Mas Você Não Era Lésbica?

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"Can I trust you?

Does your smile hide lies?

Can I jump in

And close my eyes?

Can you tell me that you'll be here

For all the little things?"

(Posso confiar em você?

Seu sorriso esconde mentiras?

Posso pular de cabeça nisso

De olhos fechados?

Você pode me dizer que você estará aqui?

Por todas as pequenas coisas?)

- Can I _ Tedy



Beijo com gosto de chocolate é o melhor! Amo, amo amo!

A vida toda eu fiquei imaginando como queria morrer. Sempre pensei em um fim sem dor e sofrimento. Meu desejo era dormir e, no outro dia acordar morta (Meu Santo do Chocolate! Que burra eu sou. "Acordar morta" Se eu estarei morta, não vou acordar, certo?).

O fato é que todos nós vamos morrer um dia, então eu desejava não morrer com sofrimento. Queria morrer na paz.

Mas agora a idéia de dormir e não acordar mais estava fora de cogitação. Queria morrer por falta de ar. Isso mesmo. Quero morrer por falta de ar, porque estava beijando (Beijo com sabor de chocolate) e perdi o fôlego. Aí morri. Imagina as notícias que sairiam no jornal?!

"Garota morre por falta de ar, pois estava beijando (Beijo de chocolate) e perdeu o fôlego. Mas, ela deixou claro que valeu à pena." - Esse jornal bateria o recorde de vendas por causa dessa matéria extraordinária.

Gente do Meu Santo do Chocolate! Aquilo que era beijo. Será que o Luke já tinha feito faculdade para beijar assim? Deve ter feito pelo menos um curso. A língua dele parecia conduzir a minha numa dança harmoniosa. Meu corpo estava em chamas. (Acho que sou uma titã. Tenho super-poderes. Eu consigo fazer meu corpo se envolver em chamas. Sou a Garota Fogo!)

Será que eu estava flutuando? Porque não sentia mais o chão. Na verdade, eu não sentia nada. Só as mãos fortes do Luke passeando pelo meu corpo e despertando sensações que antes eram desconhecidas. Ou os seus cabelos sendo acariciados pelas minhas mãos. Seu pescoço entre meus braços. Minhas pernas envolta da sua cintura. E minhas costas comprenssadas contra a parede.

Correntes elétricas iam e voltavam por todo o meu corpo. Sensação maravilhosa de beijar um profissional na área. Imagina o melhor beijo seu. O mais marcante e incrível. Não chega nem aos pés do Beijo de Chocolate do Luke. Ele sabe o que tá fazendo. Já tá me levando à loucura. O desejo de "algo à mais" está começando a me dominar.

Será que há clínica de reabilitação para viciadas em beijos do Luke? Se não existir eu vou fazer um protesto. PRECISA ter. É caso de urgência, pois uma vez que você vicia, não consegue mais parar. Fica totalmente dependente. Eu estou viciada. E agora?

- A Malu não é lésbica? - Um grito acaba com o beijo. Um grito maldito.

O beijo que parecia ter durado horas, pois me fez ter as mais variadas sensações, mas que, na verdade, só durou alguns minutos, chegou ao fim por causa de um grito. Vou matar esse ser humano sem valor que atrapalhou meu Beijo de Chocolate com o Luke.

Olho furiosa para o maldito destruidor de felicidade. Tinha que ser essa piranha.

Carol está com a expressão de quem viu um fantasma de biquíni, andando com uma faca, todo sujo de sangue. Sua boca estava aberta num "O" que me fez rir. Os olhos quase saltavam para fora da órbita. E o dedo indicador apontava para mim.

- Ela não era lésbica?! - Agora a pergunta foi para alguém que estava atrás dela.

E para a completa destruição de momentos felizes da pobre Eu, Guilherme é o infeliz que estava atrás da Carol.

Raiva? Espanto? Terror? Ódio? Tudo isso junto e um pouco mais. Era assim que o Guilherme estava. Ele não conseguia disfarçar. Seu rosto estava sombrio. Os olhos nos fuzilavam de forma assustadora.

Ninguém falou nada. Ficamos os quatros se encarando. E o Guilherme fazia questão de encarar a mim. Vi dor em seus olhos. E neste momento o sentimento de culpa caiu sobre mim. O beijo foi incrível, mas se fosse com o Guilherme, teria sido melhor ainda, porque era dele que eu gostava. Vê-lo assim fez meu coração parar. Era ruim demais ver ele decepcionado. Ver a dor nos olhos dele fez calar a minha boca. Se eu pudesse apagar esse beijo... Se pudesse escolher ter beijado o Gui... Ah, Céus!

Depois da troca de raios através dos olhos, Guilherme apenas se virou e saiu. Pensei em seguí-lo, mas a Carol fez isso. Doeu. Doeu muito ver isso, e o pensamento de perdê-lo quase me fez ter uma parada cardíaca.

Virei-me para Luke, e ele também estava pasmo.

- Ele te ama! - É tudo o que ele diz, com o olhar vidrado. E essas palavras só pioram as coisas.

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                                               Carol

- Amor, o que foi? Por que está tão nervoso? - Pergunto à Guilherme, que anda apressadamente para seu apartamento.

Ele não responde. Entra no apartamento e vai direto pro quarto, lá ele pega a mala e coloca em cima da cama. Depois começa a enchê-la com suas coisas, de um jeito descontrolado. Até em seus gestos era reconhecido a fúria.

- Guilherme, conversa comigo! Por que você ficou assim? Por causa de um beijo? O que tem demais em seu amigo beijar a sua amiga? Por que VOCÊ tá agindo assim? Quem deveria furioso é o Threvor. - Penso um pouco em minhas palavras. Sempre suspeitei dessa Malu, mas agora...

- Carol, cala a boca! - Ele grita, enfiando as coisas na mala, com força.

- Você precisa me explicar! - Insisto, gritando também. - Por que está com tanta raiva? O que aquela vadia significa pra você? - Eu também estava irritada. O meu sangue fervia nas veias de tanto ódio. Eu odiava aquela garota.

Guilherme me encarou, cerrando os dentes.

- Ela é a Jennifer! - Diz, entre-dentes. Percebo que há dor em sua voz ao afirmar isso.

Jennifer. A maldita garota que estragava a minha vida mesmo estando... Peraí. Tem algo errado nesta história.

- Mas ela não estava... morta? - O espanto na minha voz é evidente.

- Pelo visto não.

No início foi espanto, depois senti uma súbita felicidade. A maldita garota tinha sido flagra pelo Guilherme agarrada ao Luke. Agora ela estava fora do caminho. Ele iria esquecê-la, finalmente. Depois de tanto tempo.

- Guilherme? - Estava tão distraída que nem vi ele saindo. - Onde ele foi?

Bem Vindo a Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora