Abri meus olhos com expectativa de estar no chão, mas sinto mãos me segurarem, olho para a pessoa e a abraço com todas as minhas forças.
- Você não sabe o quanto eu sinto pelos seus pais.- Diz baixinho. As lágrimas invadem meus olhos e desabo mais uma vez.
- Porquê? Porquê? Eles não mereciam, mesmo com sua ausência eu os amava, na verdade eu os amo.- Digo saindo de seus braços.
- Claro, eles também te amam. Eles estão em um lugar melhor, e vão te ajudar e te amar do mesmo jeito, só que não fisicamente.- Diz Ele
- Henrique....Eu não sei o que fazer. O que vai ser de mim?- Digo
- Primeiro: Nunca mais tente se matar de novo. Segundo: Você tem a mim, seus amigos e a Rê. Eles te amam e eu também, estamos aqui pra o que der e vier.- Diz ele me abraçando de novo.
- Obrigada. Minha cabeça está estourando, tenho que resolver ainda mil e uma coisas.- Digo
- Não, vá descansar. Eu, a Rê e minha mãe vamos cuidar de tudo.- Diz Henrique beijando o topo da minha cabeça. O mesmo me acompanha até meu quarto, me da um remédio para dor de cabeça, me enrolo no edredom.
- Bom sono, anjo. Se precisa de algo, me ligue na hora.- Diz Henrique alisando minha face.
- Ah...claro. Obrigada.- Digo beijando sua bochecha, pouco tempo depois meus olhos escurecem.
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Acordo com o barulho de chuva. Me levanto, vou até meu cell e vejo que Matt e Gabi me ligaram 55 bilhões de vezes, ignoro e vou até o banheiro. Coloco um moletom preto com bolinhas, calça preta, uma bota com a mesma cor e desço as escadas, vou até o escritório do meu pai, vejo que tudo está totalmente organizado do jeitinho de sempre. Sento na sua cadeira, e lembranças dos abraços do meu pai vem em minha mente. Sempre fui mais apegada ao lado paterno, mesmo com viagens e viagens, ele sempre tirava uns minutinhos para mim. Minha relação materna era um tanto complicada, ela tinha um jeito explosivo e eu também, as pessoas falam que somos muito parecidas, tanto fisicamente quando na personalidade. Olho para o quadro, que estava perto de uma pilha de livros antigos, estávamos comemorando o natal do ano retrasado.
Lágrimas começam a escorrer sobre meus olhos, pego o quadro e levo até meu quarto, o colocando sobre o meu criado-mundo e me deito na cama olhando para o teto.
Ouço baterem na porta.
- Quem é?- Digo limpado as lágrimas que insistiam em descer.
- Sou eu, flor.- Diz Rê.
- Pode entrar.- Digo me sentando. Rê abre a porta e se senta do meu lado.
- Um moço veio ler o testamento do seus pais.- Diz Rê
- Ok....É que a ficha ainda não caiu.- Digo e Rê aperta minha mão.
- Não se preocupe, eu vou estar com você. Todos estamos.- Diz apontando para a porta, onde Matt e Gabi estão chorando, me levanto e os abraço.
- Te amamos.- Diz Gabi sorrindo para mim.
- Também amo vocês.- Digo limpando meu rosto.
- Pelo menos desce, para ver a vontade de seus pais.- Diz Matt beijando minha testa.
- Ok...- Digo meio forçada. Todos descemos e vemos o moço sentando na mesa de vidro tomando mais um gole de seu café.
- Bom dia, senhorita Bintercoutt. Venho aqui trazer a vontade de seus pais sobre seus bens materiais. O Sr. Bintercoutt deixou as empresas de automóveis pelo país, cobertura nos EUA, apartamento em Londres e a mansão em Orlando. Sua mãe lhe deixou casas pelo Brasil, a sua nova empresa de Moda que ia ser inaugurada, porém foi adiada até sua próxima ordem, apartamento no Japão e Coreia do Sul entre outras coberturas pela Europa. Eu ficarei responsável pelas parcerias que seus pais estavam fazendo com outras empresas, e contratei pessoas de minha confiança para cuidar de todos os negócios, já ia me esquecendo seus pais deixaram essa casa de presente para a governanta dessa casa. Então senhorita foi esses os bens de seus pais, quero desejar meu pêsames, eu e seu pai eramos grandes amigos. - Diz o homem ajeitando seus óculos.
- Obrigada. Muito prazer em conheço-lo....- Digo apertando sua mão.
- Marcelo.- Diz o homem de terno.
- Muito prazer Marcelo.- Digo. Rê acompanha o homem até a porta e eu continuo em silêncio.
- Amanhã será o enterro.- Digo baixo, mas eles ouvem.
- Já aviso aos seus familiares?.- Diz Gabi e no mesmo momento meu celular apita.
- Hahaha....Acho que na verdade eles se mataram, pois não te aguentavam mais. Vou acabar com você pouco a pouco tirar as pessoas que você ama. Se afaste do meu Henrique ou eu não respondo por mim, vadia.- Desconhecido.
Olho para aquilo e fico sem entender, bloqueio a pessoa e fecho meus olhos.
- Ei, aconteceu alguma coisa?- Diz Matt
- Não...Só alguém que não tem o que fazer, e respondendo a sua pegunta, não tenho vinculo algum com meus familiares. Exceto uma tia que mora no exterior, mas não sei se temos o número dela.- Digo me levantando.
- Amanhã estaremos aqui pro enterro.- Dizem
- Ok...Venham umas 8:30.- Digo e vou até meu quarto. Pego meus fones e skate, substituo minha bota por um tênis e desço as escadas sem ninguém ver e parto para meu refúgio. Minha pista.
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Meu Revoltado?!
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