Acordei com o sol batendo no espelho do meu quarto, refletindo a luz sobre mim. Me espreguicei e desci. Tomei meu café da manhã calmamente, como faço em todos os dias de sabado.
- Bom dia - falei ao meu pai que estava na sala vendo televisão.
- Bom dia filhota, acordou cedo! - ele me abraçou, me dando um beijo na testa. Meu pai ficou muito afetivo depois de tudo esse negócio do meu cancer. Não o culpo. Como pode ser para um pai saber que sua unica filha corre risco de vida?
Sentei ao seu lado no sofá e o peguei me encarando com uma expessão triste no rosto. Não comentei nada a respeito.
É por isso que eu não quero que a noticia se espalhe. Por esse olhar de pena, de sofrimento, que as pessoas referem a mim. Como se eu fosse uma coitada.
Pensando bem, talvez seja isso que eu seja: uma coitada. Mas não me sinto como uma. E agradeço todos os dias por isso.
Niall ainda não sabe de nada, claro. Mas eu não quero conta-lo. Só de imaginar ele me olhando como se eu não tivesse risco, mas sim, dias de vida. Um olhar de compaixão do Niall, com pena de mim, isso sim me destruira.
- Como se sente? - pergunta meu pai,
"Cansada" penso imediatamente. Mas não é isso que respondo.
- Normal.
E de novo aquele mesmo olhar para cima de mim.
Levantei do sofá e subi para o meu quarto. Coloquei uma calça jeans e um moletom fino estampado e sai para tomar um ar. Caminhei pelas ruas da vizinhança, como faço desde que vim para cá.
* FLASHBACK ON*
Tinhamos acabado de deçer do avião em Dublin, uma forte brisa me atingiu fazendo minha pele estremecer. Olhei o ceú nublado daquele país desconhecido que apartir de agora terei que chamar de casa.
Pegamos um taxi até Mullingar, a antiga cidade que meu pai morava. As casas não eram muito diferentes umas das outras, e as ruas eram calmas. Muito diferente do Rio de Janeiro, que era onde eu morava até agora.
Viramos a esquina e paramos em frente a uma casa enorme se comparado ao meu antigo apartamento. Algumas crianças mais ou menos da minha idade, talvez um pouco mais velhas, jogavam futebol na rua e riam animadamente. Observei mais atentamente. Com certeza eram mais velhos, estavam em um grupo de seis - quatro meninos e duas meninas. Uma delas tinha longos cabelos escuros que estavam presos em uma trança lateral, a outra era ruiva e estava com um coque. Os garotos, um deles era moreno com um franja jogada na frente do olho, um loiro de cabelo bem curto e outro com um cabelo loiro quase branco visivelmente pintado, meio estranho, e por ultimo um de cabelos marrons e topete. Os seis estavam jogando futebol, o loiro de cabelo curto jogava incrivelmente bem, e a garota de cabelos morenos também, os outros não jogavam mal. Todos pareciam estar se divertindo.
- Então você esta de volta, hãn? - uma mulher loira falando com meu pai desviou minha atenção.
- Maura! Quanto tempo. Como vai? - ele a abraçou.
- Estou bem - ela respondeu. - E você, como esta?
- Estou ótimo - disse meu pai. - An, essa e a Maura. Nossa vizinha. Maura, essa é An, minha filha.
- Olá - falei sorrindo timidamente, eu tinha gostado do lugar.
- Filha?! Não soube que você teve uma filha. Parabéns!
Deixei de prestar atenção na conversa de meu pai, e meu olhar voltou para o pessoal jogando bola. Percebi que a garota ruiva com sardas se aproximou.
- Hey, - ela chamou. - Nova na vizinhança?
- Sim - falei com o meu inglês arranhado.
- Deixa eu adivinhar! Nova no país também, certo?
- Sim.
- De onde é esse sotaque? - ela perguntou, em quanto eu me esforçava para entender cada palavra.
- Brasil - respondi.
- Eu sou Sarah - ela estendeu a mão.
- Ana.
- Prazer te conhecer Annie. Venha cá, deixa eu te apresentar o pessoal da rua!
Olhei para o meu pai que estava ainda estava conversando com a Maura. Então andei atrás da Sarah até o pessoal.
- Então, todo mundo - ela falou e todos vieram interessados, provavelmente querendo saber que é a novata. - Essa aqui é a Annie.
- Ana - falei baixinho. - Ou An.
- Isso - Sarah continuou. - Ela é nova e está se mudando para casa onde morava a Sra. Budd.
- Eu acho que ela vai ser bem melhor que a Sra. Budd - o garoto loiro-quase-branco falou, provocando risadas nos outros.
- Com certeza - Sarah afirmou. - Enfim, ela é nova no país e não fala muito bem inglês, então não saiam falando qualquer coisa muito rápido que ela não vai entender. E... bem, é isso. An, esse são Markus, ou Mark, John, Niall, Ethan e Jessica, que nos chamamos de Jess. E pode me chamar de Sah.
Markus era o garoto moreno com franja caída, Jess a menina da trança lateral, Niall o do cabelo engraçado, Ethan o do topete e Jonh o de cabelo loiro curto.
- Então An, - Jess falou. - De onde você veio?
- Do Brasil.
- Brasil, país do futebol. Sabe jogar? - perguntou Mark que estava com a bola em baixo do braço e jogou nos meus pés.
- Não mesmo - ri, pisando desajeitadamente na bola, para faze-la parar, e a chutando levemente de volta para o mesmo garoto.
- Como não? Achei que todo brasileiro jogava futebol! - Niall falou.
- Vamos testar suas habilidades An - Ethan pegou a bola dos pés de Mark e foi em direção a rua. - Jonh eu e An num time, Niall, Jess, Mark e Sah no outro.
Começamos a jogar bola na rua, nunca tinha me divertido tanto. Isso me fez pensar: quando no Brasil eu já tinha jogado bola na rua? Que eu me lembre, nunca. Comecei a perceber que eu estava amando aquele lugar.
Estava me sentindo em casa.
* FLASHBACK OF*
Que saudades desse pessoal. Pensei.
Sah, que depois se tornou minha melhor amiga, hoje mora em Los Angeles com seu tio. Mark foi para Londres fazer faculdade - era o mais velho do grupo. Ethan e Jess começaram a namora, como terminaram depois de um tempo, passaram a evitar um ao outro. E Jonh joga futebol no time da cidade, está quase sempre treinando ou viajando jogar. E assim, aos poucos, o grupo foi se desintegrando, sobrando apenas mim e o Niall.
Mas daqui a algum tempo, será somente ele.
Balancei minha cabeça, como se isso ajudasse a apagar esse pensamento.
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Oiiiiii, nesse capitulo escrevi mais sobre o passado da An, já que quase não fala nada.
Eu sei, eu sei que eu sempre demoro muito pra postar os capítulos. Eu escrevo mais uma fic maior, estudo, e minha mãe regula muito o tempo no PC. Ta difícil, mas e sempre tento postar o mais rápido possível. (Espero que vocês entendam.)
Apesar de todo isso, obrigada pra quem acompanha e comenta a fic! É o que nos estimula a continuar.
Um beijaaão, e até o próximo cap.
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Just Remember Me - Niall Horan FanFiction (Português-BR)
FanfictionAnnie Goodwin tem 15 anos, e é uma garota brasileira que mora na Irlanda com seu pai. Desde os 12 anos, Annie é apaixonada por seu melhor amigo Niall, que nunca soube, nem sequer desconfia, de toda essa paixão. O que mais vai acontecer? Não sei, le...