Capítulo 2

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- Acorda, cara... Acorda ou eu vou pra cadeia, puta que pariu... - Ouvi uma voz masculina, minha visão estava completamente embaçada, mas eu ainda sentia alguém como se fosse me empurrando de um lado pra outro, aquilo era bastante incômodo.

Quando eu senti um cheiro horrível de suor, não deu pra aguentar.

- Caralho, que fedor de porco. - Falei.

Naquele momento, provavelmente eu ainda estava bêbado e com o efeito da ressaca, sem falar do desmaio após o empurrão, lembrava perfeitamente de tudo que havia acontecido. 

- Finalmente, tu acordou, mano. - A mesma voz masculina me disse.

Já não se ouvia mais som, mas ainda dava pra ver algumas luzes piscando e algumas pessoas conversando. Depois de alguns segundos, a minha visão melhorou um pouco, ele estava me oferecendo um copo de água.

- Bebe aqui um pouco, vai te fazer melhorar um pouco.

Tomei a água de uma só vez.

- A festa acabou? - Perguntei.

- Você é danadinho, hein? - Ele disse rindo. - A festa acabou, a polícia até veio, tava um caos. - Respondeu-me. - E ia dar problema pra mim, mas já falei com eles, fui seu herói. - Brincou, ele tinha a língua um pouco travada e falava bem rápido, não parecia ser brasileiro.

- Quer parabéns? - Debochei batendo palmas.

Tentei me levantar ainda um pouco tonto, e ia quase caindo, foi aí que ele segurou-me pela cintura, evitando que eu casse. Colou meu corpo ao seu, e ficamos em um silêncio inexplicável. 

- Sai daqui! - Tentei desgrudar dele. - Deixe-me ir pra casa.

- Não. Você está muito bêbado, cara. Deixa te levar pra casa... - Ele disse. - É melhor, não é só acidente, e se o taxista for um ladrão?

- Você não pode ser um também? - Brinquei.

- Se eu fosse, já teria te roubado há muito tempo, não acha?

Fiquei calado.

- Está bem, me leve pra casa, mas depois me deixe em paz. - Respondi.


As Noites Com o LatinoWhere stories live. Discover now