Dário Andrade era o herdeiro de Portugal, quando foi diagnosticado com câncer terminal. Assim, abdicou tudo em sua vida para viver solitário em uma casa no litoral escocês com apenas uma empregada que ficava em sua casa durante a semana.
O problema...
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Algumas escolhas podem afetar várias pessoas que estão próximas a você. No meu caso, afetou um país. Abdiquei meus títulos, meus privilégios, minha coroa, e meu amor. Nunca disse o meu real motivo para isso, eu apenas disse que não queria mais aquilo, e saí do meu país para viver minha vida em completa solidão perto do mar.
Quando comprei minha casa no litoral da Escócia, escolhi o local mais isolado possível. Não desejava o contato de ninguém, nem olhares curiosos sobre mim, eu apenas queria ficar quieto em minha casa, ouvindo o barulho do mar e sentindo o vento do litoral. Havia apenas uma senhora que trabalhava em minha casa; no final de semana ela voltava para Edimburgo. Mas, na segunda-feira estava prontamente me acordando, abrindo as janelas do meu quarto, dando seu alegre bom dia.
A onda do mar me atingiu fortemente nas pernas, apenas dei uma risada. Adorava aquela água molhada me atingindo todos os dias, era meu único conforto em meio ao caos interno que eu enfrentava diariamente.
— Senhor, trouxe essa xícara de chá. — a Sra. Rowe colocou a mão em meu ombro e estendeu a xícara. — Deveria entrar, parece que um grande temporal está chegando.
— Não precisa se preocupar comigo. — peguei a xícara da sua mão. — A senhora que não deveria se incomodar comigo. Molhar seus pés para me trazer uma xícara de chá.
— Eu me preocupo com sua saúde.
— Não precisa. — pegou na mão dela. — Estou bem.
— O senhor deveria ir se cuidar. É tão jovem!
— Meu caso é terminal, Rose. — bebi uma grande quantidade de chá. — Não vale a pena eu terminar meus dias dentro de um hospital, muito menos preocupando minha família com essas coisas. Prefiro que pensem que fui fraco, e não quis herdar o peso e a responsabilidade da coroa.
— Dário, sua família tem o direito de saber sobre o que está acontecendo com você. Sobre seu câncer.
— Podem ter o direito, mas eu não quero que tenham.
— Sua noiva também tem o direito de saber.
Abaixei a cabeça.
Sim, Isabella tinha completo direito em saber o que estava acontecendo. Eu simplesmente cheguei em uma tarde, depois do diagnóstico do câncer, pedi para que ela fosse até o palácio para conversamos. Não foi algo fácil de se fazer, mas era necessário. Jamais deixaria ela passar por aquele sofrimento junto a mim. Eu precisava passar os últimos dias da minha vida sem ninguém sentindo pena do meu estado; a Sra. Rowe já era o suficiente.
— Pode me deixar sozinho? — entreguei a xícara pela metade para ela.
— Sim, senhor.
— Acho que Dário é melhor.
— Estou irritada com você.
— Ora, Rose, conhece meus motivos. Por favor, não me julgue. Basta todo esse reino me julgando.
— Não estou julgando. — olhei para ela arqueando a sobrancelha. — Okay, estou julgando. Perdoe-me por isso, mas não consigo evitar. Entende-me?
— Entendo.
Rose começou a caminhar para casa, deixando-me sozinho como eu havia pedido.
Deitei na areia do mar, deixando as ondas me acertar completamente.
