desespero aumentando.
Por impulso, levo a mão até a barriga e grito o mais alto que posso. O QUE ELA FEZ COM O MEU FILHO? EU QUERO ELE!
- Acorde! - Outra voz diz. - Vamos, acorde!
Sinto meu corpo ser sacudido mas não consigo ver quem faz isso. A enfermeira ensanguentada ainda está ali, com um sorriso terrível.
- Eu vou te matar! - Grito para ela antes de sentir meu corpo sendo sugado.
Depois uma escuridão. Esforço para abrir os olhos e a claridade quase me cega.
Quando, finalmente consigo enxergar, vejo uma enfermeira me sacudindo pelos ombros. Mas ela não está ensanguentada, e nem se parece com a enfermeira assustadora.
- Até que enfim! - Diz ela, me soltando. - Que pesado, hein?
- An? - Demoro a processar o que ela diz. E só depois eu entendo. É claro que aquilo só era um pesadelo. Não podia ser real. Uma enfermeira não comeria um recém-nascido. E, ainda mais, eu NÃO estava GRÁVIDO. que idiotice! Agora tenho vontade de rir da minha burrice.
- Então. Você está bem... Matheus? - Ela lê um papel que está na parede.
- Você que deve me dizer! E eu espero que esteja. Preciso ir embora o mais rápido possível.
- Por que tanta pressa? - Ela interroga.
- Minha namorada tá me esperando. Não posso deixar ela na mão. Ela tá com câncer. - Minto, e consigo exatamente a expressão dela que eu quero.
Ela parece comovida e solidária.
- Vou chamar o médico. Já volto!
A enfermeira saiu as pressas e logo voltou com o médico. Ele me examinou rapidamente e me deu alta.
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Bem Vindo a Minha Vida
RandomJá pensou se sua vida fosse arrancada de você? Se você descobrisse que tudo é uma mentira?? É, Jennifer está passando por algo parecido...